Apesar
do trocadilho infeliz do “crítico”, a nova novela das sete da
Globo agrada por apostar numa trama 100% popular.
Três domésticas, dois cantores e uma boa história. Com esses
ingredientes, os autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira começaram
com o pé direito os primeiros capítulos de “Cheias de Charme”.
A nova trama das sete da Vênus Platinada tem a principal
característica do chamado “Padrão Globo de Qualidade” para o
horário das sete: uma comédia para toda a família.
Suas três protagonistas foram definidas logo de cara e é fácil
fazer algumas ligações, tanto positivas quanto negativas. Leandra
Leal vive a sonhadora Maria do Rosário, e as ações dela lembram
perfeitamente as de qualquer fanática por um ídolo qualquer da
atualidade. Isabelle Drummond, ao dar vida a Maria Aparecida,
relembra a típica gata borralheira – enredo um pouco batido em
tramas leves. Ao viver a sua primeira protagonista, fica difícil não
lembrar de sua estreia como Emília, do “Sítio do Picapau Amarelo”
(2001 a 2006), principalmente, quando a madrinha de sua personagem é
nada menos que Dhu Moraes, que encarnou a Tia Anastácia naquela mesma
época. E Taís Araújo, vivendo a forte Maria da Penha, trouxe para
essa personagem traços característicos de Preta, de “Da Cor do
Pecado” (2004), dando a ligeira impressão que não há muito
esforço para interpretá-la.
Os dois cantores da novela carregam boa parte da comédia da trama.
Fabian (que pode ser interpretado como um Luan Santana), vivido por
Ricardo Tozzi e a caricata Chayene (um misto de Joelma e Gaby
Amarantos) são impagáveis. Mas os aplausos de pé devem ser
direcionados à Cláudia Abreu. Depois de marcar os noveleiros como a
vilã (cachorra) Laura, de “Celebridade” (2003-2004), tá
segurando muito bem a onda do humor, mesmo que o “sutaque
carregado” de piauiense incomode algumas vezes. Uma coisa é certa: Chayene já
está no rol das divas das telenovelas!
Chayene e Fabian: cantores não muito distantes de nossa realidade.
O primeiro capítulo foi muito bem construído. A linguagem
empregada para explicar como elas se encontraram e como viraram
amigas no fim daquele primeiro dia era semelhante a um episódio de
uma série, com começo, meio e fim.
Uma particularidade de “Cheias de Charme” é que todos os
núcleos são “pobres”. Explica-se: além das três empregadas
domésticas e seus núcleos, e até mesmo os cantores que fazem
sucesso, e são bastante ricos, carregam com eles (mesmo que
impregnados) a essência de serem oriundos de uma classe menos favorecida.
Talvez seja por esse “excesso” de núcleos mais humildes que a
trama tenha caído nas graças do público logo na primeira semana.
Outro fator que explique a aceitação imediata do folhetim seja a
trilha sonora. Abusando do popularesco, o ritmo sertanejo, o axé,
forró e o tecnobrega ficaram em evidência. Principalmente por causa
da música de abertura – “Ex Mai Love”, de Gaby Amarantos –
de refrão chiclete que todo mundo já cantarola (e ri!) pelas ruas.
O receio de uma novela conquistar assim de cara é a expectativa de
manter o aparente sucesso em que ela está atualmente. Apesar de
serem novatos, espera-se que os autores saibam aproveitar essa boa
ideia que tiveram, mantendo o ritmo e não fazendo o telespectador
cansar logo ou desandar completamente do que estamos assistindo.
Se elas são “Cheias de Charme”, espero que esse charme perdure
até o seu último capítulo. Potencial já provaram que tem. Vamos
acompanhar os próximos capítulos! #RGSuperRecomenda!
Eu só mudaria o "classe inferior" por alguma outra expressão. Sei lá, "classe menos abastada", enfim. Achei meio agressivo. #sendochato
ResponderExcluirTirando isso, achei o texto muito bacana. :D
Agora, fica aqui a minha crítica ao [quase nada] que pude assistir da novela: acho interessante o fato de quando a protagonista - ou melhor, as protagonistas, são todas empregadas, nenhuma delas é nordestina. [Isso confere ou passei batido nisso?]
Parece um preconceito às avessas, sabe? Tipo, a empregada vira o papel principal, mas perde as características que a Globo sempre insistiu em imprimir nelas, tirando-as [só um pouco] do estereótipo. Que tu achas disso? Viajei demais?
Ah, e tem Leandra Leal, vei! Qualquer coisa com ela não tem como ser ruim... Ai, ai... XD
ResponderExcluirCritica: personaguens Rosario e Inasio esta ridiculo nao dava para fazer melhor nao é? Novela cheia de charme
ResponderExcluir