O quadro de entrevistas do nosso blog está de volta com uma personalidade feminina do jornalismo esportivo pernambucano.
Dizem as
línguas machistas que mulher não entende de futebol. Além de ser
uma tremenda falácia entremeada num preconceito bobo, aqui em
Pernambuco temos provas concretas que mulheres não só entendem do
esporte, como podem falar sobre com muita maestria diante das
câmeras. Seja no estúdio ou no gramado, Campeonato Brasileiro ou
Copa do Mundo, um dos nomes femininos mais lembrados do esporte
pernambucano é o dela. Formada em Jornalismo
pela Universidade Federal do Pará, casada com Flávio Barra e mãe
de dois filhos, a jornalista paraense apaixonada pelo Recife cedeu um pouco de seu concorrido
tempo para bater uma bolinha aqui com a gente neste #RGEntrevista. O papo de hoje é com Sabrina
Rocha, repórter e apresentadora da Rede Globo Nordeste.
RG na
TV: Antes de chegarmos na Sabrina jornalista, fiquei sabendo que
você foi atleta de vôlei, chegando a jogar pela seleção paraense,
em Belém do Pará. Conta pra gente um pouco sobre essa experiência
e como você foi parar no jornalismo.
Sabrina
Rocha: Com 1,62 só podia ser levantadora, né? (risos) E
mandava bem, mas foi uma carreira breve. Logo tive que me dedicar
mais aos estudos e deixei as quadras. Não escolhi jornalismo para
trabalhar com esportes. Foi coincidência mesmo.
RG:
Sua carreira na televisão já foi iniciada como repórter esportiva.
Como foi esta fase inicial do seu trabalho até decidir vir para o
Recife, em 2002?
Sabrina:
Foi puro acaso. Quando fui procurar um estágio, só havia vaga no
Departamento de Esportes. Topei na hora e me apaixonei. Isso tudo foi
em Belém. Em 2002, mudei para o Recife e trabalhei como repórter da
geral. Uma experiência incrível. Em 2005 voltei para o jornalismo
esportivo.
RG:
Concluindo que os esportes são sua maior paixão nesta profissão,
há algum profissional em especial que seria sua inspiração nesta
editoria?
Sabrina:
Sou fã declarada do Tino Marcos. Quem não é? (risos)
"Pernambuco tem uma torcida apaixonada. Isso é fascinante, mas exige dos profissionais de comunicação muita dedicação e cuidado" (Sabrina Rocha)
RG:
Numa época em que o entretenimento caminha lado a lado com a
informação, a apresentação de notícias de esporte está cada vez
menos formal. Você considera isso um avanço ou um retrocesso? Está
sendo fácil acompanhar esse "novo momento" no jornalismo
esportivo?
Sabrina:
Acho legal essa reviravolta. A novidade nos obriga a rever
tudo. As pessoas querem ver o apresentador/repórter de maneira mais
natural. Gosto dessa informalidade.
RG:
Aqui em Pernambuco temos uma cultura futebolística muito forte.
Temos três grandes times na capital. E no interior, outros estão
conquistando o seu espaço; diferente de outros estados do nordeste,
onde alguns torcem mais para times sulistas. Para você, qual é o
maior desafio de cobrir o futebol pernambucano?
Sabrina:
Pernambuco tem uma torcida apaixonada. Isso é fascinante, mas
exige dos profissionais de comunicação muita dedicação e cuidado.
Todo mundo tá por dentro do que acontece nos clubes. Qualquer
vacilo... Ah! E esclarecendo logo: não tenho time aqui. Quero os
três na Série A. Para nós, jornalistas, isso seria o céu.
RG:
Acabamos de viver uma emocionante "Copa das Copas".
Pode contar pra gente como foi a sua rotina de cobertura durante o
Mundial, os desafios e curiosidades durante esse grande evento
realizado no Brasil?
Sabrina:
Foi emocionante. O trabalho foi puxado. Não tínhamos hora pra
sair. Mas foi fantástico ver o país compartilhar nossa alegria com
o mundo. Deu tudo certo. Pena que em campo... Bem, deixa pra lá!
Bastidores: Sabrina Rocha e equipe na cobertura da Copa do Mundo 2014.
RG:
Ainda sobre a Copa, no dia em que o Brasil levou aquele
vergonhoso 7 x 1 da Alemanha, muitos perceberam que você ficou
ligeiramente emocionada ao entrar ao vivo no NETV - 2ª edição após
o jogo. O que você sentiu naquele momento ao noticiar um fato
histórico do futebol e como conseguiu manter a compostura de
profissional sendo, ainda que indiretamente, uma torcedora?
Sabrina:
Deu pra perceber? Sério? Fiquei bem triste mesmo. Imaginei o
que eu ia dizer lá em casa pra minha filha. Ela tava tão empolgada
coma Seleção. Não só ela. Todas as crianças do Brasil. Todos nós
estávamos, mas isso faz parte do jogo. Perdemos a Copa e ao mesmo
tempo saímos vencedores pela organização do evento.
RG:
Tirando a Copa 2014 (claro!), qual a reportagem e/ou cobertura
que, se pudesse, definiria melhor toda a sua carreira até hoje e
porquê.
Sabrina:
A reportagem que mais marcou foi a da filha do Roger,
ex-atacante do Sport. Depois de um jogo, Roger foi xingado por um
torcedor que falou da filha dele que é deficiente visual. No outro
dia mostramos a Giullia, uma menina linda e esperta. Apesar da
deficiência, ela tá sempre alegre, costuma ouvir a mãe narrar os
jogos do pai. Enfim, foi uma lição pra todos. Emocionei pra valer. (Confira a matéria que ela se refere aqui.)
RG:
Você disse em uma entrevista que ética é a palavra mais bonita
do jornalismo. Já sensacionalismo, a mais feia da profissão. Qual
seria, então, o seu conselho para quem quer ter uma carreira sólida
nesta área da comunicação?
Sabrina: Sou chata em relação a isso. Acho que não é só na profissão, mas na vida também, você tem que ter respeito, se colocar no lugar do outro e sempre pesar na balança o que é mais importante. Pra mim, o mais importante é a verdade sempre.
Sabrina: Sou chata em relação a isso. Acho que não é só na profissão, mas na vida também, você tem que ter respeito, se colocar no lugar do outro e sempre pesar na balança o que é mais importante. Pra mim, o mais importante é a verdade sempre.
Obrigado pela entrevista, Sabrina! :)
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