RG CRÍTICA #42: A EXCITANTE VOLTA DE 'AMOR E SEXO'

Fernanda Lima e companhia estrearam nova temporada em novo dia e horário na Globo. O resultado foi bom para todos nós!

RG INDICA #60: LEITURA DINÂMICA

Revista eletrônica da RedeTV! mostra que existe vida para programas desse gênero além dos domingos.

RG CRÍTICA #41: RETROSPECTIVA 2015

Confira o que foi destaque na TV aberta neste ano.

RG INDICA #59: ESPECIAL DE NATAL 2015

Confira a programação especial da TV aberta para celebrar a noite de Natal.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

RG A CABO #03: A SEGUNDA VEZ (MULTISHOW)

Marcos Palmeira protagoniza série focada em prostituição.

Marcos Palmeira cercado de beldades no novo seriado do Multishow.

Um jornalista perde o emprego e a mulher no mesmo dia. Se vendo obrigado a mudar completamente a sua vida, acaba virando um "cafetão" no sensual e perigoso mundo da prostituição de luxo de São Paulo. Esse é o mote da série "A Segunda Vez", protagonizado por Marcos Palmeira, que está no ar no canal Multishow de segunda a sexta às 22h30.

A trama é baseada no livro “A Segunda Vez Que Te Conheci”, escrito por Marcelo Rubens Paiva, e terá 15 episódios. Sua estreia no canal fechado foi no dia 11 de agosto. A série foi gravada entre janeiro e fevereiro desse ano e custou aproximadamente 3 milhões de reais. Além de explorar o mundo das prostitutas, será abordado questões como bissexualidade, algo comum entre as moças desse meio.

Na sinopse, Raul (Marcos Palmeira) é um jornalista que acaba indo morar num flat num bairro nobre de São Paulo, emprestado pelo seu melhor amigo, Luiz Mário (Fabrício Belsoff). Numa visita à piscina do novo prédio, Raul se vê rodeado de mulheres lindas, que ele descobre ser garotas de programa "de luxo" que vivem por ali. O jornalista logo fica fascinado com Carla (Letícia Persiles) e concorda em ajudá-la em um programa, decisão que mudaria sua vida.

Palmeira vive um jornalista que vira cafetão em São Paulo.

À medida em que seu casamento com Ariela (Priscila Sol) desmorona, Raul se vê cada vez mais envolvido com o mundo de Carla e suas amigas. Com ajuda de Luiz Mario e Fabi (Nathália Rodrigues), a melhor amiga (gostosa) de sua ex-mulher, o jornalista se joga de cabeça numa empreitada que vai mudar a cara da prostituição de luxo na capital paulista e colocá-lo em rota de colisão com o cafetão Aquiles Perrone (Roney Villela).

No meio do caminho, entre o prazer e o trabalho, Raul acaba mudando a vida de meninas como Luiza (Monique Alfradique), Michela (Gabriella Greco), Gabriela (Eline Porto) e Janaína (Camila Lucciona), cada uma com seus sonhos, passados e conflitos. Mas Marcos Palmeira adverte: “Raul não é pegador. Ele está focado em sua ex-mulher, ainda está apaixonado por ela”, justifica.

Se o seriado tiver boa aceitação do público, uma segunda temporada não é descartada pela equipe: “Do ponto de vista do canal e nosso, é 100% a vontade de fazer uma nova temporada e deixamos o gancho pra segunda temporada. A série é baseada no livro, mas pode se desgrudar dele a cada temporada”, acredita o produtor Gil Ribeiro, da Conspiração Filmes. Caso essa segunda temporada se concretize, uma das ideias é mostrar como seria a vida de Raul transformado após a experiência com as meninas. “A Segunda Vez” é uma série dirigida por César Rodrigues, que tem em seu currículo a série “Vai Que Cola” (também do Multishow) e o filme “Irmã Dulce”.

De acordo com o site Multishow, o seriado é exibido de segunda a sexta, às dez e meia da noite, com horário alternativo de terça a sábado à 1h30 da madrugada.

SINTONIZE NA TV A CABO: O Multishow está disponível em todas as operadoras no Canal 42.

RG ENTREVISTA #09: GUSTAVO ALMEIDA

Gestor de Programação da TVU Recife tem um papo franco sobre televisão.

Gustavo tá na TVU desde 2012.

