Nada
melhor do que comemorar 100 posts do #RGnaTV falando de um dos
melhores programas infantis da TV brasileira!
O "Castelo Rá-Tim-Bum" foi escolhido para comemorar 2 anos de #RGnaTV!
Ele
é o melhor programa infantil do ano de 1994. Foi uma das poucas
atrações da TV Cultura que alcançaram os dois dígitos de
audiência, com picos de 13 pontos no Ibope. Teve 90 episódios, mais
1 especial de Natal. 97% das gravações foram realizadas em um único
estúdio. Foram 6 mil horas de gravação e 3 mil horas de edição.
800 figurinos. 250 profissionais envolvidos entre elenco e equipe
técnica. 6 personagens principais, 5 convidados especiais e 9
bonecos. Com todos esses números expressivos não há mais dúvidas: O
“Castelo Rá-Tim-Bum” mais que merece ser destaque no post número
100 do #RGnaTV, neste saudoso #RGRelembra!
CONSTRUINDO
O CASTELO
Clipt, clopt, stiu... A porta se abriu! Prrrráá!
O
“Castelo Rá-Tim-Bum” foi ao ar em 1994, mas a sua elaboração
começou 1 ano antes. Segundo o criador, roteirista e – pasmem! –
o personagem “Tíbio”, Flávio de Souza, relata que o “Castelo”
seria uma continuação do programa “Rá-Tim-Bum”: “Não
era nem uma continuação, mas uma nova versão. A gente ia tirar as
coisas que a gente achava que não tinha dado tão certo no
'Rá-Tim-Bum' e substituir por outras coisas. No fim, a gente
inventou tanta coisa, que acharam melhor inventar um outro programa.
E a gente fez um programa tão gigantesco, que aí eles escolheram só
um pedaço, em uma das coisas que a gente tinha inventado, e aí se
desenvolveu e virou o 'Castelo Rá-Tim-Bum'”.
Quando o programa estreou, no dia 09 de Maio de 1994, assim com as
novelas, ele foi ao ar sem ter todas as gravações concluídas. Ao
todo, entre a elaboração e a conclusão das gravações, tudo isso
durou, aproximadamente, dois anos.
O
“Castelo” foi criado totalmente dentro dos estúdios da TV
Cultura. Segundo a cenógrafa do programa, Lu Grecco, a ideia dos
roteiristas era de criar um castelo misterioso e alegre. Mas acima de
tudo, um castelo urbano. Nas pesquisas, eles se inspiraram numa
arquitetura antropozófica – de origem alemã, que trabalha com
formas esquisitas, estranhas e tristes – sobrepondo a criatividade
nas obras do artista plástico Gaudí. Com isso, surgiu um cenário
construído em 360 graus, com vários ambientes anexos para funcionar
como pequenos teatros e bocas de cena. Apesar disso sacrificar um
pouco a praticidade das gravações e da dinâmica operacional, o
esforço atendia as necessidades do projeto do programa.
No "Castelo", até a estrutura familiar foi bem pensada.
Além
do aspecto físico, também se pensou no aspecto humano e educativo
que o “Castelo Rá-Tim-Bum” teria. De acordo com a Coordenadora
de Produção Pedagógica, Bia Rosenberg, o programa já surpreendia
pela estrutura familiar que foi criada para o Nino, um dos
protagonistas: “...A gente optou por não fazer pai e
mãe, porque as crianças agora tem famílias muito diferentes, por
isso que ele tem tio e tia. E mesmo as crianças que vão e vem do
Castelo, é como se elas fossem autônomas, não tem história delas.
Quando a gente faz histórias pra criança, a gente não precisa
explicar tudo da onde veio”,
completa. Além disso, o programa também se baseava – acreditem! –
nas teorias construtivistas da educação, em que se consiste em
desenvolver a inteligência pelas ações entre o indivíduo e o
meio, além de tentar preencher lacunas na educação que as crianças
recebem na escola. Para Flávio de Souza, “a história
principal era um jeito de chegar naqueles quadros. E os quadros eram
a parte mais didática”.
