terça-feira, 8 de novembro de 2011

RG CRÍTICA #09: APRENDIZ 8: MUITAS MUDANÇAS, POUCA VONTADE DE ACOMPANHAR

A oitava edição de “O Aprendiz”, reality show da Rede Record, trouxe em sua primeira semana o conteúdo de sempre numa roupagem nova, mas deixa a desejar.

João Dória e Conselheiros na 8ª edição do Aprendiz
   De uma coisa ninguém pode contestar: “O Aprendiz” é o único reality show brasileiro com conteúdo. Eu acompanho esse programa desde sua estreia em 2004, sob o comando do mega-empresário Roberto Justus – que eu já coloco aqui como o melhor apresentador dessa atração. Hoje em dia, mais precisamente no dia 1º de Novembro, a Record começou a veicular a oitava temporada do programa, e a segunda sem o comando do Roberto. Uma tarefa que cabe, agora, ao também grande empresário João Dória Jr.
   O formato do programa não é brasileiro (como muitos reality-shows que temos no Brasil). Sua versão embrionária se chama “The Apprentice” e é apresentado pelo empresário Donald Trump nos Estados Unidos. Mas o miolo do programa não é difícil de entender: 16 participantes, em sua maioria graduados e com experiência, disputam um prêmio de (atualmente) 1 milhão e meio de reais, que vão desde a vagas de emprego em grandes empresas como a chance de executar algum projeto com a ajuda dos empresários que apresentam o programa. Nesse ano, o vencedor também será dono de uma franquia de fast-food. A versão 2011 do Aprendiz procura como vencedor uma pessoa com espírito de empreendedor. Algo que eu saberia explicar melhor se o primeiro episódio se preocupasse em fazê-lo detalhadamente para os seus telespectadores.
   Na semana passada – semana de estreia – assisti seus dois primeiros episódios, já que o reality vai ao ar nas terças e quintas. (NOTA DO CRÍTICO: Confesso a vocês que sou um pouco #TeamJustus, pois gostava do pulso firme com que ele comandava o programa, e quando ele deixou de apresentar, não acompanhei mais. Então para mim, ver “O Aprendiz” hoje, com João Dória, é uma grande novidade.) E quando foi dado o pontapé inicial do programa, um susto! Uma voz em off apresenta João Dória Jr. e, com aquela música (incrível!) de suspense de sempre, me deparo com as equipes já formadas, nomeadas (Vanguarda e Vetor) e lideradas, já no local pra receber as instruções, pra começar o primeiro desafio, pra começar a agir. Calmaê! Mais devagar né? Cadê as grandes aberturas em lugares exóticos que sempre representavam algo ao programa e aquele discurso ótimo do apresentador logo na abertura que tinha na “Era Justus”? Tudo bem que a primeira prova foi realizada em Belém (que não foi devidamente apresentada, apenas citada e “agradecida”) mas, mesmo assim, nem parecia que era “o episódio de abertura da temporada”, apenas mais um, como serão os próximos. #nãocurti

João Dória já anunciando a primeira prova com tudo já formado em poucos minutos. Oi?

   Após a pequena reunião ente os participantes, João Dória e os conselheiros Carla Pernambuco e Cláudio Forner, que são rapidamente apresentados (parece que, dessa vez, levaram a sério a expressão “tempo é dinheiro”...), a voz em off apresenta cada integrante das equipes durante a execução da primeira prova (5 desafios em 1), com informações importantes sobre eles, outras nem tanto.
   Nesta primeira prova, os participantes cumpririam cinco desafios: 1) sobrevivência na selva (obtenção de fogo, capturar uma cobra, comer uma comida “exótica” [#NoLimiteFeelings]); 2) canoagem; 3) ação ribeirinha (arrecadação de donativos, distribuição de kits); 4) pesca e 5) artesanato marajoara (aprender e fazer um artesanato típico de Belém). Como o ritmo do episódio estava acelerado (frenético, eu diria), não demorou muito para sabermos que a equipe Vanguarda foi a vencedora. E como de praxe, víamos aquela mesma sequência de imagens: a alegria dos vencedores aproveitando a ótima recompensa pelo trabalho bem feito, e a decepção, raiva e frustração da equipe derrotada.

