Com 40
capítulos no ar, novela turca tem agradado público da Band. Quais
os motivos de tamanha repercussão positiva?
Folhetim da Turquia trouxe de volta a dramaturgia na Band.
“Até onde você iria para salvar o seu filho?”: Foi com esta
pergunta que a Bandeirantes provocou seus telespectadores a
assistirem a estreia da novela turca “Mil e Uma Noites” no último
dia 9 de março. Quarenta capítulos depois (ainda restam 140), a
aposta na trama de grande repercussão internacional vem se mostrando
uma decisão acertada da emissora paulista e vem agradando em cheio
aos amantes de um bom dramalhão enlatado. Mas diferente das tramas
mexicanas que costumamos ver, o produto turco que entra nas nossas
casas nas noites de segunda a sábado, logo após o Jornal da Band,
impressiona pela qualidade das cenas e, porque não, nos apresentar
um novo celeiro de folhetins.
“Mil e Uma Noites” é uma trama que mostra a Band de volta no
caminho da dramaturgia, ao qual tinha abandonado em 2008 com a novela
autoral “Água na Boca”. Já a última investida num folhetim
importado foi na saga infantojuvenil argentina “Isa TKM” e “Isa
TK+”, exibidas entre 2009 e 2011. A atração turca entrou no lugar
da série norteamericana “Glee”, que vinha com baixos índices de
audiência, e conseguiu triplicar o ibope da Band no mesmo horário.
Sherezade e Onur: casal protagonista é lindo e tem química de sobra!
De nome original “Binbir Gece”, “Mil e Uma Noites” é uma
produção de alta qualidade e um enredo atrativo que conta uma
história de amor cheia de percalços. Lançada em 2007 e produzida
pela TCM Film, a atração alcançou números de audiência muito
expressivos no Oriente Médio, no Leste Europeu e, mais recentemente,
na América do Sul. Na sinpose, Sherazade (Bergüzar Korel) é uma
arquiteta viúva, mãe de um menino de 5 anos portador de leucemia, e
que precisa de auxílio financeiro para custear o tratamento dele.
Com a recusa do ex-sogro Burhan (Metin Çekmez), ela pede ajuda para
o chefe Onur (Halit Ergenç), que se compromete a pagar pelo
transplante de medula óssea que pode salvar a vida de seu filho, com
a condição de que eles passem uma noite juntos. Sherazade terá
então que refletir se vale a pena abrir mão de sua honra para
salvar a vida do menino.
Ontem assisti ao capítulo 39 da trama e algumas coisas me ajudaram a
entender porque a novela vem sendo tão recebida pelos
telespectadores. Um dos pontos interessantes de “Mil e Uma Noites”
é a manutenção dos nomes turcos dos personagens, bem como a trilha
sonora típica da Turquia, ajudando a situar mais a localização da
trama. A fotografia e os enquadramentos das imagens são impecáveis.
Sobre a história em si, percebe-se todos os elementos que prendem os
amantes de uma boa novela: amores mal resolvidos, dramas familiares e
até triângulos amorosos. O casal protagonista – Sherazade e Onur
– embora não esteja nesse momento da história numa situação
confortável (com direito a uma sogra que inferniza a vida da
Sherazade!), eles têm química. E quem assiste ao folhetim, torce
para que se acertem o quanto antes. Na vida real, inclusive, vale
contar que Bergüzar e Halit se casaram em 2009.
Nas redes sociais, as frases da novela são muito compartilhadas.
Outro aspecto positivo da trama é ver uma mocinha decidida,
determinada como Sherazade. Entre os coadjuvantes, os personagens Ali
Kemal (Ergün Demir) e Kerem (Tardu Flordun) se destacam pelo bom
trabalho. Talvez a única parte negativa de “Mil e Uma Noites”
seja no texto dos autores Mehmet Bilal e Murat Lütfü, cercado de
frases feitas e que dá um ar artificial às falas dos personagens.
Por fim, a música escolhida para a abertura brasileira – “Eu Só
Queria Te Amar”, da cantora Laís – foi outro acerto, deixando o clima mais romântico para a novela. A canção é uma versão de “Corre”,
da dupla mexicana Jesse & Joy.
“Mil e Uma Noites” não tem índices expressivos de audiência em
comparação à outras emissoras, mas já pode ser considerado um
sucesso no Brasil. Os números de ibope alcançados pela trama
atenderam à expectativa da Band, e a boa repercussão nas redes
sociais fizeram com que a emissora já escolhesse outra novela carcamana para substituí-la quando a história de Sherazade
terminar. Segundo o colunista Flávio Ricco, ela se chama
"Fatmagül'ün Suçu Ne", exibida pelo Kanal D em 2010.
Depois dos mexicanos, argentinos e africanos, parece que os turcos
estão chegando para conquistar uma parte dos noveleiros brasileiros.
Se a primeira impressão é a que fica, “Mil e Uma Noites” tem
sido um ótimo cartão de apresentação.
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