domingo, 26 de agosto de 2012

RG CRÍTICA #20: “TAPAS e BEIJOS” SOBE, “A GRANDE FAMÍLIA” DESCE

Enquanto a Família Silva está em crise na frente e atrás das câmeras, as duas amigas de Copacabana seduzem e divertem as noites de terça-feira.


Uma série está no auge, a outra, à beira do abismo.

   “Essa família é muito unida / E também muito ouriçada / Brigam por qualquer razão / Mas acabam pedindo perdão”... Os versos entoados por Dudu Nobre, já conhecidos do grande público, anunciam um novo episódio de “A Grande Família” há 11 anos. A série de 2001, que começou como um remake do que fora exibido na Globo entre 1972 e 1975, ganhou vida própria e novos episódios. Apesar de ser o seriado de maior duração na emissora carioca no momento, os sinais de desgaste estão nítidos nesta atual temporada. A contra-ponto, a série “Tapas & Beijos”, que estreou no ano passado – quando “A Grande Família” completava 10 anos no ar – tem conquistado o público com histórias divertidíssimas nas noites de terça-feira. O resultado está aí: foi a série de maior êxito em 2011, o ibope continua satisfatório em 2012 e já tem lugar garantido no ano que vem.
   “A Grande Família” tem um elenco forte e todos já foram conquistados de alguma forma por algum personagem. As atuações de Marieta Severo (Nenê), Marco Nanini (Lineu), Pedro Cardoso (Agostinho), Guta Stresser (Bebel), Lúcio Mauro Filho (Tuco) e Marcos Oliveira (Beiçola) são impagáveis. O programa teve espaço para muitas participações especiais e personagens que foram fixos por algumas temporadas como os saudosos Rogério Cardoso (Seu Floriano) e Francisco Milani (Tio Juvenal), além de Natália Lage (Gina), Andréa Beltrão (Marilda) e Evandro Mesquita (Paulão), atualmente. O segredo do sucesso da série são as histórias que fazem parte do cotidiano da família brasileira. Já “Tapas & Beijos” também tem uma pegada popular, a começar pela ótima música de abertura, interpretada pela Banda Calypso. No seu elenco também há nomes de peso como Fernanda Torres (Fátima), que já vem de outros sucessos cômicos como “Os Normais”, e Andréa Beltrão (Sueli), que saiu d'A Grande Família na mesma época que entrou nesse sitcom. Uma troca mais que acertada! Os desempenhos de Vladimir Brichta (Armane), Érico Brás (Jurandir) e do Flávio Migliaccio (Seu Chalita) também são um show a parte. Recentemente, eles colocaram o Fábio Assunção no casting, que vinha de problemas pessoais e conseguiu dar a volta por cima para nos divertir com o Jorge, dono da boate “La Conga”. O programa, que no primeiro ano falava de duas amigas encalhadas, agora falam de duas amigas que fazem de tudo para manter os seus relacionamentos. E a química Torres & Beltrão é muito convincente na telinha. Mas o tempo passa e com ele, algumas coisas evoluem, outras regridem.


O elenco de "A Grande Família" pensa no fim da série há muito tempo.

   “A Grande Família” não dá sinais de cansaço de hoje. Em 2007, eles lançaram um longa metragem baseado na série. O número relativamente bom de público – 2 milhões de espectadores – contrasta com um roteiro pífio e cansativo, que mais pareciam três episódios do seriado seguidos. E foi nesse mesmo ano que o elenco já conversava sobre o fim do programa, mas a audiência consolidada (ou seria acostumada?), faz com que a Globo nunca considere essa possibilidade. Já “Tapas & Beijos” entra na segunda temporada com a mesma boa audiência de seu início em 2011, com médias de 27 pontos contra 25 da Família Silva.
   O ano de 2012 tinha tudo pra ser o último ano d'A Grande Família. Tudo começou quando Marieta Severo revelou numa entrevista que adorava fazer a Dona Nenê mas que queria partir para novos desafios. Como se não bastasse, Pedro Cardoso discutiu feio com Guta Stresser durante as gravações do programa em julho deste ano. Botando panos quentes, a Rede Globo esclareceu que tudo foi “uma briga normal de trabalho” e que eles voltaram a gravar em seguida. Dizem que o desgaste também se deu devido às diversas alterações que foram dadas à história ao longo dos anos – como o coma de Lineu e a colocação de Fábio Porchat no elenco fixo neste ano – mas que pouco refletiram no ibope.
   Embora a crítica declare que “A Grande Família” não tem mais história pra contar e o ibope continue estagnado, a Rede Globo também confirmou mais uma temporada da série em 2013. Já “Tapas & Beijos” também tem terceira temporada garantida, que dizem, contará com a saída do personagem Jurandir, que não vem rendendo mais no programa. Enquanto “Tapas & Beijos” muda uma coisinha aqui, outra ali para o ano que vem, veremos “A Grande Família” se arrastar em seu estado terminal por mais um ano, que de tanto “catucar” os telespectadores já não sentimos mais seus efeitos há muito tempo.