Primeira sala de reunião: tensa e com decisões inéditas.

   Sem nenhum intervalo (ainda), já fomos para a primeira parte da Sala de Reunião, onde a equipe Vetor foi julgada por João Dória e os conselheiros que, vale ressaltar, estão muito mais ativos nesta temporada. Mais do que julgar depois da prova, antes dos resultados finais, Carla e Cláudio na Sala de Reunião falavam bastante, questionavam e criticavam seriamente, às vezes, mais do que o próprio João Dória. Essa maior participação dos conselheiros se tornou mais nítida ao vê-los também na abertura do Aprendiz, algo aparentemente novo na estética do programa. A música, ao menos, ainda é a mesma (o famoso “money, money, money, moooney” remixado continua!). O programa foi pro seu primeiro intervalo com uma decisão inédita de Dória: ele queria que todos voltassem pra segunda parte da Sala de Reunião (onde, geralmente, só voltam três e um é eliminado do programa), já que a discussão entre eles foi muito acalorada, e o foco da equipe perdedora foi em um detalhe: o fato do participante Rodrigo Fittipaldi (o polêmico desta edição) ter ido à selva sozinho e recusar a ajuda de outros colegas. E foi sobre o Rodrigo que João Dória soltou uma frase que fiz questão de copiar e que não vai demorar muito até chegar no meu Twitter: “Aquele que não tem humildade, não tem condições de ser um vencedor.” Anotaram também? Deveriam... rs!
   A segunda parte da Sala foi um pouco tensa, onde João Dória, antes de anunciar o seu resultado, perguntou ao participante Tanyo se ele estava sofrendo alguma espécie de discriminação, pois quando foi perguntado aos outros seis participantes quem eles eliminariam, três pessoas votaram nele. Dá-se a entender que quando Dória falou de discriminação, talvez se referisse à nordestalidade do participante, que é oriundo de Aracaju, Sergipe. Mas Tanyo explorou uma outra forma de preconceito: o fato dele não ser graduado numa faculdade, por ter apenas ensino técnico. Dado essa turbulência, Dória declara sua decisão: resolve não eliminar ninguém por entender que o grupo estava desunido demais e que eles encarassem essa decisão como uma chance de se unir e melhorar no próximo desafio. O que, definitivamente, não aconteceu.

Rodrigo Fittipaldi: o 'polêmico' desta temporada.

   O segundo episódio começou tão rápido como o primeiro. Para quem não acompanhou o primeiro capítulo, um resumo de menos de 30 segundos do último programa não foram suficientes para situar o telespectador. O segundo desafio para as equipes Vanguarda e Vetor era articular, em 24 horas, a compra, produção, preparação e entrega de refeições às pessoas carentes nas ruas de São Paulo. Rodrigo Fittipaldi (Vetor), o polêmico, atacou novamente ao deixar claro que não confia em sua própria equipe.
   A edição ajudou, mas a equipe Vanguarda facilitou a compreensão de quem ganharia aquela prova. Ao passo que essa equipe desenvolvia tudo com maestria, a Vetor se perdia numa completa desorganização. Era agoniante ver uma equipe trabalhando tão mal. A entrega das refeições pela equipe Vanguarda foi um momento emocionante, ao mesmo tempo que a equipe Vetor fez uma entrega fria e extremamente mal-feita.

Wellington: levou fora de Dória e foi eliminado.

