Como
uma criança rica que tem o brinquedo mais legal, a Record ri a toa
da “colega” global que anda mal de audiência no período.
A Record não sai da barra da Globo.
Três
satélites exclusivos, transmissão totalmente em HD, 35
toneladas de equipamentos, oito câmeras exclusivas equipadas com
lentes de grande alcance, 20 câmeras de externa, seis câmeras de
estúdio, 18 ilhas de edição, dois
switchers
de produção, duas mesas de corte de vídeo com mais de 40 entradas
simultâneas, duas mesas de áudio com mais de 200 canais de entrada,
matriz de vídeo para suportar mais de 100 sinais simultâneos,
câmeras portáteis, mochilinks,
quatro unidades de produção com transmissão via satélite e matriz
de comunicação com 224 portas. 500 metros de cabo lançados nos
locais de competição para geração de conteúdo exclusivo e 10 mil
metros de cabos utilizados para a instalação de todo o sistema.
Câmeras
robóticas para interação dentro da Vila Olímpica na área dos
atletas brasileiros. Duas unidades móveis para a transmissão via
satélite dos jogos de futebol, glass
studio
(estúdio de vidro) e painéis interativos numa tela de 100
polegadas... Definitivamente, a Rede Record investiu pesado na cobertura
dos Jogos Olímpicos de Londres, que teve início oficial no último
dia 27 de Julho e irá até o dia 12 de Agosto. Também pudera: a
emissora da Barra Funda é a emissora oficial brasileira a transmitir
o evento. Era o mínimo que se podia esperar da Record diante de um
evento tão grandioso como as Olimpíadas 2012.
Sendo
a Record a detentora dos direitos de exibição no Brasil, as outras emissoras
ficam a ver navios nesse período, já que são limitadas a
veicularem apenas seis minutos, autorizados pela emissora dos bispos,
e não durando mais que dois minutos em três telejornais durante um dia. Com isso, o que também é de se esperar, as outras televisões
criam estratégias para não ter tanto déficit de ibope enquanto os
jogos estarão no ar.
E
na Rede Globo, a principal rival da TV paulista, não é diferente.
Esta é a primeira Olimpíada que a Globo não tem os direitos
exclusivos de imagem, por isso é obrigada a reforçar a sua
programação do dia a dia. Hoje, durante a transmissão do futebol
olímpico masculino, onde o Brasil jogou contra o time do Belarus, a
emissora carioca usou o que achava ser uma grande arma: colocar o
ex-jogador Ronaldo Fenômeno, o narrador Galvão Bueno e a jornalista
Fátima Bernardes para relembrarem a conquista do pentacampeonato,
que completa 10 anos em 2012, no “Esporte Espetacular”. A
estratégia não deu certo e o ibope foi certeiro: médias de 11 pra
Record contra 5 da Vênus Platinada. Qual é o problema nisso?
O
problema é esta matéria veiculada pelo portal de notícias da Record, R7
(similar ao G1 da Globo), onde fazem questão de comemorar “o
fracasso” da emissora global em relação ao período do jogo.
Clique aqui. Qual é o problema nisso?
O
problema é que a emissora evangélica está se contentando com pouco
e vibra bastante com as (poucas, diga-se de passagem) vezes em que
consegue “dar a volta” na emissora global, sua principal vilã. O
que mais me admira é ela usar os números do Ibope (fazendo até
gráfico desnecessário), instituto que a própria Record atacou
no último domingo, em pleno “Domingo Espetacular”, acusando o
presidente de vários crimes contra a ordem pública, sem deixar de
citar a sua ligação “direta” com a Rede Globo de Televisão.
O
que a emissora carioca fez hoje é o que a Record tenta fazer ao
longo do ano: trazer algo espetacular para arrebatar a audiência e
ser líder. E não é preciso trabalhar no Ibope para perceber quem
ganha em 90% dos casos de guerra de audiência né?
Gostaria,
de verdade, que a Record deixasse de “criancice” e fizesse o seu
trabalho como deve ser feito: de forma madura e independente, lutando pela
qualidade de seus programas, sem querer fazer comparações
mesquinhas ou no caso deles, tentar sempre “imitar” a
concorrência. Jogar sujo com “matérias comprometedoras” e
comemorar uma vitória isolada de audiência durante as Olimpíadas
não são atitudes de um líder. E mais: as Olimpíadas tem prazo de
validade para terminar. A programação da casa não. A Record pode
ter o brinquedo do momento, mas a Globo ainda tem os melhores
brinquedos. “Vâmo crescer, Record!”