RG CRÍTICA #42: A EXCITANTE VOLTA DE 'AMOR E SEXO'

Fernanda Lima e companhia estrearam nova temporada em novo dia e horário na Globo. O resultado foi bom para todos nós!

RG INDICA #60: LEITURA DINÂMICA

Revista eletrônica da RedeTV! mostra que existe vida para programas desse gênero além dos domingos.

RG CRÍTICA #41: RETROSPECTIVA 2015

Confira o que foi destaque na TV aberta neste ano.

RG INDICA #59: ESPECIAL DE NATAL 2015

Confira a programação especial da TV aberta para celebrar a noite de Natal.

sexta-feira, 27 de março de 2015

RG CRÍTICA #37: 5 MOTIVOS PARA VER A QUINTA REPRISE DA NOVELA “A USURPADORA”, NO SBT

O clássico dramalhão mexicano das gêmeas que trocam de lugar está de volta, mais uma vez, na emissora de Silvio Santos.

Está pronto para se envolver novamente com a história das gêmeas Paola e Paulina?

Em matéria de novelas mexicanas, sem dúvida, “A Usurpadora” será lembrada na sua cabeça mais cedo ou mais tarde. E agora, ela tem tudo pra se tornar assunto novamente nos próximos dias. É que nesta segunda-feira (30), a história protagonizada duplamente por Gabriela Spanic será exibida (acreditem!) pela sexta vez no SBT, na faixa vespertina de novelas, a partir das 17h, substituindo ao enlatado também mexicano “A Feia Mais Bela”. Mesmo com este novo replay, que empata apenas com “Maria do Bairro” em número de exibições no canal paulista, parece que o público não está nem aí e conta os minutos para a sua reestreia. E para deleite de uma legião de fãs (ou pra você que não está gostando nem um pouco da notícia), o #RGnaTV vai te dar cinco razões para tentar explicar o sucesso desse fenômeno e te convidar a acompanhar a saga das personagens Paola e Paulina one more time.

#1 – É um clássico da dramaturgia mexicana no Brasil, mas a sua origem é venezuelana!

Muito antes da trama chegar no Brasil, é necessário esclarecer que “La Usurpadora” nada mais é que um segundo remake de uma novela homônima, que foi ao ar pela primeira vez em 1972 na Venezuela, escrita pela cubana Inés Rodena. A primeira versão da Televisa para essa novela foi feita em 1981 com o título de “El Hogar Que Yo Robé” (“O lugar que eu roubei”). Já a versão que nós conhecemos (e amamos!) foi adaptada por Carlos Romero, com produção de Salvador Mejía e direção de Beatriz Sheridan e Nathalie Lartilleux. Com 102 capítulos, “La Usurpadora” foi exibida em 1998 e estreou pela primeira vez no Brasil no dia 22 de junho de 1999. Segundo a protagonista Gabriela Spanic, foram dez meses de produção, com toda a equipe gravando 15 cenas por dia em 14 horas diárias de trabalho. “A Usurpadora” também foi gravada em várias locações como Cancún, Cidade do México, Cuernavaca, Monterrey, Acapulco, Mônaco, Paris e Havaí.

Você lembra da abertura em português com Paulo Ricardo?

#2 – Os temas de aberturas, em espanhol e português, são adoráveis!

Uma das coisas que mais chamam atenção em “A Usurpadora” é o seu tema de abertura. Na versão mexicana, a canção “La Usurpadora” foi interpretada pelo trio feminino mexicano Pandora, formado pelas cantoras Isabel Lascurain, Mayte Lascurain e Fernanda Meade. A letra falava exatamente de alguém que chegava “com um disfarce” e conquistava um espaço e, claro, um amor. Na abertura, você via exatamente um resumo de toda a trama, que praticamente acompanhava a música. Porém, na sua primeira exibição no Brasil, não ouvimos a voz do grupo Pandora. O SBT resolveu escalar o cantor Paulo Ricardo para interpretar uma regravação de “Sonho Lindo”, um grande sucesso de Roberto Carlos. A letra em português não era tão objetiva como a original, mas também não fugia completamente da história da trama. Mesmo assim, os telespectadores brasileiros só ouviram a abertura brasileira na sua estreia, pois em todas as reprises começou a tocar a canção correta. Mas tanto uma quanto a outra eram realmente lindas de ouvir. Valia a pena só por isso.