   O resultado não podia ser diferente: a Vanguarda vencia pela segunda vez, e foram para Colômbia comemorar a vitória; e a equipe Vetor, perdia feio pela segunda vez, e ia encarar a pior sala de reunião deles até então. João Dória, Carla Pernambuco e Cláudio Former não mediram palavras para criticar o pífio desempenho daquela equipe, que foi de fato vergonhoso. João Dória teve seu momento a la Justus no momento em que deixou claro que não queria ouvir o líder Wellington falar a não ser que ele permitisse. [WELLINGTON: Posso falar? DÓRIA: Não. Eu não quero ouvir você agora.] Palmas de pé para o João!
   Na segunda parte da reunião, onde estava o líder da prova Wellington, Ana (amplamente massacrada pela equipe por ter se maquiado num ponto crítico da execução da prova) e, mais uma vez, Tanyo, pelo argumento do líder de ter atrapalhado a tarefa de logística, ao qual foi designado (Detalhe: desde quando um cara sergipano, novato em São Paulo, ia se dar bem em planejar uma rota de entrega?). Mas o desprezo de Dória para Wellington na primeira parte da sala se converteu em sua demissão no veredicto do apresentador, principalmente depois do mesmo admitir ter falhado no comando de sua equipe. E assim acabou a semana de estreia de “O Aprendiz 2011”.

Todo o elenco de "Aprendiz 8": eles tem muito o que aprender (literalmente!)

   Diante de tudo isso, decidi na minha Sala de Reunião que dificilmente irei acompanhar o desenrolar do reality que tanto me prendia antigamente. Ele continua sendo o único reality-show de conteúdo da TV brasileira, mas a edição acelerada, a apresentação morna de Dória, e um ar de glamour de outras edições que não há nessa hoje em dia [há ainda quem diga, e não sou eu, que os candidatos também não são interessantes] não me convencem a continuar assistindo essa temporada, que já tem final agendado para o dia 20 de Dezembro, numa edição ao vivo, direto do Memorial da América Latina. Quem sabe eu esteja aqui ano que vem comentando a estreia da nona temporada com a volta do apresentador Roberto Justus no comando da atração. Como ele já foi recontratado pela Rede Record, já é meio caminho andado. #ficaadicaRecord! Mas por enquanto, para mim, a oitava edição de “Aprendiz – Empreendedor” está demitida da lista de programas bons para assistir. #RGMaisOuMenosRecomenda =(

4 comentários:

  1. Não acho que seja a máxima de "tempo é dinheiro", não. De uns anos pra cá, a edição do programa percebeu que o que dá audiência é a sala de reunião e encurtou o tempo de apresentação da prova. E no primeiro episódio, a prova era muito complexa pra gastar tempo com sermão.

    Sinceramente, acho isso um erro. Até porque, tanto quando João Dória, os expectadores precisam ter elementos para saber julgar a ação de cada integrante do programa. Infelizmente, esse tempo só vai ser dado com alguma justiça quando estivermos na reta final do reality.

    Eu gosto do João Dória, como apresentador. Embora reconheça que o estilo dele é bem diferente do Justos, acho que isso deixou as coisas menos previsíveis. Mas entendo quem não acha ele empolgante.

    Boa crítica. Eu, por enquanto, insisto em ver o melhor reality do Brasil. O único que ainda me dá alguma coisa de qualidade... Kkkkkkk

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  2. Concordo com a crítica: o programa está confuso, sem graça e totalmente fora do formato original.
    Não apreciei os participantes nem os conselheiros (que por sinal, não dão conselhos, mas sim tentam apresentar o show).
    Assisti algumas temporadas de The Apprentice (o original), com o Donald Trump. É impressionante como é igual ao O Aprendiz da era Justus! Acredito que seja este formato que o deixa interessante e estou convicto que se a Rede Record insistir nesta mudança drástica, o programa estará fadado ao fracasso! Como nosso amigo disse em sua crítica, realmente espero que haja uma próxima edição com o Roberto Justus de volta aos moldes antigos.

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  3. Tenho acompanhado, e nesses últimas dias tenho ficado bastante decepcionada com a maneira do João Dória demitir os integrantes...parece que ele não tá sabendo quem realmente quer demitir e pede que eles(por conta própria) se demitam...além disso, Carla Pernambuco não tem se comportado como conselheira, ela chega a desrespeitar alguns integrantes chamando-os de "cara pálida" e "atriz", termos que alguém que ocupa o lugar de conselheiro não deve usar. Estamos desanimando de assistir o programa.

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  4. outro problema q percebi foram os "bate-bocas" na sala de reuniao, um kerendo culpar o putro, um kerer falar mais alto q o outro....e ai fica complicado

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