segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

RG ENTREVISTA #07: FLÁVIO BARRA


Falar de um amigo é complicado, principalmente do calibre desta pessoa. E eu não sei vocês, mas eu acredito em destino. Creio que as pessoas são predestinadas, que tem uma missão para cumprir aqui na Terra. Às vezes, essa missão pode nascer ainda no berço. Foi o que aconteceu com essa personalidade que hoje está aqui no nosso #RGEntrevista. Ele é paraense de Belém, filho de jornalista, e desde pequeno sabia o que queria ser, e engana-se quem achava que era comunicador de televisão. Ele queria ser jogador de futebol. Mas o destino - olha só - fez com que ele optasse pela profissão de seu patriarca. Resultado: se apegou às lentes das câmeras, evoluiu e, ao "se arriscar" quando veio para Recife, comandou dois programas de auditório de sucesso, o que lhe rendeu o título de Cidadão Pernambucano. Casou-se com Sabrina Rocha, também jornalista, e é pai do Fábio e da pequena Maria (a sua loucura, como costuma dizer). Hoje, ele é âncora e editor-chefe de um telejornal que possui a vice-liderança isolada de audiência em Pernambuco: o Jornal da Clube. Prestes a completar 20 anos de carreira em 2014, não há dúvidas de que Flávio Barra é exemplo singular de talento, profissionalismo, dedicação e, acima de tudo, destinado a ter a televisão como parte de sua vida.


RG na TV: Sua identificação com o jornalismo podemos dizer que está no sangue. Seu pai, Guilherme Barra, é um grande jornalista paraense, desde pequeno você frequentava as redações e gostava até “de ver o jornal rodar”. Soube também que chegou a vender jornais quando criança para ter a sua independência financeira. Em que momento você descobriu que era hora de correr atrás de seu lugar no mundo da comunicação?
Flávio Barra: Quando descobri que não podia ser jogador de futebol... (risos) Ou seja, bem cedo. Na realidade sempre fui louco por futebol e TV e tinha que aliar essas duas coisas. O jornalismo esportivo foi um caminho natural pela influência em casa, com o meu pai, e pelas minhas paixões. Fui levado a um caminho sem volta, ainda bem.

RG: Sua formação em jornalismo foi na Universidade Federal do Pará, quando ingressou em 1994. Foi ainda na faculdade que você começou a se aproximar da televisão ou já era uma vontade sua?
Flávio: Como eu disse, sempre foi um desejo gigante fazer TV e tive muita sorte. Logo no primeiro semestre da faculdade eu consegui um estágio na TV RBA/Band, em Belém, na editoria de esportes. Era tudo o que eu queria. A partir daí, televisão virou minha casa. Agora que me toquei que nesse ano que está chegando vou fazer 20 anos de carreira... Putz, como tô véio! (risos)

RG: Seu primeiro programa de TV foi ainda em Belém, numa emissora local. O que mudou no Flávio que comandava seu primeiro programa para o atual âncora do Jornal da Clube?
Flávio: Ave Maria... mudou tudo! Não dá pra resumir assim. A vida ensina a gente. Muita gente contribui para a sua formação, e o resultado de um profissional vai muito além do esforço próprio. Mas a principal mudança com certeza é a percepção da dimensão da responsabilidade de comandar outros profissionais e um noticiário. O poder de decisão é sedutor e extremamente perigoso. Quando se é muito jovem você não pensa, só quer chegar lá.

Flávio Barra apresentou o vespertino Tribuna Show.

RG: Você chegou em Recife no dia 07 de dezembro de 2000, disposto a conseguir mais espaço na telinha. Acabou comandando dois programas de auditório (“Muito Mais”, na TV Jornal e “Tribuna Show”, na TV Tribuna), ambos sucessos de audiência. Você sente falta de trabalhar na área do entretenimento ou esse ciclo já se encerrou na sua carreira?
Flávio: Em TV nada é definitivo, os ciclos se renovam. Claro que isso depende de uma série de coisas, entre elas, de uma decisão própria. Nesse momento não quero voltar a fazer programas de entretenimento. O auditório me fez descobrir um talento que não sabia que tinha e essa versatilidade só me ajuda, por isso que não posso dizer que nunca mais faria. O que posso afirmar categoricamente é que hoje eu não mudaria nada do que está acontecendo em minha carreira. Estou muito, muito feliz!

RG: Em agosto de 2006 você ganhou o título de Cidadão Pernambucano na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O que isso representou na sua vida pessoal e profissional?
Flávio: Depois do nascimento dos meus filhos, foi a maior emoção da minha vida. Uma honra sem tamanho. Não dá para explicar.