#3 – Na mansão da Família Bracho é confusão do início ao fim.

Além da história principal da troca de identidade da pobre Paulina Martins ao se passar pela rica e ambiciosa Paola Bracho, a mansão da Família Bracho é um caso a parte. Sendo o principal núcleo da novela, os personagens mais marcantes (além das protagonistas) estão por lá. Na sinopse, Paola é esposa de Carlos Daniel Bracho (Fernando Colunga), que se casou apaixonada. Mas devido a ausência do marido, torna-se infiel. Na realidade, Carlos Daniel é um milionário quase falido que está em seu segundo casamento e possui dois filhos: a esperta e encantadora Lizete (María Soler) e o rebelde e problemático Carlinhos (Sergio Miguel). Ardilosa, Paola também mantém um caso extraconjugal com o cunhado, o inescrupuloso Willy (Juan Pablo Gamboa), casado com a atormentada e fanática Estephanie Bracho (Chantal Adere), uma mulher amargurada, ressentida com a vida e que se veste de forma horrível! Para piorar, ela ainda alcooliza a sua sogra, a Vovó Piedade Bracho (a diva Libertad Lamarque), e mal educou os seus enteados. Isso sem falar da empregada Lalinha (Paty Díaz) e a governanta Adelina (Magda Guzmán), que sempre estão envolvidas de alguma forma nos escândalos dessa família em ruínas.

 Porque novela chique tem continuação logo em seguida...

#4 – É uma novela que tem até spin-off!

Para quem não acompanha a novela (ou não percebeu durante as suas reprises), “A Usurpadora” tem até uma continuação! Originalmente, ela foi chamada de “Mas Allá de La Usurpadora”, sendo traduzida aqui no Brasil como “Além da Usurpadora”. Um diferencial que nunca chegou no Brasil é que neste spin-off, o ator Fernando Colunga (que fazia o Carlos Daniel) cantava o tema de abertura, uma versão masculina de “La Usurpadora”. Este especial tinha apenas dois capítulos no México. E no Brasil, ele já foi dividido em até três episódios. A equipe de produção era praticamente a mesma, mas a vilã agora era outra: a personagem Raquel, interpretada por Yadhira Carrillo. A história se passa um ano depois do fim da história original. Na sinopse, a trama se inicia quando Paulina vai ao médico pegar o resultado de seu 'check-up'. Ela descobre que está com câncer terminal e que só lhe restam 6 meses de vida. Paulina não conta a ninguém sobre sua doença e começa preparar uma nova Senhora Bracho para ser esposa de Carlos Daniel. “Além da Usurpadora” foi exibida em três ocasiões no Brasil: em 1999, na primeira reprise da novela em 2001 e na quarta reprise, em 2013.

#5 – Paola Bracho é vida!

Gente, esse é o tópico dos tópicos! Era mais que necessário colocar isto aqui. Pois muito antes de nos empolgarmos nas novelas brasileiras com grandes vilãs como Nazaré (Renata Sorrah, em “Senhora do Destino”), Flora (Patrícia Pillar, em “A Favorita”) e Carminha (Adriana Esteves, em “Avenida Brasil”), os grandes fãs de “A Usurpadora” insistem em rever a novela por causa dela: a vilã Paola Bracho. A “gêmea má” da trama mexicana acabou caindo no gosto do público brasileiro pelo seu sarcasmo, o seu modo desenfreado de ver a vida e, principalmente, pela classe que ela insistia em preservar (mesmo sendo mais baixa que uma pessoa ruim pode ser!). Mas eu também levanto aqui uma outra teoria do sucesso da diva má de Gabriela Spanic: a dublagem brasileira! E neste caso, é necessário fazer justiça à sua dubladora Sheila Dorfman [do estúdio carioca Herbert Richers], pois ela foi responsável por traduzir para os telespectadores a risada escandalosa, a frieza e a voz ora debochada ora sensual dessa personagem ímpar. Eis a prova:

Alguém ainda duvida que Paola Bracho é vida? rs!

