sexta-feira, 28 de setembro de 2012

RG CRÍTICA #22 - CQC 200: A BAGAÇA CONTINUA FUMEGANTE?

O “resumo semanal de notícias” celebra 200 programas na próxima segunda. Há razões para comemorar?

CQC: 4 anos, 200 programas, muitas mudanças.

   Foi no dia 17 de Março de 2008 que o “Custe o Que Custar – CQC” estreou na tela da Rede Bandeirantes de Televisão. De formato argentino (“Caiga Quién Caiga” [Caia quem caia]) e em parceria com a EyeWorks/Cuatro Cabezas, aqueles homens vestidos de preto, em sua maioria comediantes, começavam a nos surpreender nas noites de segunda, com seu formato de jornalismo com entretenimento, além do toque ácido e crítico de suas matérias e/ou comentários. Na próxima segunda (01/10), eles vão exibir o programa de número 200. E o que podemos dizer é que de 2008 à 2012, o “CQC” mudou bastante.
   A começar pela sua bancada de apresentadores. A apresentação principal, feita por Marcelo Tas, ainda não foi modificada. É isso mesmo que você leu: AINDA! Em recente entrevista à Fernanda Young, o capitão do barco tem deixado claro a vontade de encerrar o ciclo: “Acho que, no CQC, em mais um ano eu me divirto também. Foi a conversa que tive com eles. Falei: 'olha, acho que mais um ano está bom, já dei minha contribuição'. Eu não tenho apego. O CQC é um projeto que está dando certo, mas se eu tiver que sair, saio com muita alegria e sei que tem gente que vai tocá-lo.”. Tas é o único do elenco que consegue unir, de fato, inteligência com o bom humor, e o seu modo de comandar a atração é singular. Se ele, de fato, sair em 2013, o CQC pode perder bastante.
   Ainda na bancada, tem o Marco Luque, que divide a apresentação com o Tas desde a estreia. Seu humor pastelão (e lento, até) conquista os telespectadores com tiradas bobas. Seu talento fez com que a Band investisse em um programa solo para ele - “O Formigueiro” - que não foi uma boa experiência para a emissora. Já o terceiro elemento da bancada poderia (ou deveria?) ser ainda o Rafinha Bastos. Mas o desentendimento dele com a equipe do programa e a própria Band em setembro do ano passado – que acarretou em sua demissão – fez com que se perdesse a pessoa que tinha os comentários mais ácidos e perspicazes, que também chamou a atenção da emissora do Morumbi e havia lhe dado um programa solo: o jornalístico “A Liga”, que está no ar até hoje, com relativo sucesso, mas que também perdeu a apresentação após essa confusão que todo o Brasil acompanhou. Não lembra? Clique aqui. Hoje em dia, a acidez de Rafinha deu lugar à “delicadeza” do “Pequeno Pônei”, Oscar Filho, que também herdou o comando do quadro de maior sucesso e mais bem feito do programa: O “Proteste Já”.

Filho, Tas e Luque: a atual bancada do CQC.

   Mas não é só da bancada que o programa sobrevive. Os repórteres tem feito a diferença e dado a cereja no bolo que o programa precisa. Danilo Gentili foi um dos primeiros repórteres do programa. Sua ousadia e pensamentos rápidos nas entrevistas também se destacaram a ponto de também alçar um voo solo na Band no comando no “Agora é Tarde”. Uma outra decisão acertada, já que este talk-show tem tido uma repercussão muito positiva. Tal sucesso fez com que ele deixasse o programa, mas não abalou tanto quanto a saída conturbada de Rafinha. Felipe Andreoli é outro que conquistou seu espaço. Ele consegue deixar as pautas esportivas do CQC muito mais interessantes. Hoje, ele também comanda um programa solo na emissora dos Saad, o esportivo “Deu Olé”, nas tardes de sábado. Rafael Cortez nos chama atenção por seu comportamento, digamos, peculiar. Ele mostra muito jogo de cintura perante as câmeras e é um dos mais pastelões depois de Luque.
   Ao longo desses quatro anos de existência, vimos o nascimento de três repórteres que já entraram quando o programa estava no ar. Em 2009, após uma seleção aberta ao público e superar 28 mil inscritos, surge a primeira mulher repórter do programa: a belíssima Monica Iozzi. Monica é um grande achado do CQC. Seu sotaque e agilidade de pensamento, alinhado à sua beleza, quebra um pouco o peso dos repórteres machões com a delicadeza na medida certa. Suas matérias políticas e de celebridades são as de maior destaque. Em 2011, aproveitando a saída de Rafinha, o programa estreou Maurício Meirelles, que saía do humorístico “Legendários”, da Record. Sua troca foi mais do que bem sucedida, e é um dos que mais rápido se adaptaram ao formato do programa.


Ronald Rios: o mais novo no programa, ainda está se adaptando.

   A mais recente aquisição foi o Ronald Rios, ex-apresentador da MTV. Ele estreou em 2012 e ainda tenta se encaixar no programa. A ele ainda falta a agilidade que o programa tanto precisa para nos entreter nas quase três horas que o “CQC” fica no ar. E assim, repórteres e apresentadores, juntamente a quadros consagrados como o “Proteste Já”, “CQTeste”, “CQC no Congresso” e o tão esperado “Top Five da TV Brasileira” já marcaram a história da televisão com seu humor ácido, inteligente e muito divertido.
   A audiência do programa sempre foi modesta, alcançando facilmente o terceiro lugar. Mas neste ano em questão, uma queda foi percebida. Seria o desgaste do formato, embora ele funcione por temporadas? Uma das razões seria o horário tardio que o programa estava indo ao ar. O apelo foi registrado e o programa já voltou há algumas semanas ao seu horário de praxe, 22h15.
   Mesmo que a atração tenha perdido um pouco o “encantamento” e os ibopes expressivos para a Band, o “CQC” ainda é uma boa opção para as noites de segunda. E se apesar de tantas mudanças sofridas ao longo desses 200 programas eles continuam a solta, desafiando tudo e todos, esperamos que eles continuem correndo atrás, sempre. Parabéns, Docinhos de Coco!!! ;) 

Um comentário:

  1. Acho que com o tempo o programa deu uma caída legal, e em algumas vezes fica até meio apelativo. Talvez fosse até positivo trocar o Marcelo Tas por alguém que conseguisse dar um gás novo no programa.

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