sexta-feira, 15 de maio de 2015

RG RELEMBRA #15: ÉRAMOS SEIS

O baú do nosso blog revisita a história de uma grande novela do SBT.

Novela de época reativou a dramaturgia no SBT em 1994.

Poucas novelas produzidas pelo SBT são tão vivas na memória do público quanto “Éramos Seis”. O primeiro capítulo foi ao ar há 21 anos, mais precisamente no dia 9 de maio de 1994, e marcava a volta da teledramaturgia brasileira na emissora de Silvio Santos. A estreia desta novela, inclusive, foi adiada em uma semana na época, em virtude da morte do piloto Ayrton Senna, que tinha abalado o país.

“Éramos Seis” era a quarta adaptação do romance homônimo da escritora paulista Maria José Dupré para a televisão brasileira, sendo as três primeiras feitas pela extinta TV Tupi no anos de 1958, 1967 e 1977. A versão do SBT teve 180 capítulos, escritos por Silvio de Abreu (hoje, grande autor e diretor de teledramaturgia da Globo) e Rubens Ewald Filho (Isso mesmo! O grande crítico de cinema já escreveu novela!). Eles também assinaram o remake de 77 na Tupi, que lhes rendeu até um Troféu Imprensa.

Esta era abertura de "Éramos Seis". Confira!

Com direção de Del Rangel, Henrique Martins e direção-geral de Nilton Travesso, o elenco de “Éramos Seis” era bem estelar e não deixava a desejar aos “padrões globais”. Nesta novela, haviam nomes fortes como Irene Ravache, Othon Bastos, Tarcísio Filho, Leonardo Brício, Jussara Freire, Paulo Figueiredo, Denise Fraga, Osmar Prado, Jandira Martini, Marcos Caruso, Marco Ricca, Nathália Timberg, Mayara Magri, Umberto Magnani, Flávia Monteiro, Elizângela, Chris Couto, Rosi Campos, Rosaly Papadopol, Ana Paula Arósio, Otaviano Costa, Ney Latorraca, Caio Blat e Wagner Santisteban.

Na sinopse, segundo o site Teledramaturgia, a trama contava o cotidiano da vida de Dona Lola (Irene Ravache), ao lado do marido Júlio (Othon Bastos) e dos quatro filhos: Alfredo (Wagner Santisteban / Tarcísio Filho), Carlos (Caio Blat / Jandir Ferrari), Isabel (Carolina Vasconcellos / Luciana Braga) e Julinho (Rafael Pardo / Leonardo Brício), desde quando estes eram pequenos até a vida adulta, quando Dona Lola termina seus dias sozinha numa casa para idosos. A história transcorria todos os momentos marcantes de sua vida. Desde a luta diária para criar os filhos, passando pela morte do marido, de Carlos (o filho mais velho), vítima da Revolução de 1932; os problemas com Alfredo, envolvido com movimentos políticos e badernas; a união precoce de Isabel com um homem bem mais velho e casado; e o casamento de Julinho com uma moça da sociedade que resultou na ida de Dona Lola para um asilo.

Esta família é inesquecível para os noveleiros de plantão.

Com uma trama bem familiar, não demorou muito para que “Éramos Seis” conquistasse o público com audiências expressivas de até 20 pontos no ibope. Também pudera, o SBT exibia o folhetim em dois horários. Primeiro, às 19h45, estrategicamente, logo após a novela das sete da Globo (que na época era “A Viagem”, pegando ainda sua sucessora “Quatro Por Quatro”) e uma reprise às 21h40, assim que acabava a trama das oito global, na época, “Fera Ferida”. Uma outra sacada interessante do folhetim era que, ao fim de cada capítulo, ao invés de mostrar as cenas do próximo, um personagem “dialogava” diretamente com o telespectador sobre o que acabara de acontecer naquele episódio, criando maior intimidade e apelo ao seu público.

“Éramos Seis” chegou ao fim no dia 5 de dezembro de 1994, ovacionada pelo público e crítica da época. O SBT só reprisou a trama em 2001, entre 22 de janeiro e 23 de março. No último capítulo, um texto de Paulo Bonfim resumiu bem o sentimento dos telespectadores deste folhetim: “Esta é uma novela que não terminou! Riso e pranto prosseguem, criando em nós o velho hábito de sonhar. A Avenida Angélica de ontem, transforma-se num rio que leva para o mar da noite a graça de um tempo que pede para ser eterno. Outras Lolas e outros Júlios virão, oferecendo à paisagem angustiada a rosa de seu amor. Entre personagens povoados de poesia, o personagem maior é São Paulo - o glório São Paulo de 32, no sentir de Guimarães Rosa. Éramos seis e hoje somos tantos a pedir que aconteça em nossas vidas o suave milagre dos dias de outrora!”.

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