Pela sexta vez, o SBT nos convida para nos envolvermos com este dramalhão clássico mexicano que já virou tradição aqui no Brasil. Por esses e outros motivos, a reestreia de “A Usurpadora” é, simplesmente, imperdível.

sexta-feira, 20 de março de 2015

RG INDICA #55: WINDECK

Primeira novela africana exibida na TV Brasil mostra um novo sotaque na televisão brasileira.

Um grande sucesso da teledramaturgia de Angola está sendo exibido no Brasil.

Imagine uma novela que mistura glamour e poder, mostrando o que algumas pessoas são capazes de fazer para obter riqueza fácil e rápida, revelando os golpes daqueles que não medem esforços para alcançar seus fins dentro de uma revista de moda, com uma abertura ao som de kuduro. Parece uma junção de “Betty, a Feia” com “Avenida Brasil”, não é? Mas estou falando de uma novela que existe, que foi exibida em Angola e está no ar de segunda a sexta, às 23h, na TV Brasil. E ela se chama “Windeck: Todos os tons de Angola”.

Produzida pela Semba Comunicação, esse folhetim, de nome original “Windeck”, possui 120 capítulos e foi um grande sucesso em Angola. No ano de 2013, essa trama chegou a concorrer a Melhor Telenovela no Emmy Internacional (tipo o “Oscar” da televisão) ao lado das brasileiras “Avenida Brasil” e “Lado a Lado”, ambas da Globo, com vitória para a última citada. Com direção de Sérgio Graciano, a novela estreou em Angola no dia 19 de agosto de 2012 e ficou até o dia 22 de fevereiro de 2013 na TPA (Televisão Pública de Angola). Aqui no Brasil ela tá no ar desde o dia 10 de novembro do ano passado. 

 Em "Windeck" tem intrigas, dramas, humor e glamour.

A novela foi escrita pelos autores Miguel Crespo, Coréon Dú, Isilda Hurst, Andreia Vicente e Joana Jorge (esta última, inclusive, foi uma das colaboradoras de Rui Vilhena na novela “Boogie Oogie”, que terminou agora pouco na Rede Globo). Na sinopse, Vitória (Micaela Reis) é uma mulher sensual que vem de Moxico e é capaz de tudo para subir na vida. Em Luanda vai viver na casa da irmã, Ana Maria (Nadia da Silva), que é fotógrafa na Divo e muito diferente dela: honesta e trabalhadora, tem uma vida sossegada, até o dia em que Vitória aparece. Para esta mulher ambiciosa, tudo não passa de um jogo de interesses para conseguir riqueza e poder. O seu alvo está escolhido: o filho do dono da Divo, Kiluanji (Celso Roberto), que quer conquistar para enriquecer.

Quem torna a vida de muitos num inferno é a produtora de moda, Rosa Bettencourt (Grace Mendes), uma mulher que só pensa em ter poder de forma fácil. Para isso conta com a ajuda da filha Kássia (Solange Hilário), formando assim uma dupla de oportunistas dispostas a tudo para enriquecer. Ao perceber o interesse de Vitória em Kiluanji, Rosa elabora um plano para Kássia o seduzir, e começa assim a guerra entre Vitória e Kássia. O que as duas não esperavam é que ele e a humilde Ana Maria estivessem apaixonados. 

“Windeck” também tem uma pegada de mostrar a tradição angolana, e principalmente, os sabores daquele país. Por isso, conhecemos a empresa de catering Mufete, onde Nazaré (Yolanda Viegas) cozinha deliciosas receitas, um negócio criado pelo filho, Yuri (Dennis Fonseca), e o seu sócio italiano, Giorgio (Rui Santos). Também eles querem ter sucesso e triunfar na vida, mas com trabalho honesto e longe dos esquemas fáceis. 

É na Revista Divo onde boa parte da trama de "Windeck" acontece.

E porquê a novela se chama “Windeck”? Simples. Ela é o título de uma música do cantor de kuduro Cabo Snoop, super famoso em Angola. A canção, claro, virou o tema de abertura da trama. Na letra, ela descreve um pouco da rotina dos angolanos, que é um dos objetivos do folhetim. Um outro aspecto interessante: a TV Brasil exibe os capítulos no seu idioma original, ou seja, no português de Angola. Além de ser um sotaque curioso (e perfeitamente compreensível), a emissora brasileira tem o cuidado de traduzir algumas expressões locais que aparecem em “Windeck” através de pequenos boxes coloridos. Tudo para que o telespectador não perca a compreensão dos diálogos.