“...Pra que emprego, que coisa chata! / Aproveite o Carnaval / Mesmo sem luz, proteção, nem dinheiro / Por favor, não mude o canal...”. O trecho da música “Seu Mestre Mandou”, de Pitty, mostra um pouco da influência que recebemos da televisão, que a cada dia se mostra uma faca de dois gumes. Nos divertimos, mas também nos iludimos. Nos informamos, mas também nos enganamos. O #RGnaTV sempre mostra o lado positivo e bacana da telinha, mas é bastante oportuno mostrar também um lado crítico sobre esse, ainda imponente, veículo de comunicação. E acho que consegui falar com uma pessoa certa para esse #RGEntrevista. Gustavo Almeida é diretor de programação da TV Universitária, em Recife. Nesta pequena-grande conversa, além de falar da sua carreira, o também editor do blog colaborativo Recortes do Todo falou um pouco sobre TV pública, o posicionamento da mídia sobre manifestações como o “Ocupe Estelita” e os aspectos positivos e negativos do que temos na TV aberta atualmente.

RG na TV: Como você veio parar na área de comunicação? Era uma vontade sua? Pode contar um pouco da sua trajetória?
Gustavo Almeida: Lembro-me de, ainda criança, dizer em casa que queria morar dentro da televisão, de tanto que eu gostava de ficar sintonizado! Fiz Comunicação Social com habilitação em Rádio & TV na UFPE e, no mesmo período, também cursei o profissionalizante de nível médio em Radialismo, na antiga Escola Técnica Federal de PE, hoje IFPE. Um ano e meio era a duração desse curso. Terminei-o quando estava no quarto semestre do curso superior (1998). Fui solicitar um estágio na Rede Globo Nordeste e consegui. Assim que eu entrei, surgiu uma vaga para um cargo efetivo, candidatei-me e depois de um rigoroso processo seletivo, que durou um mês, eu fui contratado.
Ali começava, efetivamente, minha carreira profissional. Na Globo eu fui produtor e redator de promoções da Programação e coordenador de transmissão ao vivo e de gravações especiais, além de desenvolver também outras atividades correlatas. Fiz alguns intercâmbios na sede da empresa no RJ e também em SP, foi uma boa escola. Saí de lá para ser gerente de Produção e Programação da TV Jornal. Fiquei quase 3 anos na emissora do Sistema JC. Durante minha passagem por lá, ingressei no mestrado em Comunicação da UFPE, com pesquisa sobre o discurso autopromocional da televisão brasileira. A saída da TV Jornal coincidiu com a conclusão do mestrado e minha decisão de seguir carreira acadêmica. Tornei-me professor de Comunicação e passei a lecionar em algumas faculdades. Ainda voltei pra Globo e passei mais 1 ano meio. Em 2011 dirigi um programa televisivo sobre moda e comportamento (“Casa de Botão” – 23 programas), fruto de um projeto da Plano 9 Produções, incentivado pelo Funcultura. Eu diria que isso resume a minha trajetória até 2012.

RG: Hoje você é responsável pelo setor de programação da TV Universitária, mas dentro da emissora você já foi apresentador e diretor, certo? Quanto tempo você está na casa e como é a sua relação com o canal?
Gustavo: Entrei na TVU em 2012, no cargo de diretor de produção, através de aprovação em concurso público, pois a emissora faz parte do NTVRU, Núcleo de TV e Rádios Universitárias da UFPE, ou seja, voltei para a Universidade que me formou, agora não mais como estudante de graduação e de mestrado, mas sim como servidor. Na emissora, já desempenhei algumas variadas atividades, sempre ligadas às áreas de produção e programação. Não fui apresentador, mas locutor, produtor e redator de chamadas, coordenador de transmissão ao vivo, diretor de documentário, diretor de programa, produtor, roteirista de programação e, desde julho/2014, estou como gestor do departamento de Programação, buscando participar ativamente do projeto de reestruturação organizacional em curso.

