terça-feira, 12 de agosto de 2014

RG ENTREVISTA #08: SABRINA ROCHA

O quadro de entrevistas do nosso blog está de volta com uma personalidade feminina do jornalismo esportivo pernambucano.

Dizem as línguas machistas que mulher não entende de futebol. Além de ser uma tremenda falácia entremeada num preconceito bobo, aqui em Pernambuco temos provas concretas que mulheres não só entendem do esporte, como podem falar sobre com muita maestria diante das câmeras. Seja no estúdio ou no gramado, Campeonato Brasileiro ou Copa do Mundo, um dos nomes femininos mais lembrados do esporte pernambucano é o dela. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, casada com Flávio Barra e mãe de dois filhos, a jornalista paraense apaixonada pelo Recife cedeu um pouco de seu concorrido tempo para bater uma bolinha aqui com a gente neste #RGEntrevista. O papo de hoje é com Sabrina Rocha, repórter e apresentadora da Rede Globo Nordeste.

RG na TV: Antes de chegarmos na Sabrina jornalista, fiquei sabendo que você foi atleta de vôlei, chegando a jogar pela seleção paraense, em Belém do Pará. Conta pra gente um pouco sobre essa experiência e como você foi parar no jornalismo.
Sabrina Rocha: Com 1,62 só podia ser levantadora, né? (risos) E mandava bem, mas foi uma carreira breve. Logo tive que me dedicar mais aos estudos e deixei as quadras. Não escolhi jornalismo para trabalhar com esportes. Foi coincidência mesmo.

RG: Sua carreira na televisão já foi iniciada como repórter esportiva. Como foi esta fase inicial do seu trabalho até decidir vir para o Recife, em 2002?
Sabrina: Foi puro acaso. Quando fui procurar um estágio, só havia vaga no Departamento de Esportes. Topei na hora e me apaixonei. Isso tudo foi em Belém. Em 2002, mudei para o Recife e trabalhei como repórter da geral. Uma experiência incrível. Em 2005 voltei para o jornalismo esportivo.

RG: Concluindo que os esportes são sua maior paixão nesta profissão, há algum profissional em especial que seria sua inspiração nesta editoria?
Sabrina: Sou fã declarada do Tino Marcos. Quem não é? (risos)

"Pernambuco tem uma torcida apaixonada. Isso é fascinante, mas exige dos profissionais de comunicação muita dedicação e cuidado" (Sabrina Rocha)

RG: Numa época em que o entretenimento caminha lado a lado com a informação, a apresentação de notícias de esporte está cada vez menos formal. Você considera isso um avanço ou um retrocesso? Está sendo fácil acompanhar esse "novo momento" no jornalismo esportivo?
Sabrina: Acho legal essa reviravolta. A novidade nos obriga a rever tudo. As pessoas querem ver o apresentador/repórter de maneira mais natural. Gosto dessa informalidade.

RG: Aqui em Pernambuco temos uma cultura futebolística muito forte. Temos três grandes times na capital. E no interior, outros estão conquistando o seu espaço; diferente de outros estados do nordeste, onde alguns torcem mais para times sulistas. Para você, qual é o maior desafio de cobrir o futebol pernambucano?
Sabrina: Pernambuco tem uma torcida apaixonada. Isso é fascinante, mas exige dos profissionais de comunicação muita dedicação e cuidado. Todo mundo tá por dentro do que acontece nos clubes. Qualquer vacilo... Ah! E esclarecendo logo: não tenho time aqui. Quero os três na Série A. Para nós, jornalistas, isso seria o céu.

RG: Acabamos de viver uma emocionante "Copa das Copas". Pode contar pra gente como foi a sua rotina de cobertura durante o Mundial, os desafios e curiosidades durante esse grande evento realizado no Brasil?
Sabrina: Foi emocionante. O trabalho foi puxado. Não tínhamos hora pra sair. Mas foi fantástico ver o país compartilhar nossa alegria com o mundo. Deu tudo certo. Pena que em campo... Bem, deixa pra lá!

Bastidores: Sabrina Rocha e equipe na cobertura da Copa do Mundo 2014.

RG: Ainda sobre a Copa, no dia em que o Brasil levou aquele vergonhoso 7 x 1 da Alemanha, muitos perceberam que você ficou ligeiramente emocionada ao entrar ao vivo no NETV - 2ª edição após o jogo. O que você sentiu naquele momento ao noticiar um fato histórico do futebol e como conseguiu manter a compostura de profissional sendo, ainda que indiretamente, uma torcedora?
Sabrina: Deu pra perceber? Sério? Fiquei bem triste mesmo. Imaginei o que eu ia dizer lá em casa pra minha filha. Ela tava tão empolgada coma Seleção. Não só ela. Todas as crianças do Brasil. Todos nós estávamos, mas isso faz parte do jogo. Perdemos a Copa e ao mesmo tempo saímos vencedores pela organização do evento.

RG: Tirando a Copa 2014 (claro!), qual a reportagem e/ou cobertura que, se pudesse, definiria melhor toda a sua carreira até hoje e porquê.
Sabrina: A reportagem que mais marcou foi a da filha do Roger, ex-atacante do Sport. Depois de um jogo, Roger foi xingado por um torcedor que falou da filha dele que é deficiente visual. No outro dia mostramos a Giullia, uma menina linda e esperta. Apesar da deficiência, ela tá sempre alegre, costuma ouvir a mãe narrar os jogos do pai. Enfim, foi uma lição pra todos. Emocionei pra valer. (Confira a matéria que ela se refere aqui.)

RG: Você disse em uma entrevista que ética é a palavra mais bonita do jornalismo. Já sensacionalismo, a mais feia da profissão. Qual seria, então, o seu conselho para quem quer ter uma carreira sólida nesta área da comunicação?
Sabrina: Sou chata em relação a isso. Acho que não é só na profissão, mas na vida também, você tem que ter respeito, se colocar no lugar do outro e sempre pesar na balança o que é mais importante. Pra mim, o mais importante é a verdade sempre.

Obrigado pela entrevista, Sabrina! :)

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