“Windeck” tem intrigas, dramas, humor e glamour. Aqui no Brasil, a novela já passou dos 90 capítulos (faltando então, menos de 30 para terminar), mas vale a pena você acompanhar a trama desde já. E se você quer ver tudo desde o início, a novela está sendo posta no YouTube no endereço: youtube.com/windecktv. Para te dar um gostinho, confira o trailer internacional do folhetim clicando aqui.

sexta-feira, 13 de março de 2015

RG ENTREVISTA #10: MÁRCIO BALLAS

Um dos apresentadores mais engraçados da TV brasileira conversou com o RG na TV. Confira!

Antes de qualquer coisa, precisamos dizer que o décimo entrevistado do nosso blog não é apenas apresentador. Ele é palhaço, ator, diretor e dramaturgo especializado na linguagem de Clown e Improviso Teatral. Esse paulista de 43 anos já se apresentou com os “Palhaços Sem Fronteiras” franceses em campos de refugiados durante a guerra do Kosovo, foi “Doutor da Alegria” por quatro anos aqui no Brasil e já foi campeão mundial de improviso no Festival Internacional de Bogotá. Tá achando pouco? O currículo fora das telinhas de Márcio Ballas é extenso e bastante relevante. Mas não demorou muito para que ele fosse descoberto pela televisão e também construísse uma história de sucesso nesse meio sem perder a sua essência teatral, humorística e de improviso que marcou positivamente suas passagens pela Bandeirantes e no SBT. E mesmo descansando um pouco da TV, mas com agenda corrida no teatro, Márcio parou um pouquinho para participar deste #RGEntrevista.


RG na TV: Márcio, antes de chegar na televisão, é preciso esclarecer que sua formação é bastante teatral. Como tudo isso lhe ajudou a chegar na telinha?
Márcio Ballas: O meu primeiro convite pra apresentar o 'É Tudo Improviso' veio de uma diretora da Band que me viu fazendo um espetáculo no teatro. Eu já trabalhava como apresentador há 10 anos, então isso me ajudou bastante ao ter que exercer essa função num programa de TV.

RG: O "É Tudo Improviso" foi o seu primeiro programa, que estreou em 2010 com duas responsabilidades: A primeira, de substituir o CQC no período de férias e a segunda, de reapresentar os Barbixas, que vinham do sucesso do "Quinta Categoria", na MTV. Quais eram as suas expectativas para a estreia da atração naquela época?
Márcio: A expectativa era alta pois pela primeira vez o improviso seria mostrado na TV aberta. Nós já fazíamos no teatro para grandes públicos, mas fazer para milhões de pessoas, que estão assistindo dentro de suas casas era totalmente novo para nós. Ficamos muito felizes que o programa deu certo e agora até está sendo reprisado no canal a cabo TBS.

RG: Foram três temporadas do "É Tudo Improviso" na Bandeirantes. Uma quarta foi gravada, mas só foi exibida recentemente, na TV fechada. Quais são as lembranças que você guarda daquele programa?
Márcio: Foi uma experiência incrível para mim. Fazer o que eu gosto, junto com meus parceiros de palco [Márcio Ballas foi Diretor “Improvisacional” do espetáculo “Improvável” da Cia. Barbixas de Humor, onde também atua como mestre de cerimônias e jogador convidado] e ainda ser tão bem recebido pelo publico que pôde conhecer a beleza e a magia do improviso.

Márcio Ballas começou na TV no "É Tudo Improviso" na Band.

RG: Após a sua passagem pela Band, você foi contratado pelo SBT a apresentar o "Cante Se Puder". A situação era bem diferente: Você agora tinha um roteiro para seguir e dividia o palco com "a filha do Patrão", Patricia Abravanel. Qual foi o maior desafio dessa etapa pra você? Ainda dava para improvisar naquela época?
Márcio: Ir para o SBT foi mais um grande desafio, pois eu teria que apresentar um programa que não tinha nada a ver com o que eu tinha feito nos meus 15 anos de carreira no teatro. Além disso teria que apresentar com a Patrícia, que eu não conhecia e é dona da emissora. No fim das contas foi muito bacana, a parceria com ela foi muito boa, fizemos uma dupla que funcionou e o programa bombou na época e acabou ficando no ar direto durante um ano e meio.

