Primeira novela africana exibida na TV Brasil mostra um novo
sotaque na televisão brasileira.

Imagine uma novela que mistura
glamour e poder, mostrando o que algumas pessoas são capazes de
fazer para obter riqueza fácil e rápida, revelando os golpes
daqueles que não medem esforços para alcançar seus fins dentro de
uma revista de moda, com uma abertura ao som de kuduro. Parece uma
junção de “Betty, a Feia” com “Avenida Brasil”, não é?
Mas estou falando de uma novela que existe, que foi exibida em Angola
e está no ar de segunda a sexta, às 23h, na TV Brasil. E ela se
chama “Windeck: Todos os tons de Angola”.
Produzida pela Semba Comunicação, esse folhetim, de nome original “Windeck”, possui 120 capítulos e foi um grande sucesso em Angola. No ano de 2013, essa trama chegou a concorrer a Melhor Telenovela no Emmy Internacional (tipo o “Oscar” da televisão) ao lado das brasileiras “Avenida Brasil” e “Lado a Lado”, ambas da Globo, com vitória para a última citada. Com direção de Sérgio Graciano, a novela estreou em Angola no dia 19 de agosto de 2012 e ficou até o dia 22 de fevereiro de 2013 na TPA (Televisão Pública de Angola). Aqui no Brasil ela tá no ar desde o dia 10 de novembro do ano passado.

A novela foi escrita pelos autores
Miguel Crespo, Coréon Dú, Isilda Hurst, Andreia Vicente e Joana
Jorge (esta última, inclusive, foi uma das colaboradoras de Rui
Vilhena na novela “Boogie Oogie”, que terminou agora pouco na
Rede Globo). Na sinopse, Vitória (Micaela Reis) é uma mulher
sensual que vem de Moxico e é capaz de tudo para subir na vida. Em
Luanda vai viver na casa da irmã, Ana Maria (Nadia da Silva), que é
fotógrafa na Divo e muito diferente dela: honesta e trabalhadora,
tem uma vida sossegada, até o dia em que Vitória aparece. Para esta
mulher ambiciosa, tudo não passa de um jogo de interesses para
conseguir riqueza e poder. O seu alvo está escolhido: o filho do
dono da Divo, Kiluanji (Celso Roberto), que quer conquistar para
enriquecer.
Quem torna a vida de muitos num inferno é a produtora de moda, Rosa Bettencourt (Grace Mendes), uma mulher que só pensa em ter poder de forma fácil. Para isso conta com a ajuda da filha Kássia (Solange Hilário), formando assim uma dupla de oportunistas dispostas a tudo para enriquecer. Ao perceber o interesse de Vitória em Kiluanji, Rosa elabora um plano para Kássia o seduzir, e começa assim a guerra entre Vitória e Kássia. O que as duas não esperavam é que ele e a humilde Ana Maria estivessem apaixonados.
“Windeck” também tem uma pegada de mostrar a tradição angolana, e principalmente, os sabores daquele país. Por isso, conhecemos a empresa de catering Mufete, onde Nazaré (Yolanda Viegas) cozinha deliciosas receitas, um negócio criado pelo filho, Yuri (Dennis Fonseca), e o seu sócio italiano, Giorgio (Rui Santos). Também eles querem ter sucesso e triunfar na vida, mas com trabalho honesto e longe dos esquemas fáceis.

É na Revista Divo onde boa parte da trama de "Windeck" acontece.
E porquê a novela se chama “Windeck”? Simples. Ela é o título
de uma música do cantor de kuduro Cabo Snoop, super famoso em
Angola. A canção, claro, virou o tema de abertura da trama. Na
letra, ela descreve um pouco da rotina dos angolanos, que é um dos
objetivos do folhetim. Um outro aspecto interessante: a TV Brasil
exibe os capítulos no seu idioma original, ou seja, no português de
Angola. Além de ser um sotaque curioso (e perfeitamente
compreensível), a emissora brasileira tem o cuidado de traduzir
algumas expressões locais que aparecem em “Windeck” através de
pequenos boxes coloridos. Tudo para que o telespectador não perca a
compreensão dos diálogos.
“Windeck” tem intrigas, dramas, humor e glamour. Aqui no Brasil, a novela já passou dos 90 capítulos (faltando então, menos de 30 para terminar), mas vale a pena você acompanhar a trama desde já. E se você quer ver tudo desde o início, a novela está sendo posta no YouTube no endereço: youtube.com/windecktv. Para te dar um gostinho, confira o trailer internacional do folhetim clicando aqui.
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