
RG na TV: Sua
identificação com o jornalismo podemos dizer que está no sangue.
Seu pai, Guilherme Barra, é um grande jornalista paraense, desde
pequeno você frequentava as redações e gostava até “de ver o
jornal rodar”. Soube também que chegou a vender jornais quando
criança para ter a sua independência financeira. Em que momento
você descobriu que era hora de correr atrás de seu lugar no mundo
da comunicação?
Flávio Barra: Quando
descobri que não podia ser jogador de futebol... (risos)
Ou seja, bem cedo. Na realidade sempre fui louco por futebol e TV e
tinha que aliar essas duas coisas. O jornalismo esportivo foi um
caminho natural pela influência em casa, com o meu pai, e pelas
minhas paixões. Fui levado a um caminho sem volta, ainda bem.
RG: Sua
formação em jornalismo foi na Universidade Federal do Pará, quando
ingressou em 1994. Foi ainda na faculdade que você começou a se
aproximar da televisão ou já era uma vontade sua?
Flávio: Como
eu disse, sempre foi um desejo gigante fazer TV e tive muita sorte.
Logo no primeiro semestre da faculdade eu consegui um estágio na TV
RBA/Band, em Belém, na editoria de esportes. Era tudo o que eu
queria. A partir daí, televisão virou minha casa. Agora que me
toquei que nesse ano que está chegando vou fazer 20 anos de
carreira... Putz, como tô véio! (risos)
RG: Seu
primeiro programa de TV foi ainda em Belém, numa emissora local. O
que mudou no Flávio que comandava seu primeiro programa para o atual
âncora do Jornal da Clube?
Flávio: Ave
Maria... mudou tudo! Não dá pra resumir assim. A vida ensina a
gente. Muita gente contribui para a sua formação, e o resultado de
um profissional vai muito além do esforço próprio. Mas a principal
mudança com certeza é a percepção da dimensão da
responsabilidade de comandar outros profissionais e um noticiário. O
poder de decisão é sedutor e extremamente perigoso. Quando se é
muito jovem você não pensa, só quer chegar lá.
Flávio Barra apresentou o vespertino Tribuna Show.
RG: Você
chegou em Recife no dia 07 de dezembro de 2000, disposto a conseguir
mais espaço na telinha. Acabou comandando dois programas de
auditório (“Muito Mais”, na TV Jornal e “Tribuna Show”, na
TV Tribuna), ambos sucessos de audiência. Você sente falta de
trabalhar na área do entretenimento ou esse ciclo já se encerrou na
sua carreira?
Flávio: Em
TV nada é definitivo, os ciclos se renovam. Claro que isso depende
de uma série de coisas, entre elas, de uma decisão própria. Nesse
momento não quero voltar a fazer programas de entretenimento. O
auditório me fez descobrir um talento que não sabia que tinha e
essa versatilidade só me ajuda, por isso que não posso dizer que
nunca mais faria. O que posso afirmar categoricamente é que hoje eu
não mudaria nada do que está acontecendo em minha carreira. Estou
muito, muito feliz!
RG: Em
agosto de 2006 você ganhou o título de Cidadão Pernambucano na
Assembleia Legislativa de Pernambuco. O que isso representou na sua
vida pessoal e profissional?
Flávio: Depois
do nascimento dos meus filhos, foi a maior emoção da minha vida.
Uma honra sem tamanho. Não dá para explicar.
RG: Foi no
ano de 2010 que você passou a trabalhar diretamente com o jornalismo
pernambucano ao se tornar um dos âncoras do telejornal Cotidiano, na
TV Tribuna. O que foi mais desafiador: trabalhar na redação e
apresentação de um jornal diário ou mostrar para os
telespectadores um Flávio Barra “mais sério”?
Flávio: Cara,
só foi mais um desafio. Não fiz nada do que eu já não tivesse
feito antes. O maior desafio na realidade foi apresentar programa de
auditório. Voltar para o que eu já tinha vivido em Belém, foi
muito tranquilo. A diferença hoje é o comando, a gestão de
pessoas. Nunca trabalho pra mostrar ao público o que eu sou ou
consigo fazer. Eu apenas trabalho, cumpro com minhas obrigações,
amo o que eu faço e só por isso, eu faço. Sou um rato de televisão
e um cavalo para trabalhar em qualquer área desse meio de
comunicação. Imagino o que passava na cabeça dos telespectadores
nessa fase de transição da minha carreira, mas isso não foi
decisivo pra mim.
