domingo, 29 de julho de 2012

RG CRÍTICA #19: AS OLIMPÍADAS DE LONDRES E A INFANTILIDADE DA RECORD


Como uma criança rica que tem o brinquedo mais legal, a Record ri a toa da “colega” global que anda mal de audiência no período.

A Record não sai da barra da Globo.

   Três satélites exclusivos, transmissão totalmente em HD, 35 toneladas de equipamentos, oito câmeras exclusivas equipadas com lentes de grande alcance, 20 câmeras de externa, seis câmeras de estúdio, 18 ilhas de edição, dois switchers de produção, duas mesas de corte de vídeo com mais de 40 entradas simultâneas, duas mesas de áudio com mais de 200 canais de entrada, matriz de vídeo para suportar mais de 100 sinais simultâneos, câmeras portáteis, mochilinks, quatro unidades de produção com transmissão via satélite e matriz de comunicação com 224 portas. 500 metros de cabo lançados nos locais de competição para geração de conteúdo exclusivo e 10 mil metros de cabos utilizados para a instalação de todo o sistema. Câmeras robóticas para interação dentro da Vila Olímpica na área dos atletas brasileiros. Duas unidades móveis para a transmissão via satélite dos jogos de futebol, glass studio (estúdio de vidro) e painéis interativos numa tela de 100 polegadas... Definitivamente, a Rede Record investiu pesado na cobertura dos Jogos Olímpicos de Londres, que teve início oficial no último dia 27 de Julho e irá até o dia 12 de Agosto. Também pudera: a emissora da Barra Funda é a emissora oficial brasileira a transmitir o evento. Era o mínimo que se podia esperar da Record diante de um evento tão grandioso como as Olimpíadas 2012.
   Sendo a Record a detentora dos direitos de exibição no Brasil, as outras emissoras ficam a ver navios nesse período, já que são limitadas a veicularem apenas seis minutos, autorizados pela emissora dos bispos, e não durando mais que dois minutos em três telejornais durante um dia. Com isso, o que também é de se esperar, as outras televisões criam estratégias para não ter tanto déficit de ibope enquanto os jogos estarão no ar.
   E na Rede Globo, a principal rival da TV paulista, não é diferente. Esta é a primeira Olimpíada que a Globo não tem os direitos exclusivos de imagem, por isso é obrigada a reforçar a sua programação do dia a dia. Hoje, durante a transmissão do futebol olímpico masculino, onde o Brasil jogou contra o time do Belarus, a emissora carioca usou o que achava ser uma grande arma: colocar o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, o narrador Galvão Bueno e a jornalista Fátima Bernardes para relembrarem a conquista do pentacampeonato, que completa 10 anos em 2012, no “Esporte Espetacular”. A estratégia não deu certo e o ibope foi certeiro: médias de 11 pra Record contra 5 da Vênus Platinada. Qual é o problema nisso?
   O problema é esta matéria veiculada pelo portal de notícias da Record, R7 (similar ao G1 da Globo), onde fazem questão de comemorar “o fracasso” da emissora global em relação ao período do jogo. Clique aqui. Qual é o problema nisso?
   O problema é que a emissora evangélica está se contentando com pouco e vibra bastante com as (poucas, diga-se de passagem) vezes em que consegue “dar a volta” na emissora global, sua principal vilã. O que mais me admira é ela usar os números do Ibope (fazendo até gráfico desnecessário), instituto que a própria Record atacou no último domingo, em pleno “Domingo Espetacular”, acusando o presidente de vários crimes contra a ordem pública, sem deixar de citar a sua ligação “direta” com a Rede Globo de Televisão.
   O que a emissora carioca fez hoje é o que a Record tenta fazer ao longo do ano: trazer algo espetacular para arrebatar a audiência e ser líder. E não é preciso trabalhar no Ibope para perceber quem ganha em 90% dos casos de guerra de audiência né?
   Gostaria, de verdade, que a Record deixasse de “criancice” e fizesse o seu trabalho como deve ser feito: de forma madura e independente, lutando pela qualidade de seus programas, sem querer fazer comparações mesquinhas ou no caso deles, tentar sempre “imitar” a concorrência. Jogar sujo com “matérias comprometedoras” e comemorar uma vitória isolada de audiência durante as Olimpíadas não são atitudes de um líder. E mais: as Olimpíadas tem prazo de validade para terminar. A programação da casa não. A Record pode ter o brinquedo do momento, mas a Globo ainda tem os melhores brinquedos. “Vâmo crescer, Record!”

4 comentários:

  1. Muito bom o teu texto, Robinho. Concordo com tudo o que você escreveu aqui. É mesmo patética essa "tara" da Record em falar mal e copiar os formatos dos programas da TV Globo para assim tentar passar a emissora fluminense na audiência. Devem falar tanto na Globo nos bastidores de lá que os próprios funcionários, vide a coitada da Ana Paula Padrão, acabam se embananando e cometendo gafes.

    Grande abraço e parabéns pelo sucesso do blog.

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  2. Mas o gostinho de tirar saro da toda poderosa,é tambem de muitos telespectadores,pois além de a poderosa forçar os jogos transmitidos do Campeonato Brasileiro após a novela das oito,que virou nove e acaba as + ou - 22:10,força o trabalhador assistir o jogo ao vivo no estádio em um horario absurdo,tendo em vista que no outro dia quem levanta cedo pra trabalhar é o trabalhor e não a poderosa.

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  3. A cada dia me convenço mais de que a Record só existe em função da Globo, seja pela maneira como ela conduz sua programação, sempre copiando a concorrente global; seja por atitudes como a destacada na postagem: fazer uma matéria com o objetivo único de se gabar da audiência atingida em detrimento da rival.

    O que falta a Record é maturidade. E esse aspecto foi muito bem enfatizado no texto. No dia em que a Record sair da barra da saia da Globo e começar a caminhar com seus próprios pés, talvez consiga se tornar competitiva o bastante para desafiar qualquer outra emissora. Enquanto continuar perdendo tempo com essa competitividade infantil e inconsequente, estará sempre em segundo lugar.

    Para ser um líder respeitável e digno de reconhecimento é preciso mais do que sair na frente em relação a audiência. É preciso originalidade, maturidade e, sobretudo, humildade. Na minha opinião, é muito complicado identificar essas três qualidades numa emissora que se comporta dessa forma...

    Não estou dizendo que a Globo é perfeita. E não é MESMO. Mas ao menos ela sabe ganhar com classe e perder sem descer do salto. hehe

    Ótimo texto, Robinho =)

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  4. Parabéns pelo ótimo texto. E essa raiva, ira e dependência que realmente acontecia acredito que vem amenizando deve-se aos péssimos e inesperientes diretores que comandam a Record, um já caiu, agora falta só Marcelo Caetano. E sair de tras da concorrencia acredito que deverá demorar um pouco pois sua hora vai chegar. E novamente parabens pelo texto Robson.

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