Falar de
um amigo é complicado, principalmente do calibre desta pessoa. E eu
não sei vocês, mas eu acredito em destino. Creio que as pessoas são
predestinadas, que tem uma missão para cumprir aqui na Terra. Às
vezes, essa missão pode nascer ainda no berço. Foi o que aconteceu
com essa personalidade que hoje está aqui no nosso #RGEntrevista.
Ele é paraense de Belém, filho de jornalista, e desde pequeno sabia
o que queria ser, e engana-se quem achava que era comunicador de
televisão. Ele queria ser jogador de futebol. Mas o destino - olha
só - fez com que ele optasse pela profissão de seu patriarca.
Resultado: se apegou às lentes das câmeras, evoluiu e, ao "se
arriscar" quando veio para Recife, comandou dois programas de
auditório de sucesso, o que lhe rendeu o título de Cidadão
Pernambucano. Casou-se com Sabrina Rocha, também jornalista, e é
pai do Fábio e da pequena Maria (a sua loucura, como costuma dizer).
Hoje, ele é âncora e editor-chefe de um telejornal que possui a vice-liderança
isolada de audiência em Pernambuco: o Jornal da Clube. Prestes a
completar 20 anos de carreira em 2014, não há dúvidas de que
Flávio Barra é exemplo singular de talento, profissionalismo,
dedicação e, acima de tudo, destinado a ter a televisão como parte
de sua vida.
RG na TV: Sua
identificação com o jornalismo podemos dizer que está no sangue.
Seu pai, Guilherme Barra, é um grande jornalista paraense, desde
pequeno você frequentava as redações e gostava até “de ver o
jornal rodar”. Soube também que chegou a vender jornais quando
criança para ter a sua independência financeira. Em que momento
você descobriu que era hora de correr atrás de seu lugar no mundo
da comunicação?
Flávio Barra: Quando
descobri que não podia ser jogador de futebol... (risos)
Ou seja, bem cedo. Na realidade sempre fui louco por futebol e TV e
tinha que aliar essas duas coisas. O jornalismo esportivo foi um
caminho natural pela influência em casa, com o meu pai, e pelas
minhas paixões. Fui levado a um caminho sem volta, ainda bem.
RG: Sua
formação em jornalismo foi na Universidade Federal do Pará, quando
ingressou em 1994. Foi ainda na faculdade que você começou a se
aproximar da televisão ou já era uma vontade sua?
Flávio: Como
eu disse, sempre foi um desejo gigante fazer TV e tive muita sorte.
Logo no primeiro semestre da faculdade eu consegui um estágio na TV
RBA/Band, em Belém, na editoria de esportes. Era tudo o que eu
queria. A partir daí, televisão virou minha casa. Agora que me
toquei que nesse ano que está chegando vou fazer 20 anos de
carreira... Putz, como tô véio! (risos)
RG: Seu
primeiro programa de TV foi ainda em Belém, numa emissora local. O
que mudou no Flávio que comandava seu primeiro programa para o atual
âncora do Jornal da Clube?
Flávio: Ave
Maria... mudou tudo! Não dá pra resumir assim. A vida ensina a
gente. Muita gente contribui para a sua formação, e o resultado de
um profissional vai muito além do esforço próprio. Mas a principal
mudança com certeza é a percepção da dimensão da
responsabilidade de comandar outros profissionais e um noticiário. O
poder de decisão é sedutor e extremamente perigoso. Quando se é
muito jovem você não pensa, só quer chegar lá.
Flávio Barra apresentou o vespertino Tribuna Show.
RG: Você
chegou em Recife no dia 07 de dezembro de 2000, disposto a conseguir
mais espaço na telinha. Acabou comandando dois programas de
auditório (“Muito Mais”, na TV Jornal e “Tribuna Show”, na
TV Tribuna), ambos sucessos de audiência. Você sente falta de
trabalhar na área do entretenimento ou esse ciclo já se encerrou na
sua carreira?
Flávio: Em
TV nada é definitivo, os ciclos se renovam. Claro que isso depende
de uma série de coisas, entre elas, de uma decisão própria. Nesse
momento não quero voltar a fazer programas de entretenimento. O
auditório me fez descobrir um talento que não sabia que tinha e
essa versatilidade só me ajuda, por isso que não posso dizer que
nunca mais faria. O que posso afirmar categoricamente é que hoje eu
não mudaria nada do que está acontecendo em minha carreira. Estou
muito, muito feliz!
RG: Em
agosto de 2006 você ganhou o título de Cidadão Pernambucano na
Assembleia Legislativa de Pernambuco. O que isso representou na sua
vida pessoal e profissional?
Flávio: Depois
do nascimento dos meus filhos, foi a maior emoção da minha vida.
Uma honra sem tamanho. Não dá para explicar.
RG: Foi no
ano de 2010 que você passou a trabalhar diretamente com o jornalismo
pernambucano ao se tornar um dos âncoras do telejornal Cotidiano, na
TV Tribuna. O que foi mais desafiador: trabalhar na redação e
apresentação de um jornal diário ou mostrar para os
telespectadores um Flávio Barra “mais sério”?