Segundo Fredy Allan, o intérprete do menino “perguntador”
Zequinha: “O 'Castelo' não forma, informa ninguém. Ele
propõe a vida, a descoberta, através de todos os personagens”.
Na
parte estética do programa, algumas curiosidades: a maquiagem e o
cabelo de alguns personagens demoravam de 2 a 3 horas para ficarem
prontos. E todos os figurinos do castelo são feitos no estilo
patchwork, com pedaços
de tecidos, mesclando várias cores.
A
trilha sonora é um show à parte. O CD com as músicas da série é
vendido até hoje. São grandes clássicos: “Zeca, Nino, Pedro e
Biba”, interpretado por Fernando Salém; “Morgana”, cantada
pela própria Rosi Campos; “Etevaldo”, na voz de Paulinho Moska;
“Ratinho Tomando Banho”, por Hélio Ziskind; O tema do “Dr.
Abobrinha”, interpretado por Gerson de Abreu; A lindíssima música
“Caipora”, da dupla sertaneja Pena Branca e Xavantinho; E ainda
Arnaldo Antunes com a canção “Lavar as Mãos” e “Somar é
Legal”, também com Fernando Salém.
Um elenco grande que deixa saudades até hoje!
LUZ,
CÂMERA, AÇÃO
A
sinopse do “Castelo Rá-Tim-Bum” é bem simples: Como nenhuma
escola aceita a matrícula de um menino de 300 anos, o solitário
Nino (Cássio Scapin) faz um feitiço para atrair ao seu castelo três
crianças: Pedro (Luciano Amaral), Biba (Cínthia Rachel) e Zequinha.
Após conquistar seus novos amigos no primeiro episódio, Nino vai
receber a visita dos três a cada programa.
Além
destes, outros personagens habitam e visitam o Castelo: o entregador
de pizza Bongô (Eduardo Silva), o extraterrestre Etevaldo (Wagner
Bello), a jornalista Penélope (Ângela Dip), a bruxa Morgana (Rosi
Campos) e sua gralha Adelaide (Luciano Ottoni), a Caipora (Patrícia
Gaspar), o vilão Dr. Abobrinha (Pascoal da Conceição), os
cientistas Tíbio e Perônio (Henrique Stroeter), as fadinhas Lana
(Fabiana Prado) e Lara (Teresa Athayde), Telekid (Marcelo Tas), o
Gato Pintado (Fernando Gomes), a cobra Celeste (Álvaro Petersen),
Mau (Cláudio Chakmati), Godofredo, Relógio, Fura-Bolo, e as botas
Tap (Theo Werneck) e Flap (Gerson de Abreu).
No "Castelo", todo episódio se aprendia algo! #saudades
CURIOSIDADES
DE BASTIDORES
- No teste para a cobra Celeste [nooooooffaaaa...], só havia o Álvaro Petersen de homem, pois só haviam mulheres. Durante a seleção, ele resolveu “imitar” a voz da Bia Rosenberg, a coordenadora de produção pedagógica. Ele ficou com o papel e ainda deu vida ao Godofredo.
- A barba do Tíbio era de verdade, porque ele não podia tirar devido a uma peça. A do Perônio não. E a barba era feita com pelos de verdade, grudados com cola especial e sprays.
- Recentemente, o Henrique Stroeter (Perônio) fez grande sucesso ao interpretar o mecânico Rafael, o pai do Jaime Palilo no remake de “Carrossel”, no SBT.
- O personagem Telekid [Poooorrrrque sim, não é resposta!] foi criado pelo próprio Marcelo Tas. Ele foi um dos últimos a compor o elenco do programa. Segundo Tas, o Telekid representou naquela época o que o “Google” representa hoje em dia.
- Fredy Allan, o Zequinha, já fazia peça com a Cinthia Rachel (Biba) antes de entrar no 'Castelo'. Fez testes com o trio escalado e com outras crianças.