RG: Desde o início de 2013, a TVU começou a investir numa nova identidade visual e no slogan "Nossa TV Pública". Poderia falar um pouco sobre o que é uma TV pública e como tem sido a atuação da TV Universitária nesse meio?
Gustavo: Essa pergunta pede uma longa resposta, bem maior do que as anteriores, não cabe aqui nessa entrevista, talvez em outro espaço, mas tentarei esclarecer em linhas gerais.
Historicamente, em 1950, a televisão no Brasil surgiu comercial, diferentemente do que ocorreu nos mais importantes países da Europa, berço da televisão e da comunicação pública. Em nosso país, a televisão pública só veio surgir em 1968, exatamente com a inauguração da TV Universitária do Recife, que foi, na verdade, a primeira emissora educativa e que tinha algumas, poucas, características do que se entendia como televisão pública no resto do mundo. A confusão conceitual não é de hoje, começou naquela época. Em 2007, o Governo Lula criou a EBC – Empresa Brasil de Comunicação, fazendo surgir também a nova TV pública nacional, a TV Brasil. A TVU Recife tornou-se parceira da EBC e passou a ter como sua rede geradora a TV Brasil.
História à parte, pode-se dizer que a TV pública tem como princípios, entre outros, a pluralidade de temas, produção de conteúdo – artístico, cultural e jornalístico – sem subordinação a interesses comerciais e, principalmente, que tem sua grade de programação construída coletivamente com a sociedade, representada por alguns cidadãos, indicados pela própria sociedade, em diversos conselhos e comitês das emissoras, tais como conselho curador, conselho de programação ou comitê de conteúdo. Na televisão pública, os comunicadores e demais profissionais não devem estar a serviço de um empresário concessionário de canal de radiodifusão, como nos canais comerciais, e sim a serviço do povo. O cidadão contribuinte é o seu “patrão”. De tal modo que a pluralidade de temas, a qual eu me referi, deve trazer à tona a vastidão de sujeitos, culturas, etnias e outras características que marcam a sociedade, sempre respeitando as pessoas. A participação social, além da presença em conselhos e comitês, deve se dar também através da produção dita independente, isto é, a que não é feita por profissionais da própria emissora, buscando assim garantir diversidade e diversificação de olhares e percepções de variados produtores e diretores de conteúdo.
Em suma é isso, mas reforço o que disse no início da resposta, o debate sobre TV pública é muito amplo para se esgotar aqui nessa breve entrevista. Antes de terminar a resposta, sugiro uma leitura atenta ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular que está circulando no país. Este projeto, popularmente chamado de Lei da Mídia Democrática, pretende, primeiramente, conseguir a regulamentação constitucional dos itens que versam sobre a Comunicação Social e, a partir daí, criar regras e definir ferramentas de controle social sobre os veículos de comunicação eletrônica no Brasil. O projeto está na íntegra apresentado no site www.paraexpressaraliberdade.org.br.

"Não se tem comunicação social e sim comunicação capital."
(Gustavo Almeida, sobre a cobertura da imprensa local do "Ocupe Estelita")

RG: Alguns programas da TVU saíram do ar esse ano, tais como o Curta Pernambuco (que era o programa mais antigo da emissora até então) e o Cinema 11. Poderia dizer quais os motivos? Eles voltarão?
Gustavo: Os referidos programas saíram da grade por força de um projeto de reestruturação organizacional que a atual gestão do NTVRU está empreendendo desde fevereiro de 2014. A partir da escassez do quadro de servidores e de cortes da UFPE no número de bolsas para estudantes, entre outras coisas, o corpo gestor adotou a estratégia de eleger algumas prioridades, no caso da produção de conteúdo a prioridade deste ano foi dada ao programa de debate Opinião Pernambuco, assim, o Curta PE e o Cinema 11 foram retirados da grade. Mas a proposta da reestruturação prevê uma faixa de programação dedicada à cadeia produtiva do audiovisual local ainda maior do que os 30 minutos semanais de cada programa que saiu. A gestão do NTVRU e a UFPE entendem a importância da produção cultural e audiovisual que vem destacando Pernambuco no cenário nacional e também na esfera internacional e pretende destinar uma (ou mais de uma) faixa horária especialmente voltada à veiculação de produções audiovisuais pernambucanas. Se os programas vão voltar ou não, só saberemos quando o Comitê de Conteúdo do Núcleo estiver atuando efetivamente, algo previsto ainda para 2014.

RG: A televisão pernambucana - na verdade, a imprensa do estado como um todo - tem sido questionada atualmente por levar ao seu público uma visão muito parcial de casos de grande relevância na nossa sociedade, como o movimento #OcupeEstelita. Qual o seu ponto de vista sobre este caso e a falta de espaço desse assunto à população?
Gustavo: Minha opinião é objetiva, tal e qual a objetividade do mercado publicitário, que mantém as emissoras comerciais. Esse tema não tem espaço nos canais comerciais e jornais porque a indústria em torno dos empreendimentos imobiliários é uma das principais anunciantes desses veículos. A linha editorial do veículo termina subordinada ao seu departamento comercial. E isso não é exclusividade de Pernambuco. Na verdade, digo que não se tem comunicação social e sim comunicação capital.