RG: Logo após o "Cante", veio o projeto do "Esse Artista Sou Eu", que estreou com grande sucesso em 2014. Você também voltou a apresentar sozinho. Nesse seu terceiro programa na TV aberta, foi perceptível um amadurecimento seu em frente às câmeras. Você concorda?
Márcio: Como em todos os trabalhos, quanto mais você exercita, mais vai melhorar. Apresentar não é diferente. Fui aprendendo as manhas e artimanhas da função e continuo estudando e vendo outros apresentadores para tentar ficar cada vez melhor.

RG: A primeira temporada do "Esse Artista Sou Eu" foi cercada de polêmicas entre os participantes. Para você, o que (e/ou quem) mais te surpreendeu no reality?
Márcio: O “Esse Artista Sou Eu” foi um programa que me surpreendia a cada gravação. Os cantores estavam transformados de tal maneira que até pra gente era incrível de assistir. O diretor inclusive me proibiu (e os jurados também!) de ver os participantes antes deles cantarem. Assim quando eles entravam era uma grande surpresa pra nós!

Feliz com o sucesso da primeira temporada do "Esse Artista Sou Eu" no ano passado, Márcio espera voltar com o programa em 2015.

RG: Se Márcio Ballas fosse um participante do EASE, em quem você gostaria de se transformar e porquê.
Márcio: Arnaldo Antunes. Sou fã dele.

RG: O "É Tudo Improviso" voltou a ser exibido no canal fechado TBS e tem sido um grande sucesso de audiência. Você acha que falta improviso na TV ultimamente?
Márcio: É muito legal de ver que mesmo num canal a cabo, o programa continua tendo um grande sucesso. Por mim teria um programa de improviso em cada canal! (risos)

RG: Quais são os seus planos profissionais para 2015? Já pensou em participar de alguma novela? O remake de "Cúmplices de Um Resgate" tá chegando no SBT esse ano...
Márcio: Continuo apresentando a Noite de Improviso no Comedians Club todas as quartas feiras em São Paulo. Além disso tenho um espaço chamado Casa do Humor na Vila Madalena onde damos cursos de Improviso, Clown e Stand Up para iniciantes, isto é, qualquer pessoa que queira aprender um pouco dessas linguagens. E para TV, estou na espera de uma segunda temporada do Esse Artista Sou Eu, que foi um programa que eu amei fazer e tomara que volte logo.

Obrigado, Márcio! :)

sexta-feira, 6 de março de 2015

RG RELEMBRA #13: GLUB GLUB

O quadro mais saudoso do blog mergulha fundo para contar a história de um lindo programa infantil da TV Cultura.

Esta era a abertura do programa. Lembra?

O ano é 2015, mas o RG volta 23 anos no tempo para contar a história de dois peixinhos muito fofos que assistiam TV no fundo do mar. Duvida? Então é porque você não conheceu ou viu o programa infantil “Glub Glub”, que foi um grande sucesso da TV Cultura. Lançado no dia 9 de setembro de 1991, a atração ia ao ar de segunda a sexta-feira com meia hora de duração. A intenção era de ter apenas 60 episódios, mas com o sucesso, eles gravaram 670 programas.

“Glub Glub” era apresentado por dois divertidos peixinhos chamados Glub (Carlos Mariano) e Glub (Gisela Arantes), que tinham como amiga a caranguejo Carol (Andrea Pozzi). Com direção de Arcângelo Mello Junior e roteiro de Lilian Iaki, esses personagens viviam grandes aventuras no fundo do mar, além de contar um pouco da vida marítima para as crianças. Eles também comentavam os desenhos animados que eram exibidos dentro da atração de forma extrovertida e bem-humorada.

E assim era o Glub Glub no ar (acima) e como ele era gravado (abaixo).

