terça-feira, 24 de abril de 2012

RG CRÍTICA #14: “CHEIAS DE CHARME” ACERTOU EM CHEIO!

Apesar do trocadilho infeliz do “crítico”, a nova novela das sete da Globo agrada por apostar numa trama 100% popular.

"Dia de empreguete, véspera de madame": essas Marias ganharam o Brasil!

   Três domésticas, dois cantores e uma boa história. Com esses ingredientes, os autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira começaram com o pé direito os primeiros capítulos de “Cheias de Charme”. A nova trama das sete da Vênus Platinada tem a principal característica do chamado “Padrão Globo de Qualidade” para o horário das sete: uma comédia para toda a família.
   Suas três protagonistas foram definidas logo de cara e é fácil fazer algumas ligações, tanto positivas quanto negativas. Leandra Leal vive a sonhadora Maria do Rosário, e as ações dela lembram perfeitamente as de qualquer fanática por um ídolo qualquer da atualidade. Isabelle Drummond, ao dar vida a Maria Aparecida, relembra a típica gata borralheira – enredo um pouco batido em tramas leves. Ao viver a sua primeira protagonista, fica difícil não lembrar de sua estreia como Emília, do “Sítio do Picapau Amarelo” (2001 a 2006), principalmente, quando a madrinha de sua personagem é nada menos que Dhu Moraes, que encarnou a Tia Anastácia naquela mesma época. E Taís Araújo, vivendo a forte Maria da Penha, trouxe para essa personagem traços característicos de Preta, de “Da Cor do Pecado” (2004), dando a ligeira impressão que não há muito esforço para interpretá-la.
   Os dois cantores da novela carregam boa parte da comédia da trama. Fabian (que pode ser interpretado como um Luan Santana), vivido por Ricardo Tozzi e a caricata Chayene (um misto de Joelma e Gaby Amarantos) são impagáveis. Mas os aplausos de pé devem ser direcionados à Cláudia Abreu. Depois de marcar os noveleiros como a vilã (cachorra) Laura, de “Celebridade” (2003-2004), tá segurando muito bem a onda do humor, mesmo que o “sutaque carregado” de piauiense incomode algumas vezes. Uma coisa é certa: Chayene já está no rol das divas das telenovelas!


Chayene e Fabian: cantores não muito distantes de nossa realidade.

   O primeiro capítulo foi muito bem construído. A linguagem empregada para explicar como elas se encontraram e como viraram amigas no fim daquele primeiro dia era semelhante a um episódio de uma série, com começo, meio e fim.
  Uma particularidade de “Cheias de Charme” é que todos os núcleos são “pobres”. Explica-se: além das três empregadas domésticas e seus núcleos, e até mesmo os cantores que fazem sucesso, e são bastante ricos, carregam com eles (mesmo que impregnados) a essência de serem oriundos de uma classe menos favorecida. Talvez seja por esse “excesso” de núcleos mais humildes que a trama tenha caído nas graças do público logo na primeira semana.
   Outro fator que explique a aceitação imediata do folhetim seja a trilha sonora. Abusando do popularesco, o ritmo sertanejo, o axé, forró e o tecnobrega ficaram em evidência. Principalmente por causa da música de abertura – “Ex Mai Love”, de Gaby Amarantos – de refrão chiclete que todo mundo já cantarola (e ri!) pelas ruas.
  O receio de uma novela conquistar assim de cara é a expectativa de manter o aparente sucesso em que ela está atualmente. Apesar de serem novatos, espera-se que os autores saibam aproveitar essa boa ideia que tiveram, mantendo o ritmo e não fazendo o telespectador cansar logo ou desandar completamente do que estamos assistindo.
  Se elas são “Cheias de Charme”, espero que esse charme perdure até o seu último capítulo. Potencial já provaram que tem. Vamos acompanhar os próximos capítulos! #RGSuperRecomenda!

3 comentários:

  1. Eu só mudaria o "classe inferior" por alguma outra expressão. Sei lá, "classe menos abastada", enfim. Achei meio agressivo. #sendochato
    Tirando isso, achei o texto muito bacana. :D
    Agora, fica aqui a minha crítica ao [quase nada] que pude assistir da novela: acho interessante o fato de quando a protagonista - ou melhor, as protagonistas, são todas empregadas, nenhuma delas é nordestina. [Isso confere ou passei batido nisso?]
    Parece um preconceito às avessas, sabe? Tipo, a empregada vira o papel principal, mas perde as características que a Globo sempre insistiu em imprimir nelas, tirando-as [só um pouco] do estereótipo. Que tu achas disso? Viajei demais?

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  2. Ah, e tem Leandra Leal, vei! Qualquer coisa com ela não tem como ser ruim... Ai, ai... XD

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  3. Critica: personaguens Rosario e Inasio esta ridiculo nao dava para fazer melhor nao é? Novela cheia de charme

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