RG: Estamos na época da TV digital. E o processo de desligamento do sinal analógico já foi determinado por lei em todo o Brasil, embora só seja concluído no final de 2018. Qual a visão da TV Universitária sobre esse assunto?
Gustavo: A UFPE está atenta e muito interessada na migração do sinal analógico para o digital, até porque esse é um processo sem volta. Projetos para essa finalidade estão em curso dentro do Núcleo e sendo acompanhados pela Universidade, tudo dentro das exigências do Ministério das Comunicações.

RG: Pra você, o que falta na televisão aberta atualmente?
Gustavo: Programas de entretenimento com mais criatividade e mais respeito ao cidadão. Jornalismo livre do mercantilismo da comunicação capital e que provoque reflexão sem impor, implícita ou explicitamente, a opinião e/ou ideologia da emissora. Aliás, acho que a empresa/emissora deveria ser obrigada por lei a informar ao cidadão qual a sua linha ideológica e editorial. Isso posto as pessoas seriam menos manipuladas por discursos subliminares e tendenciosos, mentirosamente chamados pelas emissoras de imparciais.

Gustavo tiraria do ar qualquer programa que desrespeite 
os seres vivos.

RG: E na televisão pernambucana?
Gustavo: Sou muito crítico em relação ao que é produzido pelas emissoras de Pernambuco. Não vejo nada de inovador nos programas de produção artística e cultural e nem vejo um jornalismo livre, social e positivamente diferenciado. Com a reestruturação, a TVU Recife pretende preencher essa lacuna, sobretudo, porque faz parte de uma de suas premissas básicas, se vai conseguir ou não, o tempo dirá. Tomara que sim!

RG: O que já te divertiu e o que te diverte na televisão hoje em dia?
Gustavo: Sempre gostei muito de programas musicais e esportivos. Com a chegada da TV por assinatura e seus canais segmentados, passei a ver, com muito prazer, documentários, que é um gênero que não tem espaço na TV aberta, infelizmente. Hoje, com a novidade do conteúdo sob demanda e com a vasta gama de possibilidades que a Internet oferece, tenho me divertido com alguns produtos, programas e canais alternativos nessa multifacetada plataforma, mas usando o suporte televisivo conectado à Internet para assistir. Na televisão aberta continuo vendo programas de esportes e transmissões esportivas. Nos canais por assinatura, documentários dos mais diversos e shows/programas musicais.

RG: O que você tiraria do ar definitivamente?
Gustavo: Qualquer programa ou produto que desrespeite os seres vivos.

Entrevista incrível! Obrigado, Gustavo!

RG RELEMBRA #11: FICA COMIGO

Vamos contar a história do programa de namoro que foi sensação na antiga MTV Brasil.

Fernanda Lima apresentou o programa de namoro.

A data é 02 de Outubro de 2000. Naquela segunda-feira, às dez da noite, com abertura ao som de “Os Mano, As Mina”, do rapper Xis, entrava no ar na extinta MTV Brasil, a primeira edição do “Fica Comigo”, apresentado pela gaúcha Fernanda Lima. Sem pretensão alguma de ser alguma agência de matrimônios ou de resolver os problemas sentimentais de todo mundo, este novo programa chegava para mostrar como os jovens e adolescentes se relacionavam naquela época (não que fosse muito diferente hoje em dia, mas...). A direção deste programa semanal ficou a cargo de Rick Ostrower.

“Fica Comigo” funcionava da seguinte maneira: a cada mês eram selecionados quatro Queridos (dois homens e duas mulheres dispostos a arrumar um(a) namorado(a)). Em cada programa, um Querido escolhia quatro interessados, que se inscreviam pela internet para paquerá-lo. No palco da atração, Querido e Interessados estavam lá, mas não se viam em momento algum. No centro, Fernanda Lima conversava com os pretendentes e, ao lado, ficava o desejado da noite, apenas ouvindo tudo. E os interessados viam o Querido pelo telão.

A cada bloco do programa, um pretendente era eliminado. E os critérios de eliminação eram os mais diversos: pelo papo, pela voz, maneira de pensar, pelo toque de mãos e até pelo cheiro – nestes dois últimos sempre com os olhos do alvo vendados. E então, no fim do programa, o Querido via enfim a última pessoa restante (escolhida) e decidia com um beijo na boca ou no rosto se topava ou não ficar com ela. Tudo isso ao som de uma música escolhida pela pessoa desejada e depois de ouvir do pretendente a pergunta-título da atração: “Fica Comigo?”

Fernanda Lima fez a alegria de meninas e meninos.

