Desde
que o programa estreou, há um pouco mais de um mês na RedeTV!, a
atração patina na audiência.
Será que Rafinha Bastos é o culpado?
Foram
seis programas até agora. Nas médias de ibope (de São Paulo, o
principal), o programa teve 0.8 na estreia e já teve até agora,
picos de 2 pontos. O “Saturday Night Live” (SNL) tem todos os
requisitos de um programa de sucesso: um formato de programa
consolidado no mundo inteiro, um apresentador de peso como Rafinha
Bastos, um bom elenco de humoristas, uma diretora que já trabalhou
em programas da Rede Globo (Tininha Araújo), já teve como
convidadas especiais nomes como Fernanda Young, Marília Gabriela e
Sonia Abrão, além de ter todas as cotas comerciais garantidas até
o fim do ano. Diante de tudo isso, o que há de errado com o SNL da
RedeTV! ?
Pra começar, o nome; algo que já foi justificado pelo próprio
Rafinha Bastos nos primeiros minutos de sua estreia. Se antes ele
reclamava que de errado tinha apenas o 'Saturday' no nome, agora o
mesmo título já caiu todo por terra: É que as últimas edições
do programa tem sido gravadas integralmente no domingo pela manhã,
levando ao ar um programa 100% gravado nas noites de domingo. Mas
para aliviar o erro do nome, há algumas semanas a RedeTV! passou a
exibir reprises do programa nas noites de sábado, à meia-noite e
meia, ou seja um “Saturday Night sem Live”.
Segundo,
o roteiro. Como todos nós sabemos, NENHUM programa de TV humorístico
nos mantém sorrindo durante TODA a sua exibição (alguém discorda
disso?). Mas o que não pode é deixar a gente se enfadar durante uma
hora ou dar sorrisinhos amarelos influenciados por risos
artificiais, que agora está sendo uma constante no SNL. Levando em
consideração o programa do último domingo, os momentos mais
engraçados foram apenas: o monólogo de abertura, que apesar de ter
a Sônia Abrão como convidada, que não é comediante e não tem
timing pra comédia,
foi salva pelo excelente texto. O “Weekend Update”, que foi
traduzido recentemente no programa para “Notícias da Semana”,
que mesmo com algumas piadas (muito) forçadas, garante boas risadas.
Renata Gaspar (talentosíssima e uma grande revelação nesse
programa) e Marcela Leal se saíram muito bem nas esquetes da Fátima
Bernardes e Glória Kalil, respectivamente. E o “A Morte é Sua”,
com Sônia Abrão foi a representação de muitas pessoas que
sonhavam ver a apresentadora comandando esse tipo específico de
programa: uma tirada de mestre. Os outros momentos de domingo passado
são irrelevantes, ou seja, risinhos amarelos...
Sônia Abrão comandando o "A Morte é Sua" no SNL: piada bem feita!
Não pude deixar de perceber algumas semelhanças com a MTV Brasil
no SNL. Mas não posso dizer que o “Saturday” copia o “Furo
MTV” (no “Notícias da Semana”), o extinto “Comédia MTV”
(com as paródias) e o atual “Comédia Ao Vivo”. Pelo contrário,
“Saturday Night Live” existe desde 1975, e isso é um mérito que
destrói qualquer suspeita de imitação. Mas posso dizer que,
ultimamente, a emissora musical faz as paródias musicais e as
tiradas de notícias com mais qualidade que Rafinha Bastos e cia.
Por fim, não poderia deixar de falar dele, o próprio, Rafinha
Bastos. Talvez seja essa a razão da baixa audiência do programa, o
que eu, particularmente, discordo. As pessoas ainda estariam “influenciadas” com a baixa que ele sofreu na Band ano passado,
em virtude de uma piada mal interpretada pela maioria (não lembra?
Clique aqui). Talvez essa seja a forma que a massa tenha encontrado
de “punir” o humorista, e daí os índices pífios. Mas faço
questão de colocar que o “Pânico na TV” (hoje “Pânico na
Band”) quando começou na emissora de Alphaville, também atingia 2
ou 3 pontos no ibope, e hoje, depois de quase nove anos de
existência, alcança a vice e até a liderança na audiência por alguns
minutos dos nossos domingos à noite. É preciso que as pessoas
deixem os “falsos moralismos” de lado e deem chance para a trupe
de Rafinha Bastos no SNL, pois se tem algo que aquele elenco tem é o
tal do talento. E Rafinha Bastos, do jeito que é, tem um humor ácido
ímpar, que não deve ser desprezado.
Por
fim, o que há realmente de errado com o SNL Brasil é simples: a
inexperiência. Creio que ainda vai levar mais um tempo para o elenco
se entrosar, o programa afinar e a audiência engrenar. E se a equipe
já está afinada, resta transparecer isso frente às câmeras com
mais bons trabalhos. Como todos os novos desafios, erra-se bastante
no começo para depois alcançar a excelência. O SNL está tentando
chegar lá e eles possuem grandes chances de reagir. Como a própria
RedeTV! está fazendo, vamos dar mais um tempo e crédito para eles
se adaptarem e agrade mais aos telespectadores em qualidade e, em termos de
audiência, a emissora que aposta (muito) neles.
Eu acho que o verdadeiro Saturday Night Live brasileiro é e sempre foi o Comédia MTV. Mas o do Rafinha não é tão ruim assim. Só que talvez seja exatamente isso, não é nem tão ruim, mas também não é lá essas coisas, então...
ResponderExcluirÉ verdade, RG. Desde antes da estreia, você já dizia que o programa tinha tudo pra fazer sucesso (e tem mesmo). Acho que esse seu "dossiê" nos esclarece um pouco esse fracasso até então... rs! E creio que essa riqueza de detalhes faz com que essa seja uma das MELHORES críticas que você já fez, de verdade!
ResponderExcluirParabéns, amigo, e siga progredindo! ;D
Claudinha Ferreira. =)
Bem, que autoridade tenho eu para falar do SNL? Nenhuma. Ainda não parei para assistir o programa, mas, como admiradora do Rafinha Bastos que sou, acredito muito no talento que ele possui para virar o jogo.
ResponderExcluirComo você bem destacou, Robinho, talvez seja realmente a inexperiência que não tenha garantido resultados positivos ao programa. Quanto a isso, temos que deixar o tempo passar e esperarmos para ver até onde o SNL pode se superar e atingir uma qualidade melhor.
Acho que a única crítica que eu realmente poderia fazer é em relação ao nome que, como você enfatizou, se mostra inadequado para a maneira como o programa vem sendo executado. Acho que faltou um pouco mais de cuidado em relação a isso porque esse fato compromete o sentido e a fidelidade do programa. Afinal, se o próprio nome do espetáculo, uma espécie de cartão de visita para os telespectadores, se encontra envolto num embaraço dessa natureza, imagine o que se pode pensar do conteúdo, né verdade?
No mais, gostei da sua postagem e vou reservar um espacinho na minha agenda para ver o SNL e tirar minhas próprias conclusões. Dai depois discuto o tema com você. =)