O clássico
dramalhão mexicano das gêmeas que trocam de lugar está de volta,
mais uma vez, na emissora de Silvio Santos.
Está pronto para se envolver novamente com a história das gêmeas Paola e Paulina?
Em
matéria de novelas mexicanas, sem dúvida, “A Usurpadora” será
lembrada na sua cabeça mais cedo ou mais tarde. E agora, ela tem
tudo pra se tornar assunto novamente nos próximos dias. É que nesta
segunda-feira (30), a história protagonizada duplamente por Gabriela
Spanic será exibida (acreditem!) pela sexta vez no SBT, na faixa
vespertina de novelas, a partir das 17h, substituindo ao enlatado
também mexicano “A Feia Mais Bela”. Mesmo com este novo replay,
que empata apenas com “Maria do Bairro” em número de exibições
no canal paulista, parece que o público não está nem aí e conta
os minutos para a sua reestreia. E para deleite de uma legião de fãs
(ou pra você que não está gostando nem um pouco da notícia), o
#RGnaTV vai te dar cinco razões para tentar explicar o sucesso desse
fenômeno e te convidar a acompanhar a saga das personagens Paola e
Paulina one more time.
#1 –
É um clássico da dramaturgia mexicana no Brasil, mas a sua origem é venezuelana!
Muito
antes da trama chegar no Brasil, é necessário esclarecer que “La
Usurpadora” nada mais é que um segundo remake de uma novela
homônima, que foi ao ar pela primeira vez em 1972 na Venezuela,
escrita pela cubana Inés Rodena. A primeira versão da Televisa para
essa novela foi feita em 1981 com o título de “El Hogar Que Yo
Robé” (“O lugar que eu roubei”). Já a versão que nós
conhecemos (e amamos!) foi adaptada por Carlos Romero, com produção
de Salvador Mejía e direção de Beatriz Sheridan e Nathalie
Lartilleux. Com 102 capítulos, “La Usurpadora” foi exibida em
1998 e estreou pela primeira vez no Brasil no dia 22 de junho de
1999. Segundo a protagonista Gabriela Spanic, foram dez meses de
produção, com toda a equipe gravando 15 cenas por dia em 14 horas
diárias de trabalho. “A Usurpadora” também foi gravada em
várias locações como Cancún, Cidade do México, Cuernavaca,
Monterrey, Acapulco, Mônaco, Paris e Havaí.
Você lembra da abertura em português com Paulo Ricardo?
#2 –
Os temas de aberturas, em espanhol e português, são adoráveis!
Uma das coisas que mais chamam atenção em “A Usurpadora” é o
seu tema de abertura. Na versão mexicana, a canção “La
Usurpadora” foi interpretada pelo trio feminino mexicano Pandora,
formado pelas cantoras Isabel Lascurain, Mayte Lascurain e Fernanda
Meade. A letra falava exatamente de alguém que chegava “com um
disfarce” e conquistava um espaço e, claro, um amor. Na abertura,
você via exatamente um resumo de toda a trama, que praticamente
acompanhava a música. Porém, na sua primeira exibição no Brasil,
não ouvimos a voz do grupo Pandora. O SBT resolveu escalar o cantor
Paulo Ricardo para interpretar uma regravação de “Sonho Lindo”,
um grande sucesso de Roberto Carlos. A letra em português não era
tão objetiva como a original, mas também não fugia completamente
da história da trama. Mesmo assim, os telespectadores brasileiros só
ouviram a abertura brasileira na sua estreia, pois em todas as
reprises começou a tocar a canção correta. Mas tanto uma quanto a
outra eram realmente lindas de ouvir. Valia a pena só por isso.
#3 –
Na mansão da Família Bracho é confusão do início ao fim.