Não demorou muito para que o programa virasse mania entre os jovens e a medida que a popularidade crescia, ficava melhor a cada semana. Mas a MTV queria mais. Queria causar. E assim, em junho de 2001, veio a decisão de fazer uma edição gay do “Fica Comigo”. Mas para fazer direito, o elenco dessa versão do programa – foram 600 pretendentes – foi submetido a vários testes. No fim, o Querido foi escolhido, e Conrado, com 29 anos na época, protagonizou o primeiro beijo gay entre homens no horário nobre da TV aberta brasileira.

As lésbicas também tiveram uma edição especial para chamar de sua. No dia 04 de outubro de 2002 foi levado ao ar o “Fica Comigo Gay – Meninas”. Segundo matérias da época, o programa foi gravado com muita descontração, algumas risadas nervosas e várias cantadas para Fernanda Lima, que vestia um minúsculo vestido azul provocante. Ao falar o nome do programa, ela ouviu de uma das participantes: “Eu fico com você”. Fernanda brincou, constrangida: “Eu ainda não tive experiências com mulheres”, revelando depois que algumas a chamaram de “gostosa” durante a gravação.

O “Fica Comigo” também apresentou outras versões especiais. Uma com um Querido famoso, como o Leandro, do KLB, e outra que quebrou o estereótipo jovem do programa: "Fica Comigo - A Vida Começa Aos 40", que também foi ao ar em outubro de 2002. Na época, o Querido escolhido foi Gilmar Falamesca, de 46 anos, que recebeu cerca de 400 inscrições de interessadas da mesma faixa etária.

Este é um trecho do 1º Fica Comigo Gay. Confira!

Apesar do sucesso, falava-se nos bastidores que a apresentadora Fernanda Lima não era tão fácil de lidar na época de “Fica Comigo”. A versão foi confirmada por Zico Góes, ex-diretor da emissora, no livro “MTV, bota essa p#@% pra funcionar!”, cujo lançamento oficial foi em março. Na publicação, ele disse: “Ela já era uma celebridade quando se tornou VJ, algo com que nunca havíamos lidado. Tinha empresário e fazia campanhas fora da emissora. Era um pouco marrenta, exigente e difícil de lidar. Ficava sempre nos melhores hotéis quando viajava a trabalho; trazia seu próprio figurinista e não queria saber do nosso maquiador. Queria, enfim, ser o tempo todo paparicada pela MTV. (…) Lembro-me de ter me irritado com ela e seu empresário uma vez: ‘Ei, eu também tenho ego e vocês nunca me mandaram flores!’. Gastamos mais com Fernanda Lima que com outros VJs da casa, mas valeu a pena. Ela era uma apresentadora de alto nível”, declarou.

“Fica Comigo” ficou no ar até 15 de dezembro de 2003, quando Fernanda Lima deixou a MTV. Depois disso, a emissora musical criou outros programas de namoro como “Beija Sapo” (que teve grande sucesso e foi apresentado por Daniella Cicarelli), “A Fila Anda” e “Luv MTV”. O fato é que esta atração ficou marcada na cabeça dos jovens da época e acabou popularizando o ato de “sair ficando” por aí. E você, fica comigo? :P

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

RG PE #09: OPINIÃO PERNAMBUCO

O tradicional programa de debates da TV Universitária volta a ser veiculado ao vivo.

O programa da TVU tem quase 14 anos de existência.

Após um período de reformulação, paralisação e reprises, o programa de debates “Opinião Pernambuco”, da TV Universitária (Canal 11), voltou a ser apresentado ao vivo a partir da última segunda, 18 de agosto. No ar de segunda a sexta-feira às 19h30, a atração tem participação direta do público e é apresentado pelos jornalistas Valdir Oliveira, Stella Maris, Andreia Rocha e Haymone Neto.

O programa Opinião Pernambuco foi concebido a partir do novo conceito da Rede Pública de Televisão (RPTV), e está no ar desde de setembro de 2000. Na época, a TV Cultura de São Paulo e a TVE do Rio de Janeiro (hoje TV Brasil) produziam o Opinião Brasil. No horário seguinte, cada emissora da rede realizava um programa de 10 minutos, diariamente, em seu estado. Em Pernambuco, o programa estreou em 14 de outubro do mesmo ano.

Quase 14 anos depois de sua estreia, um projeto de reestruturação organizacional que a atual gestão do NTVRU (Núcleo de TV e Rádio Universitária, da UFPE) está realizando desde fevereiro desse ano, fez com que o corpo gestor adotasse a estratégia de eleger algumas prioridades na produção de conteúdo. De acordo com o diretor de programação Gustavo Almeida, a prioridade este ano foi dada ao Opinião Pernambuco, daí o seu retorno nessa semana. (Mais detalhes no #RGEntrevista com o Gustavo Almeida, clique aqui).