Flávio Barra e Isly Viana na época do "Cotidiano", na TV Tribuna.
RG: Desde
que você se tornou âncora de telejornal aqui no estado, a sua
bancada sempre foi dividida com grandes jornalistas do nosso estado:
Camila Maciel, Júlia de Castro, Isly Viana e, atualmente, Nadya
Alencar. O que você aprendeu com elas? Já cogitou apresentar algo
sozinho?
Flávio: Não
penso em apresentar um telejornal sozinho. Pelo menos isso não passa
pela minha cabeça agora. Dividir a bancada com uma outra pessoa eu
acho ideal para esse formato de jornal. Todas essas maravilhosas
profissionais que você citou, foram e são importantíssimas pra mim
e lógico que o aprendizado é diário. Júlia de Castro mostra a
cada dia o quanto é talentosa, linda e versátil. Um potencial
maravilhoso. Minha amiga Camila Maciel é incrível, uma repórter
sensacional. Na bancada é puro charme. Isly Viana é uma jornalista
completa e até hoje tenho o prazer de trabalhar com ela. São três
anos de aulas diárias e muita admiração. A mulher não desliga,
pô! (risos). Devo
muito a ela, muito mesmo, inclusive a oportunidade de estar aqui na
TV Clube. Ela comprou a briga pela minha vinda pra cá. É
responsável por isso. Isly é dona do meu passe! Só faço o que ela
manda! (risos) Amo a
pessoa e a profissional que Isly é. Sou fã dela. Nos tornamos
grandes amigos e tenho muito orgulho disso. E até vir pra TV Clube,
não conhecia a Nadya. Pensei que fosse impossível, mas ela é mais
bonita pessoalmente. Por dentro ela é linda, uma grande parceira de
trabalho. Na bancada o que mais admiro é o poder de improviso dela.
É inacreditável a calma e a velocidade com que ela elabora textos
longos e fala como se tivesse tudo escrito. Impressionante! São
todas grandes mulheres.
RG: Mais
que levar informação com qualidade para o telespectador, sei que
você também tem um grande fraco por esportes. Pode falar um pouco
sobre essa paixão?
Flávio: Como
disse no início da entrevista, sou alucinado por esportes. Paixão
não se explica, né?! Creio que pelo fato de ter sido atleta talvez.
Pratiquei natação, capoeira, basquete muito tempo e sempre amei
futebol. O esporte é fundamental na minha vida.
RG: Além
do jornalismo esportivo, existe um Flávio Barra apaixonado por
música. Você já teve alguns projetos musicais reconhecidos pelo
público pernambucano. Há alguma novidade nesse sentido vindo por
aí?
Flávio: Sim,
sim... (risos) outro
vício! Tem um projeto sim, mas como a música se trata, hoje, de um
hobby, não sei exatamente quando vai rolar. Quero gravar umas coisas
próprias e com parceiros, mas isso vai levar um tempo pra acontecer.
Por enquanto estou só caneando com os amigos. No carnaval, a convite
do meu grande amigo, o percussionista Mauricinho Luz, vou participar
de alguns arrastões com o Fábrica de Samba, em Olinda. Serão 30
percussionistas nas ladeiras. Vou cantar com outros convidados um
repertório bem legal.
Flávio Barra apresenta o Jornal da Clube junto com Nadya Alencar.
RG: Desde
janeiro deste ano você comanda o Jornal da Clube ao lado de Nadya
Alencar, na TV Clube/Record. E mais que apresentar, ainda exerce o cargo de editor-chefe
do telejornal. Em entrevistas da época, você colocou que gostaria
de contribuir ainda mais para um crescimento da atração, que já
tinha uma vice-liderança isolada de audiência. Fechando este
primeiro ano, você acha que essa promessa vem sido cumprida? O que
podemos esperar do Jornal da Clube em 2014?
Flávio: Graças
a Deus, a vice-liderança está consolidada. O crescimento do Jornal
da Clube foi acima do esperado pra este ano. Conseguimos bater
recordes históricos do horário e da emissora. Em 2014 o que pode se
esperar é mais crescimento, temos espaço pra isso. Ainda tem muita
gente pra conquistar. Com a seriedade, compromisso do nosso trabalho
e a forma que a gente propõe na hora de transmitir a notícia isso
fatalmente vai acontecer. Tenho fé.
Não
tinha maneira melhor de fechar o ano de 2013 com uma das melhores
entrevistas desse blog até hoje. Obrigado, Flávio! =)