Além da história principal da troca de identidade da pobre Paulina
Martins ao se passar pela rica e ambiciosa Paola Bracho, a mansão da
Família Bracho é um caso a parte. Sendo o principal núcleo da
novela, os personagens mais marcantes (além das protagonistas) estão
por lá. Na sinopse, Paola é esposa de Carlos Daniel Bracho
(Fernando Colunga), que se casou apaixonada. Mas devido a ausência
do marido, torna-se infiel. Na realidade, Carlos Daniel é um
milionário quase falido que está em seu segundo casamento e possui
dois filhos: a esperta e encantadora Lizete (María Soler) e o
rebelde e problemático Carlinhos (Sergio Miguel). Ardilosa, Paola
também mantém um caso extraconjugal com o cunhado, o inescrupuloso
Willy (Juan Pablo Gamboa), casado com a atormentada e fanática
Estephanie Bracho (Chantal Adere), uma mulher amargurada, ressentida
com a vida e que se veste de forma horrível! Para piorar, ela ainda
alcooliza a sua sogra, a Vovó Piedade Bracho (a diva Libertad
Lamarque), e mal educou os seus enteados. Isso sem falar da empregada
Lalinha (Paty Díaz) e a governanta Adelina (Magda Guzmán), que
sempre estão envolvidas de alguma forma nos escândalos dessa
família em ruínas.
Porque novela chique tem continuação logo em seguida...
#4 –
É uma novela que tem até spin-off!
Para quem não acompanha a novela (ou não percebeu durante as suas
reprises), “A Usurpadora” tem até uma continuação!
Originalmente, ela foi chamada de “Mas Allá de La Usurpadora”,
sendo traduzida aqui no Brasil como “Além da Usurpadora”. Um
diferencial que nunca chegou no Brasil é que neste spin-off,
o ator Fernando Colunga (que fazia o Carlos Daniel) cantava o tema de
abertura, uma versão masculina de “La Usurpadora”. Este especial
tinha apenas dois capítulos no México. E no Brasil, ele já foi
dividido em até três episódios. A equipe de produção era
praticamente a mesma, mas a vilã agora era outra: a personagem
Raquel, interpretada por Yadhira Carrillo. A história se passa um
ano depois do fim da história original. Na sinopse, a trama se
inicia quando Paulina vai ao médico pegar o resultado de seu
'check-up'. Ela descobre que está com câncer terminal e que só lhe
restam 6 meses de vida. Paulina não conta a ninguém sobre sua
doença e começa preparar uma nova Senhora Bracho para ser esposa de
Carlos Daniel. “Além da Usurpadora” foi exibida em três
ocasiões no Brasil: em 1999, na primeira reprise da novela em 2001 e
na quarta reprise, em 2013.
#5
– Paola Bracho é vida!
Gente, esse é o tópico dos
tópicos! Era mais que necessário colocar isto aqui. Pois muito
antes de nos empolgarmos nas novelas brasileiras com grandes vilãs
como Nazaré (Renata Sorrah, em “Senhora do Destino”), Flora
(Patrícia Pillar, em “A Favorita”) e Carminha (Adriana Esteves,
em “Avenida Brasil”), os grandes fãs de “A Usurpadora”
insistem em rever a novela por causa dela: a vilã Paola Bracho. A
“gêmea má” da trama mexicana acabou caindo no gosto do público
brasileiro pelo seu sarcasmo, o seu modo desenfreado de ver a vida e,
principalmente, pela classe que ela insistia em preservar (mesmo
sendo mais baixa que uma pessoa ruim pode ser!). Mas eu também
levanto aqui uma outra teoria do sucesso da diva má de Gabriela
Spanic: a dublagem brasileira! E neste caso, é necessário fazer
justiça à sua dubladora Sheila Dorfman [do estúdio carioca Herbert
Richers], pois ela foi responsável por traduzir para os telespectadores a
risada escandalosa, a frieza e a voz ora debochada ora sensual dessa
personagem ímpar. Eis a prova:
Alguém ainda duvida que Paola Bracho é vida? rs!
Pela sexta vez, o SBT nos convida
para nos envolvermos com este dramalhão clássico mexicano que já
virou tradição aqui no Brasil. Por esses e outros motivos, a
reestreia de “A Usurpadora” é, simplesmente, imperdível.