Além do debate ao vivo, telespectadores também participam.

Durante essa semana de “reestreia”, muitos assuntos polêmicos estão em pauta. Amanhã (21), o tema será o direito dos animais. E na sexta (22), o assunto será a adoção de crianças na segunda infância. Estarão presentes o Juizado da Segunda Vara da Infância e o Serviço de Orientação à Filiação Adotiva – SOFIA, que realiza pesquisa sobre o perfil de pais adotivos. O telespectador pode fazer perguntas aos convidados por telefone ligando para o número 3423-8895.

Com produção de Ricardo Araújo e Josimar Parahyba, o “Opinião Pernambuco” tem a direção do jornalista Bráulio Brilhante. Todos são ligados à Coordenação de Jornalismo da TVU, sob batuta da jornalista Kéthuly Góes.

RG CRÍTICA #33: PROGRAMA DA SABRINA

Prestes a completar quatro meses no ar, a japa pode comemorar o sucesso da sua atração.

Sabrina Sato tem se saído bem nas noites de sábado da Record.

Espontaneidade. Não existe outra palavra que defina a apresentadora Sabrina Sato diante das câmeras da Rede Record a frente do seu “Programa da Sabrina”. A atração, que estreou no dia 26 de abril, foi uma das grandes apostas da emissora dos bispos em 2014. E o resultado está aí: vice-liderança garantida nas noites de sábado, a partir das 20h30.

Mas para conseguir números mais satisfatórios para o canal, o Programa da Sabrina já passou por algumas mudanças bem nítidas, a começar pelo investimento em matérias externas com a japonesa. Na edição do último sábado (16), foram quase 40 minutos de VT com Sabrina explorando as “Figurinhas do Brasil” em Fortaleza. Bastante à vontade, a morena provou da culinária local num mercado público, conheceu um encantador de calangos e entrou sertão a dentro para conhecer um motoqueiro deficiente visual. Essa tamanha liberdade dada à apresentadora passa uma ligeira impressão de que quase não há roteiro, mas aí é grande mágica: com a japa fora do script, a matéria se torna mais interessante de assistir.

Além do cenário, talvez o único quadro que permanece fixo desde sua estreia é o ótimo “Balão da Sabrina”, uma espécie de arquivo confidencial com um toque mais criativo. Através de uma sequência de imagens que simulam uma viagem de balão, o artista vê depoimentos não só de pessoas queridas suas, como também revê lugares que foram especiais em sua história. No último sábado, o cantor Belo fez a viagem imaginária, levando o pagodeiro a ficar emocionado.

Sabrina recebeu os cantores Belo e Léo Santana no último sábado (16).

Os números de audiência da atração também não consegue ser de todo ruim. De acordo com dados da Rede Record, a média de Sabrina desde a sua estreia é de 7 pontos, contra 5,6 da terceira colocada. Em relação ao mesmo período do ano passado, o 'Programa da Sabrina' registrou um crescimento de 11% no ibope. Cada ponto de audiência equivale a 65 mil domicílios na Grande São Paulo.

Com tanto êxito nas noites de sábado, Sabrina Sato prova que não só consegue fazer sucesso sozinha após sair do Pânico na Band, como também entrega um produto mais interessante e mais família do que o humorístico a qual ela pertencia. E mesmo que muitos críticos de televisão reclamem de detalhes como o tom de voz alterado da japonesa, mesmo com microfone, esse é o jeito espontâneo de Sabrina ser e é assim que o público que a assiste gosta de ver. Essa é a “verrrdade”.

RG INDICA #51: MASTERCHEF, COM ANA PAULA PADRÃO

Estreando na área do entretenimento, jornalista comanda reality show culinário na Band a partir de setembro.

Ana Paula Padrão nas primeiras gravações do MasterChef.

Reconhecida pelo alto gabarito jornalístico, Ana Paula Padrão volta à TV aberta com um projeto diferente do habitual. Após intensas negociações, a jornalista aceitou a proposta da Rede Bandeirantes de Televisão e irá comandar o reality show “MasterChef”, com estreia prevista para o dia 02 de setembro, às 22h45 da noite.