O cenário do programa era bem simples, já que dependia 90% do recurso eletrônico chamado chroma-key, mais conhecido como fundo verde. Com a imagem do mar inserida no fundo neutro, apenas a cabeça dos atores aparecia, devidamente maquiados e com um tipo de “cabeça” que caracterizava os personagens. Em entrevista ao portal Terra, o ator Carlos Mariano revelou que a cabeça era bem pesada no início e deu detalhes da rotina das gravações: “Melhorou depois de uns dois, três anos. Isso era uma das coisas que complicavam, era muito cansativo. A minha pesava três quilos, só que ficava toda na nuca, não era um peso distribuído, então, tinha que sustentar tudo no pescoço. Uma coisa é você ficar cinco, dez minutos, outra era gravar o dia inteiro. Era complicado. A gente gravava seis programas por semana, eram três por dia, mas em um processo longo, difícil. Daí o pessoal da equipe de produção conseguiu desenvolver um apoio para o rabo, para eu sentar quando não estivesse gravando e ter esse apoio para melhorar um pouco. A gente tirava a cabeça quando terminava de gravar um episódio. Durante a gravação de um programa inteiro eu não deveria tirar, porque borrava a maquiagem e ela era muito complicada, levava uma hora para fazer, era complexa. Então, todo mundo procurava se ajudar”, explicou.

As animações de abertura e de cenário do programa são de Flávio Del Carlo, com trilha sonora composta especialmente por Hélio Ziskind. Os desenhos animados exibidos no Glub Glub eram completamente diferentes e criativos reunindo, inclusive, filmes estrangeiros, sobre os mais variados e inusitados temas, além de uma série do cineasta Cao Hamburguer (o mesmo do “Castelo Rá-Tim-Bum”), produzida especialmente para a atração. Alemanha, Inglaterra e Tchecoslováquia foram alguns dos países de onde vieram as animações produzidas a partir de diferentes técnicas, como massinhas, bonecos, marionetes e recortes. Entre as séries infantis apresentadas no programa estavam: Socorró Vovô, Bertha e a Fábrica, Johnson e Seus Amigos, Arrume Tudo e Pare com Isso, Pumuckel, Nicolau e a Turma do Quintal, Salsicha & Salsichão, Turma do Bom Clima, Pingu Bully, Bojan, Plastinots, Morph, Zig & Zag, Ernest O Vampiro, Ric, O Pato Dínamo e Rua dos Pombos.

Essa sequência de fotos (de cima pra baixo, da esquerda pra direita) mostra como é a transformação da atriz Gisela Arantes em Glub (no meio). Estas fotos são dos bastidores da versão 2006 de Glub Glub, na TV Rá-Tim-Bum.

A audiência do Glub Glub chamava a atenção na época em que esteve no ar, chegando a ser exibida três vezes ao dia na Cultura. “À noite dava uma audiência absurda. Normalmente, a gente ficava em terceiro, às vezes, em segundo lugar em audiência naquela época. Dava dez pontos. Hoje, para a Cultura isso não existe a menor possibilidade. Um ponto já é motivo de orgulho, né? A gente dava 9, 10. À tarde era 4, 5, 6. Então, para a Cultura era uma coisa fantástica. E todos os outros programas infantis tinham audiência, todos eram maravilhosos. Emendava um no outro, engrenava um programa no outro. Foi uma fase de ouro”, disse o ator Carlos Mariano na mesma entrevista ao portal Terra. Com isso, o programa ficou no ar até o ano de 1994.

Em 2006, Glub Glub foi retomado com nova roupagem, mas com os mesmos atores do projeto original da Cultura. Dessa vez, a atração foi exibida no canal fechado TV Rá-Tim-Bum e trazia uma nova premissa: era voltado exclusivamente para a biologia marítima. E os peixes Glub e Glub apresentavam vídeos feitos pelo cinegrafista Lawrence Wabba, retratando a vida marinha. As chamadas “Histórias da Natureza”, inclusive, já tinham sido exibidas no ano 2000 na TV Record, dentro do programa “Eliana & Alegria”. Cada episódio tinha 2 minutos e meio e foram dirigidos por Rodrigo Astiz e Rubens Rosa, da produtora Canal Azul. Entre as Histórias da Natureza, Glub e Glub viviam uma pequena historinha com início, meio e fim, sempre ligando o conteúdo das histórias em seus diálogos.

Mesclando diversão e educação com conteúdo – algo difícil nas atrações consideradas infantis hoje em dia – Glub Glub é um dos programas que fazem falta na televisão brasileira atualmente. Por isso valeu a pena mergulhar um pouco mais nesse mar de nostalgia que esta atração deixou pra gente, concordam? #saudades