- Fredy Allan venceu recentemente um processo contra a TV Cultura pedindo direitos sobre os produtos que são licenciados até hoje com a marca do “Castelo-Rá-Tim-Bum”.
- O bigode do Dr. Victor foi sugestão do próprio Sérgio Mamberti. Ele foi inspirado no pintor Salvador Dalí, mas caía bastante durante as gravações.
- O Pascoal da Conceição fez testes para Dr. Victor, e a pedido do diretor fez o Dr. Abobrinha, ganhando imediatamente o papel. A risada do Dr. Abobrinha foi inspirada em um amigo do Pascoal.
- A personagem Caipora é uma junção do Curupira com a própria Caipora. Tinha o figurino mais complicado. Os pelos do corpo dela eram amarrados.
- No seu teste para Penélope, Ângela Dip teve que dançar. Suas referências para o papel foi a Penélope Charmosa e a Jeannie É Um Gênio. Suas unhas eram postiças, cílios também.
- O Pedro (Luciano Amaral) foi o último do trio de amigos a ser escolhido.
- Alguns atores não estão mais entre nós. Já faleceram o Wagner Bello, que fazia o Etevaldo, e o Cláudio Chakmati, que deu vida ao boneco Mau e Gerson de Abreu, que fez a bota Tap e cantou o tema do Dr. Abobrinha.Quem lembra da Caipora e o episódio do "Surrebifru"? Leia mais abaixo pra entender... ;)
TOP 5 EPISÓDIOS “CASTELO RÁ-TIM-BUM”
01 – Tchau, não. Até amanhã!
O episódio de estreia é marcante por dar início a toda essa
história. Quem nunca imaginou encontrar uma “bola voadora” por
aí e dar de cara com um castelo no meio da cidade?
14 – Luz, Câmera, Ação
Uma das primeiras artimanhas do Dr. Pompeu Pompílio Pomposo, ou Dr.
Abobrinha para os mais íntimos, foi se passar por diretor de cinema
para tentar comprar o castelo. Morro de rir até hoje com o discurso
mega longo do Pedro! Hahahahaha... =P
43 – Uma babá nada boba
“Palminha, palminha, palminha! / Vamos bater palminha! / BATER
PALMINHA?!” Parece que ter 300 anos não foi suficiente para o Dr.
Victor e Morgana deixar Nino sozinho no castelo. O jeito foi arrumar
uma babá pra ele. Eliana Fonseca deu vida de forma estupenda a essa
babá mutcho loca.
53 – Zula, a Menina Azul
O capítulo em que uma menina azul aparece de repente no Castelo é
muito especial porque falou de forma bem sutil sobre o preconceito de
cor. Um episódio lindo, que ensinou a não julgarmos o livro pela
capa.
62 – Surrebifru
Esse episódio seria especial só pelo título dele. Mas logo lembro
de quanto foi tenso ver a Caipora e o Nino brigando feio. E foi muito
triste-triste-triste ver a Caipora chorando. Mas como tudo acaba bem,
tudo acabou em pizz... ops, em Surrebifru. Aliás, alguém sabe fazer
essa iguaria de frutas? Por favor me ensinem!!!
O "Castelo" fez tanto sucesso nas telinhas, que também foi para as telonas!
Tão grandioso quanto esse post é a representatividade do “Castelo
Rá-Tim-Bum” para as crianças dos anos 90, que aprenderam várias
coisas com esse programa, que segue sendo reprisado até hoje e se
sobressai como uma obra atemporal, tanto em conteúdo quanto em
estética. A série também foi sucesso comercial com CD's, livros,
vários produtos e até uma versão para o cinema, que invadiu as
telonas no ano de 1999, dirigido por Cao Hamburguer, que também
dirigiu todo o programa na TV.
“Olha a hora, olha a hora de ir embora!”.
É isso pessoal, foi por isso que escolhi esse programa para
comemorar 100 posts do #RGnaTV e os dois anos desse lindo blog. Entenderam o porquê?! Obrigado pra você que leu tudinho até aqui! Espero que tenha
gostado. Tchau! ;)