Ana Paula estava fora da televisão desde sua saída do Jornal da Record, em 2013. A jornalista trabalhou na Globo por 25 anos e também teve uma passagem histórica pelo SBT em 2005, quando reestruturou o departamento de jornalismo do canal. Há muito tempo, Padrão dizia que quer fazer televisão, sem ser apresentando um jornal na bancada. E ela parece bastante empolgada com o novo programa: "O MasterChef é um formato que mistura entretenimento com uma dose boa de realidade. Então, ele me deixa confortável e foi por isso que eu topei. Eu acho que, primeiro, vou me divertir muito fazendo. Segundo, é um bom treinamento, é uma boa fase de passagem do Jornalismo para o Entretenimento. Os competidores estão ali de verdade, dando seu melhor, executando uma função para chegar a um prêmio. Então não é apenas um reality, é um talent. Tem uma dose muito boa de verdade, me deixou à vontade pois se parece comigo", explicou.

Sobre o formato do programa, “MasterChef” pretende misturar talento, criatividade e paixão por comida em um só lugar. A atração já foi vista por mais de 250 milhões de telespectadores em 200 países como Austrália, Estados Unidos e Portugal. Ao longo de 17 episódios semanais, o reality vai transformar um cozinheiro amador em um chef profissional. O grande vencedor ganhará um prêmio de R$ 150 mil, um Fiat Fiorino refrigerado e um curso de três meses na Le Cordon Bleu, em Paris.

Ana Paula (dir.) com os três chefs que irão auxiliá-la no reality.

Além da Ana Paula Padrão, três renomados chefs de cozinha vão julgar os pratos preparados pelos candidatos. São eles: Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella. No campo da publicidade, o programa estreia com todas as suas cotas de patrocínio vendidas para Carrefour, Danubio, Fiat e Oster. A rede de massas Spoletto fará ações de merchandising no programa, enquanto a marca Mr. Músculo será a patrocinadora do top de cinco segundos. Consul e Tramontina também garantiram a participação com inserções visuais.

O contrato de Ana Paula Padrão com a emissora do Morumbi vai até metade de 2015, o que também garante a presença da jornalista em outros projetos da casa, como a cobertura das Eleições 2014. Segundo a própria, ela será apenas mais uma, e não deve tirar o espaço de ninguém. Os debates com presidenciáveis e com os candidatos ao governo de São Paulo, por exemplo, continuarão sendo feitos por Ricardo Boechat.

CONTRA-ATAQUE – Na onda do novo projeto de Ana Paula Padrão, Silvio Santos também tem um projeto para esquentar as panelas do SBT. Segundo a colunista Keila Jimenez, o canal planeja lançar nesse segundo semestre a versão nacional de “Hell’s Kitchen”, famosa por ser apresentada originalmente por um dos chefs mais mal-humorados do mundo, Gordon Ramsay. Assim como o “MasterChef”, “Hell’s Kitchen” testa as habilidades culinárias dos participantes. O formato, também difundido em vários países, é uma criação da Fremantle Media e deve estrear com o título “Sob Pressão”. A edição nacional do programa seria comandada pelo chef Jefferson Rueda (o Jeffinho), do restaurante Attimo, e pode ir ao ar aos domingos.

Confira um pequeno teaser do MasterChef:


terça-feira, 12 de agosto de 2014

RG ENTREVISTA #08: SABRINA ROCHA

O quadro de entrevistas do nosso blog está de volta com uma personalidade feminina do jornalismo esportivo pernambucano.

Dizem as línguas machistas que mulher não entende de futebol. Além de ser uma tremenda falácia entremeada num preconceito bobo, aqui em Pernambuco temos provas concretas que mulheres não só entendem do esporte, como podem falar sobre com muita maestria diante das câmeras. Seja no estúdio ou no gramado, Campeonato Brasileiro ou Copa do Mundo, um dos nomes femininos mais lembrados do esporte pernambucano é o dela. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará, casada com Flávio Barra e mãe de dois filhos, a jornalista paraense apaixonada pelo Recife cedeu um pouco de seu concorrido tempo para bater uma bolinha aqui com a gente neste #RGEntrevista. O papo de hoje é com Sabrina Rocha, repórter e apresentadora da Rede Globo Nordeste.

RG na TV: Antes de chegarmos na Sabrina jornalista, fiquei sabendo que você foi atleta de vôlei, chegando a jogar pela seleção paraense, em Belém do Pará. Conta pra gente um pouco sobre essa experiência e como você foi parar no jornalismo.
Sabrina Rocha: Com 1,62 só podia ser levantadora, né? (risos) E mandava bem, mas foi uma carreira breve. Logo tive que me dedicar mais aos estudos e deixei as quadras. Não escolhi jornalismo para trabalhar com esportes. Foi coincidência mesmo.