3 comentários:

  1. Mas como a audiência de Tapas e Beijos é excelente se a audiência CAIU em relação a 2011? Deveria subir. A verdade é que mexeram onde não deveriam. Mal o programa começou e elas já casaram, assim os autores acabaram com a ideia principal das 2 solteironas. Disseram que não iriam apagar o Jurandir, mas acabaram fazendo isso só por causa do Fábio Assunção (que não tem a menor graça), para piorar colocaram a filha (que é pior ainda). Nessa 2° temporada apagaram o Jurandir e o Chalita (os dois melhores). O programa veio cheio de piadas repetidas (em relação ao "lixão da mãe Lucinda", pegando várias vezes carona na novela das 8), já ficaram "pelados" (com aquela tarja preta) várias vezes... Pura apelação! Sem esquecer que a criatividade tá longe, pq todo episódio é briga por ciúmes, o dessa semana de novo as mulheres vão ter cíumes de uma "gostosona" (agora é a Natália Lage, mas antes teve a Paolla Oliveira, isso pq estou contando apenas as atrizes famosas).

    A Grande Família, ao contrário, tem uma estória diferente do episódio anterior e dos anos anteriores tbm (Lineu nunca ficou em coma, Tuco nunca teve emprego fixo, nunca teve um episódio com karaokê, pipas, etc). AGF brinca com o humor, com drama, com romance e ao mesmo tempo ainda fala de maneira inteligente sobre a situação do Brasil seja quanto a violência, política, educação (quantas vezes "Tapas" fez isso ou parecido?). AGF subiu a audiência ano após ano, nada mais natural a audiência cair após 12 anos, e mesmo assim a audiência ainda é igual ao de Tapas (a duas semanas a audiência de AGF é maior, e nos dois primeiros meses do anos tbm foi maior, e isso não apenas em SP). Fora que Tapas ainda teve uma "ajuda" do ibope no 1° episódio da 2° temporada (na prévia tava com 21 pontos, e do nada, no consolidado estava com 23?! Estranho...). Esse ano, seja pro lado positivo ou negativo, AGF teve uma repercussão muito maior, inclusive nas redes sociais (o episódio que o Pedro escreveu foi parar nos Trends Mundiais e foi bem elogiado, principalmente pelos mais "politzados"). E não foi o único episódio que parou nos Mundiais, nem "Tapas" consegue isso, pq esse ano está muito morno, chato e em uma mesmice só (e olha que é apenas a 2° temporada).

    As mudanças de AGF foram feitas baseadas no passado de seus personagens: Bebel sempre sonhou em morar na Barra e se vestir como as mulheres de revistas chiques e é o que ocorre agora; Tuco sempre teve uns dotes artísticos; Nenê não traiu Lineu, ela só queriase distrair um pouco (é pq nós sabíamos que o Lineu iria acordar, agora leve isso para a vida real, quem iria ficar 4 anos vivendo de casa-trabalho-hospital e repetir isso no dia seguinte?) A mulher nem beijou o homem. As mudanças foram bem planejadas, encaixam com os 11 anos anteriores da família Silva.

    As discussões são naturais, não acredito que a Globo tenha colocado panos quentes, se o caso tivesse sido tão sério assim, nem iriam para 2013. Marieta Severo disse que o programa poderia acabar em 2012 ou 2013, e ela disse que quer fazer novos trabalhos mas que pensa no "aqui e agora" e que ela está feliz em fazer a Dona Nenê (só jogar no google e verás isso). A Guta já explicou o que aconteceu tbm na revista Quem. O Lúcio disse pra Caras: “Tudo que acontece na Grande Família, por ser um programa muito querido, repercute de uma forma maior, mas está tudo ótimo”, e isso tanto é verdade, que 1 mês após a Marieta ter dito que o programa estava acabando "surgiu" essa polêmica. Coincidência?!



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  2. O filme concordo, não teve um texto muito bom (foi legal, mas a série é bem melhor). Parece que eles fizeram apenas por conta do sucesso do programa, que ao contrário que vc escrever, não vinha tendo uma decadência, e a cada ano tinha uma novidade: 2007 (Bebel grávida), 2008 (pet-shop do Lineu), 2009 (um novo casamento de Nenê e Lineu), isso pq estou resumindo, pq nesses anos teve muito mais estórias, a série sempre teve novidades. Mas claro, isso só sabe quem acompanha e realmente ASSISTE (mudar de canal e ficar fazendo crítica sem saber, ou fazer crítica só pq não gosta, levar pro pessoal, não ajuda em nada).

    O problema de A Grande Família é que é um programa longo e não é mais uma novidade. O público adora uma novidade, mesmo que esta venha cheia de coisas "velhas", como o próprio Tapas que está cheio de referências a família Silva: Chalita é um libanês meio solitário carente que adorava a Sueli e se arranjou com uma mulher interesseira = Beiçola tem sangue português, por ser sozinho e carente se apaixonou por Nenê, e recentemente namorava a fofoqueira do bairro, Abigail ; Armane vive de enrolar a Fátima = Agostinho que vivia de enrolar Bebel (até as roupas dos dois são parecidas). Sueli nunca se dava bem um relacionamento, pedia ajuda pra um santo, se casou com Jorge, mas tem tudo pra separar-se dele = Marilda nunca se dava bem em um relacionamento, pedia ajuda pra santo, mandinga e tudo que pudesse atrair marido, se casou com Mendonça e separou-se dele. (duas personagens da Beltrão) Fátima é igual a Vani (Torres não conseguiu mudar a interpretação).

    AGF ainda é melhor que Tapas em muitas outras coisas que não falei, mas é assim mesmo, cada um com sua opinião.

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  3. Não acho que o Fábio Porchat seria uma boa opção para alavancar a audiência, graça não encontrei nos capítulos com o personagem.

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