Flávio: Cara,
só foi mais um desafio. Não fiz nada do que eu já não tivesse
feito antes. O maior desafio na realidade foi apresentar programa de
auditório. Voltar para o que eu já tinha vivido em Belém, foi
muito tranquilo. A diferença hoje é o comando, a gestão de
pessoas. Nunca trabalho pra mostrar ao público o que eu sou ou
consigo fazer. Eu apenas trabalho, cumpro com minhas obrigações,
amo o que eu faço e só por isso, eu faço. Sou um rato de televisão
e um cavalo para trabalhar em qualquer área desse meio de
comunicação. Imagino o que passava na cabeça dos telespectadores
nessa fase de transição da minha carreira, mas isso não foi
decisivo pra mim.
Flávio Barra e Isly Viana na época do "Cotidiano", na TV Tribuna.
RG: Desde
que você se tornou âncora de telejornal aqui no estado, a sua
bancada sempre foi dividida com grandes jornalistas do nosso estado:
Camila Maciel, Júlia de Castro, Isly Viana e, atualmente, Nadya
Alencar. O que você aprendeu com elas? Já cogitou apresentar algo
sozinho?
Flávio: Não
penso em apresentar um telejornal sozinho. Pelo menos isso não passa
pela minha cabeça agora. Dividir a bancada com uma outra pessoa eu
acho ideal para esse formato de jornal. Todas essas maravilhosas
profissionais que você citou, foram e são importantíssimas pra mim
e lógico que o aprendizado é diário. Júlia de Castro mostra a
cada dia o quanto é talentosa, linda e versátil. Um potencial
maravilhoso. Minha amiga Camila Maciel é incrível, uma repórter
sensacional. Na bancada é puro charme. Isly Viana é uma jornalista
completa e até hoje tenho o prazer de trabalhar com ela. São três
anos de aulas diárias e muita admiração. A mulher não desliga,
pô! (risos). Devo
muito a ela, muito mesmo, inclusive a oportunidade de estar aqui na
TV Clube. Ela comprou a briga pela minha vinda pra cá. É
responsável por isso. Isly é dona do meu passe! Só faço o que ela
manda! (risos) Amo a
pessoa e a profissional que Isly é. Sou fã dela. Nos tornamos
grandes amigos e tenho muito orgulho disso. E até vir pra TV Clube,
não conhecia a Nadya. Pensei que fosse impossível, mas ela é mais
bonita pessoalmente. Por dentro ela é linda, uma grande parceira de
trabalho. Na bancada o que mais admiro é o poder de improviso dela.
É inacreditável a calma e a velocidade com que ela elabora textos
longos e fala como se tivesse tudo escrito. Impressionante! São
todas grandes mulheres.
RG: Mais
que levar informação com qualidade para o telespectador, sei que
você também tem um grande fraco por esportes. Pode falar um pouco
sobre essa paixão?
Flávio: Como
disse no início da entrevista, sou alucinado por esportes. Paixão
não se explica, né?! Creio que pelo fato de ter sido atleta talvez.
Pratiquei natação, capoeira, basquete muito tempo e sempre amei
futebol. O esporte é fundamental na minha vida.
RG: Além
do jornalismo esportivo, existe um Flávio Barra apaixonado por
música. Você já teve alguns projetos musicais reconhecidos pelo
público pernambucano. Há alguma novidade nesse sentido vindo por
aí?
Flávio: Sim,
sim... (risos) outro
vício! Tem um projeto sim, mas como a música se trata, hoje, de um
hobby, não sei exatamente quando vai rolar. Quero gravar umas coisas
próprias e com parceiros, mas isso vai levar um tempo pra acontecer.
Por enquanto estou só caneando com os amigos. No carnaval, a convite
do meu grande amigo, o percussionista Mauricinho Luz, vou participar
de alguns arrastões com o Fábrica de Samba, em Olinda. Serão 30
percussionistas nas ladeiras. Vou cantar com outros convidados um
repertório bem legal.
Flávio Barra apresenta o Jornal da Clube junto com Nadya Alencar.
RG: Desde
janeiro deste ano você comanda o Jornal da Clube ao lado de Nadya
Alencar, na TV Clube/Record. E mais que apresentar, ainda exerce o cargo de editor-chefe
do telejornal. Em entrevistas da época, você colocou que gostaria
de contribuir ainda mais para um crescimento da atração, que já
tinha uma vice-liderança isolada de audiência. Fechando este
primeiro ano, você acha que essa promessa vem sido cumprida? O que
podemos esperar do Jornal da Clube em 2014?
Flávio: Graças
a Deus, a vice-liderança está consolidada. O crescimento do Jornal
da Clube foi acima do esperado pra este ano. Conseguimos bater
recordes históricos do horário e da emissora. Em 2014 o que pode se
esperar é mais crescimento, temos espaço pra isso. Ainda tem muita
gente pra conquistar. Com a seriedade, compromisso do nosso trabalho
e a forma que a gente propõe na hora de transmitir a notícia isso
fatalmente vai acontecer. Tenho fé.
Não
tinha maneira melhor de fechar o ano de 2013 com uma das melhores
entrevistas desse blog até hoje. Obrigado, Flávio! =)