RG: Sua carreira na televisão já foi iniciada como repórter esportiva. Como foi esta fase inicial do seu trabalho até decidir vir para o Recife, em 2002?
Sabrina: Foi puro acaso. Quando fui procurar um estágio, só havia vaga no Departamento de Esportes. Topei na hora e me apaixonei. Isso tudo foi em Belém. Em 2002, mudei para o Recife e trabalhei como repórter da geral. Uma experiência incrível. Em 2005 voltei para o jornalismo esportivo.

RG: Concluindo que os esportes são sua maior paixão nesta profissão, há algum profissional em especial que seria sua inspiração nesta editoria?
Sabrina: Sou fã declarada do Tino Marcos. Quem não é? (risos)

"Pernambuco tem uma torcida apaixonada. Isso é fascinante, mas exige dos profissionais de comunicação muita dedicação e cuidado" (Sabrina Rocha)

RG: Numa época em que o entretenimento caminha lado a lado com a informação, a apresentação de notícias de esporte está cada vez menos formal. Você considera isso um avanço ou um retrocesso? Está sendo fácil acompanhar esse "novo momento" no jornalismo esportivo?
Sabrina: Acho legal essa reviravolta. A novidade nos obriga a rever tudo. As pessoas querem ver o apresentador/repórter de maneira mais natural. Gosto dessa informalidade.

RG: Aqui em Pernambuco temos uma cultura futebolística muito forte. Temos três grandes times na capital. E no interior, outros estão conquistando o seu espaço; diferente de outros estados do nordeste, onde alguns torcem mais para times sulistas. Para você, qual é o maior desafio de cobrir o futebol pernambucano?
Sabrina: Pernambuco tem uma torcida apaixonada. Isso é fascinante, mas exige dos profissionais de comunicação muita dedicação e cuidado. Todo mundo tá por dentro do que acontece nos clubes. Qualquer vacilo... Ah! E esclarecendo logo: não tenho time aqui. Quero os três na Série A. Para nós, jornalistas, isso seria o céu.

RG: Acabamos de viver uma emocionante "Copa das Copas". Pode contar pra gente como foi a sua rotina de cobertura durante o Mundial, os desafios e curiosidades durante esse grande evento realizado no Brasil?
Sabrina: Foi emocionante. O trabalho foi puxado. Não tínhamos hora pra sair. Mas foi fantástico ver o país compartilhar nossa alegria com o mundo. Deu tudo certo. Pena que em campo... Bem, deixa pra lá!

Bastidores: Sabrina Rocha e equipe na cobertura da Copa do Mundo 2014.

RG: Ainda sobre a Copa, no dia em que o Brasil levou aquele vergonhoso 7 x 1 da Alemanha, muitos perceberam que você ficou ligeiramente emocionada ao entrar ao vivo no NETV - 2ª edição após o jogo. O que você sentiu naquele momento ao noticiar um fato histórico do futebol e como conseguiu manter a compostura de profissional sendo, ainda que indiretamente, uma torcedora?
Sabrina: Deu pra perceber? Sério? Fiquei bem triste mesmo. Imaginei o que eu ia dizer lá em casa pra minha filha. Ela tava tão empolgada coma Seleção. Não só ela. Todas as crianças do Brasil. Todos nós estávamos, mas isso faz parte do jogo. Perdemos a Copa e ao mesmo tempo saímos vencedores pela organização do evento.

RG: Tirando a Copa 2014 (claro!), qual a reportagem e/ou cobertura que, se pudesse, definiria melhor toda a sua carreira até hoje e porquê.
Sabrina: A reportagem que mais marcou foi a da filha do Roger, ex-atacante do Sport. Depois de um jogo, Roger foi xingado por um torcedor que falou da filha dele que é deficiente visual. No outro dia mostramos a Giullia, uma menina linda e esperta. Apesar da deficiência, ela tá sempre alegre, costuma ouvir a mãe narrar os jogos do pai. Enfim, foi uma lição pra todos. Emocionei pra valer. (Confira a matéria que ela se refere aqui.)

RG: Você disse em uma entrevista que ética é a palavra mais bonita do jornalismo. Já sensacionalismo, a mais feia da profissão. Qual seria, então, o seu conselho para quem quer ter uma carreira sólida nesta área da comunicação?
Sabrina: Sou chata em relação a isso. Acho que não é só na profissão, mas na vida também, você tem que ter respeito, se colocar no lugar do outro e sempre pesar na balança o que é mais importante. Pra mim, o mais importante é a verdade sempre.

Obrigado pela entrevista, Sabrina! :)