domingo, 25 de setembro de 2011

RG CRÍTICA #04: A RAPIDEZ DE “ACONTECER”

O programa “Aconteceu”, da RedeTV! não deve em nada aos jornalísticos da concorrência, é até mais rápido que os outros (em todos os sentidos!).

Laerte Vieira é o âncora do "Aconteceu"

   O SBT tem o “SBT Repórter”; a Record tem o “Repórter Record”; a Globo já tem o seu “Globo Repórter”... Pra quem pensou que a Rede TV! viria com o “RedeTV! Repórter”, eles inovam no título e batizaram de “Aconteceu” o seu programa jornalístico semanal que aborda um tema específico. Apresentado por Laerte Vieira, dentro de uma ilha de edição da emissora de Alphaville, na última quinta-feira eles resolveram retomar um caso que chocou o Brasil no dia 7 de Abril de 2011: o Massacre do Realengo, em que crianças foram mortas pelo “louco” (perdoem-me o juízo de valor, estou sendo até eufêmico...) Wellington Ferreira dentro de uma sala de aula. Possivelmente esse assunto foi destaque devido a um caso quase de mesma natureza que aconteceu nessa semana, onde uma criança de 10 anos atirou na professora e se matou dentro de uma classe.
   Em seu primeiro bloco, achei muito bacana a preocupação deles em situar o telespectador, mostrando as belezas do Rio, o porquê do bairro de chamar “Realengo” (muito interessante, por sinal!), até eles nos encaminharem para a Escola Tasso da Silveira, onde a dor da tragédia tomou conta de todo o programa. Descrição de toda a ação, depoimentos das crianças, dos pais das mesmas, dos representantes da educação carioca, imagens de circuito interno da escola (as mesmas imagens até, repetidas exaustivamente ao longo de todo o jornalístico) e uma trilha sonora de suspense e drama davam o clima de tristeza e luto às reportagens que iam sendo exibidas. Conhecemos a associação “Anjos do Realengo”, onde os pais que perderam seus filhos nesse caso se reúnem para compartilhar suas dores e encontrarem forças para seguir em frente.

"O Massacre do Realengo" foi bem explorado na edição do último dia 22.

   No segundo bloco (e que eu não imaginava que seria o "último"), o “Aconteceu” focou nos personagens mais dramáticos. Vimos depoimentos dos bombeiros e policiais militares que trabalharam naquele fatídico dia, em especial o Sargento Márcio, o primeiro policial que recebeu a notícia de um dos alunos feridos que conseguiu escapar da escola e, que atirou em Wellington antes dele se matar. Era emocionante ver uma das crianças lendo uma carta escrita por ela agradecendo a este policial por ter salvo a sua vida. Em seguida, fomos conduzidos a ver os casos internacionais parecidos com o “Massacre do Realengo”, já que era o primeiro dessa natureza que acontecia em nosso país. Houve um foco imediato ao massacre de Columbine, nos Estados Unidos, que virou até filme. Logo após, as atenções do programa se voltaram para Wellington, que era filho adotivo (eu não sabia disso!), quieto, reservado. Foram exibidos vídeos que foram gravados por ele dias antes do episódio, mas apenas para ilustrar (o que considero um escorregão da equipe do programa). Os vizinhos de Wellington e até um de seus amigos foram entrevistados mostrando enfim, os dois lados da história (ponto positivo pra eles!). No âmbito científico, um psiquiatra deu seu parecer sobre o pouco que viu nos vídeos e na carta deixada pelo “assassino do Realengo”. Mas depois de vasculhar toda a dor e a tristeza desse fato, o programa deixa uma mensagem de esperança, mostrando as crianças sobreviventes desse momento com seus sonhos e esperanças em busca de um futuro melhor e sem violência. Ponto positivíssimo para o “Aconteceu”.
   Após o fim desse segundo bloco de reportagens, Laerte anuncia: “E no próximo bloco, [quando eu achava que viria mais coisas], veremos o que o 'Aconteceu' mostrará na semana que vem.”. Não vou negar que me frustrei. Afinal, o programa estava no ar a quase 25 minutos e já ia decretar seu fim? E assim foi feito: na próxima quinta, eles vão falar da vida de pessoas que possuem Síndrome de Down.
   Pois é... o “Aconteceu”, de fato, acontece muito rápido assim como seu tempo verbal, não volta (muito) atrás. Mas o que pude perceber nesses 35 minutos é que é possível informar as pessoas apenas sobre um tema e não cansar o telespectador. Diferente de seus semelhantes de outras emissoras (já citados no começo dessa crítica), que apostam em programas de 45 a 1 hora numa abordagem lenta e, às vezes, pouco objetiva.
   Numa emissora em que, infelizmente, suas melhores audiências vem de programas que pouco acrescentam a nível de cultura (lê-se: "Superpop", "Pânico na TV", "A Tarde é Sua", "TV Fama" e "Dr. Hollywood"), o “Aconteceu” se perde nas noites de quinta-feira. E nessa rapidez de “acontecer”, vale a pena parar 35 minutos às 22h25 na RedeTV! para se informar de uma forma rápida e objetiva. #RGrecomenda

Um comentário:

  1. Me interessei pelo programa! Acho que vale a pena conferir até mesmo para compará-lo com programas que possuem o mesmo modelo, mas pertencem a outras emissoras!

    Já declarei que este é o meu quadro preferido! Continue postando RG CRÍTICA! =*
    Suzana Mateus

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