RG: Foi no ano de 2010 que você passou a trabalhar diretamente com o jornalismo pernambucano ao se tornar um dos âncoras do telejornal Cotidiano, na TV Tribuna. O que foi mais desafiador: trabalhar na redação e apresentação de um jornal diário ou mostrar para os telespectadores um Flávio Barra “mais sério”?
Flávio: Cara, só foi mais um desafio. Não fiz nada do que eu já não tivesse feito antes. O maior desafio na realidade foi apresentar programa de auditório. Voltar para o que eu já tinha vivido em Belém, foi muito tranquilo. A diferença hoje é o comando, a gestão de pessoas. Nunca trabalho pra mostrar ao público o que eu sou ou consigo fazer. Eu apenas trabalho, cumpro com minhas obrigações, amo o que eu faço e só por isso, eu faço. Sou um rato de televisão e um cavalo para trabalhar em qualquer área desse meio de comunicação. Imagino o que passava na cabeça dos telespectadores nessa fase de transição da minha carreira, mas isso não foi decisivo pra mim.

Flávio Barra e Isly Viana na época do "Cotidiano", na TV Tribuna.

RG: Desde que você se tornou âncora de telejornal aqui no estado, a sua bancada sempre foi dividida com grandes jornalistas do nosso estado: Camila Maciel, Júlia de Castro, Isly Viana e, atualmente, Nadya Alencar. O que você aprendeu com elas? Já cogitou apresentar algo sozinho?
Flávio: Não penso em apresentar um telejornal sozinho. Pelo menos isso não passa pela minha cabeça agora. Dividir a bancada com uma outra pessoa eu acho ideal para esse formato de jornal. Todas essas maravilhosas profissionais que você citou, foram e são importantíssimas pra mim e lógico que o aprendizado é diário. Júlia de Castro mostra a cada dia o quanto é talentosa, linda e versátil. Um potencial maravilhoso. Minha amiga Camila Maciel é incrível, uma repórter sensacional. Na bancada é puro charme. Isly Viana é uma jornalista completa e até hoje tenho o prazer de trabalhar com ela. São três anos de aulas diárias e muita admiração. A mulher não desliga, pô! (risos). Devo muito a ela, muito mesmo, inclusive a oportunidade de estar aqui na TV Clube. Ela comprou a briga pela minha vinda pra cá. É responsável por isso. Isly é dona do meu passe! Só faço o que ela manda! (risos) Amo a pessoa e a profissional que Isly é. Sou fã dela. Nos tornamos grandes amigos e tenho muito orgulho disso. E até vir pra TV Clube, não conhecia a Nadya. Pensei que fosse impossível, mas ela é mais bonita pessoalmente. Por dentro ela é linda, uma grande parceira de trabalho. Na bancada o que mais admiro é o poder de improviso dela. É inacreditável a calma e a velocidade com que ela elabora textos longos e fala como se tivesse tudo escrito. Impressionante! São todas grandes mulheres.

RG: Mais que levar informação com qualidade para o telespectador, sei que você também tem um grande fraco por esportes. Pode falar um pouco sobre essa paixão?
Flávio: Como disse no início da entrevista, sou alucinado por esportes. Paixão não se explica, né?! Creio que pelo fato de ter sido atleta talvez. Pratiquei natação, capoeira, basquete muito tempo e sempre amei futebol. O esporte é fundamental na minha vida.

RG: Além do jornalismo esportivo, existe um Flávio Barra apaixonado por música. Você já teve alguns projetos musicais reconhecidos pelo público pernambucano. Há alguma novidade nesse sentido vindo por aí?
Flávio: Sim, sim... (risos) outro vício! Tem um projeto sim, mas como a música se trata, hoje, de um hobby, não sei exatamente quando vai rolar. Quero gravar umas coisas próprias e com parceiros, mas isso vai levar um tempo pra acontecer. Por enquanto estou só caneando com os amigos. No carnaval, a convite do meu grande amigo, o percussionista Mauricinho Luz, vou participar de alguns arrastões com o Fábrica de Samba, em Olinda. Serão 30 percussionistas nas ladeiras. Vou cantar com outros convidados um repertório bem legal.

Flávio Barra apresenta o Jornal da Clube junto com Nadya Alencar.

RG: Desde janeiro deste ano você comanda o Jornal da Clube ao lado de Nadya Alencar, na TV Clube/Record. E mais que apresentar, ainda exerce o cargo de editor-chefe do telejornal. Em entrevistas da época, você colocou que gostaria de contribuir ainda mais para um crescimento da atração, que já tinha uma vice-liderança isolada de audiência. Fechando este primeiro ano, você acha que essa promessa vem sido cumprida? O que podemos esperar do Jornal da Clube em 2014?
Flávio: Graças a Deus, a vice-liderança está consolidada. O crescimento do Jornal da Clube foi acima do esperado pra este ano. Conseguimos bater recordes históricos do horário e da emissora. Em 2014 o que pode se esperar é mais crescimento, temos espaço pra isso. Ainda tem muita gente pra conquistar. Com a seriedade, compromisso do nosso trabalho e a forma que a gente propõe na hora de transmitir a notícia isso fatalmente vai acontecer. Tenho fé.


Não tinha maneira melhor de fechar o ano de 2013 com uma das melhores entrevistas desse blog até hoje. Obrigado, Flávio! =)

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