RG CRÍTICA #42: A EXCITANTE VOLTA DE 'AMOR E SEXO'

Fernanda Lima e companhia estrearam nova temporada em novo dia e horário na Globo. O resultado foi bom para todos nós!

RG INDICA #60: LEITURA DINÂMICA

Revista eletrônica da RedeTV! mostra que existe vida para programas desse gênero além dos domingos.

RG CRÍTICA #41: RETROSPECTIVA 2015

Confira o que foi destaque na TV aberta neste ano.

RG INDICA #59: ESPECIAL DE NATAL 2015

Confira a programação especial da TV aberta para celebrar a noite de Natal.

quarta-feira, 26 de março de 2014

RG RELEMBRA #09: PROGRAMA “H” (BAND)

Confira a história do programa de auditório que revelou o apresentador Luciano Huck e duas eternas beldades da televisão brasileira.

O programa H era voltado para o público jovem.

"Gente bacana, reportagem, música e muita informação. O H chega em todo o Brasil com tudo isso e muito mais. Vamos fazer um programa eclético, divertido e inteligente pra esquentar os seus finais de tarde aqui na Band. A propósito, a sua participação é fundamental. Queremos que você interfira, opine, discuta... Enfim, esse espaço é seu! Estaremos antenados para as mudanças do mundo para transportá-las para a tela, e deixar você por dentro de tudo sem deixar escapar nada. Fique com a gente!". Foi com esse discurso de abertura em off sobre imagens de bastidores que estreava no dia 28 de outubro de 1996, ao vivo pela TV Bandeirantes, o programa “H”, voltado para o público jovem e que revelava Luciano Huck – Sim! Ele começou na Band! – como apresentador. E muito antes de chegar na Globo com seu Caldeirão do Huck, casar com Angélica, virar um grande ícone da publicidade e levar fama de “bom moço”, Luciano divertia o telespectador com música, gincanas, reportagens, bate-papo e, principalmente, entertia a macharada com ícones sensuais que fizeram a cabeça dos homens naquela época.

A estreia do “H” veio junto com uma grande reformulação na programação da Bandeirantes, que queria conquistar uma audiência sólida. Dirigido por Luís Paulo Simonetti (ou L. P. Simonetti, hoje diretor da Globo), o programa começava por volta das 17h. A medida que a atração ia ganhando público, Luciano acrescentava novidades na atração. No ano de 1998, eis que ele estreava um de seus trunfos: a personagem “Tiazinha”, vivida pela bailarina e atriz Suzana Alves. Com a intenção de unir o sensual e o cômico, ela era chamada ao palco para depilar os homens da plateia. Com um figurino minúsculo, que mostrava todos os seus (lindos) atributos físicos, a máscara e o chicote completava a vestimenta, fazendo referência a Mulher-Gato, vilã da série Batman. A participação de Tiazinha crescia a cada dia e foi um fenômeno de audiência na época, fazendo o ibope subir de 4 pontos para 9 (o que é muito a nível de Band!). Junto com o sucesso, também vieram as críticas. O quadro era considerado “baixo e apelativo”, e essa pressão fez com que a Band empurrasse o “H” para as noites da emissora, ocupando a faixa das 20h30 da noite. Mas mesmo sim, o público foi fiel no novo horário e a personagem ultrapassou as barreiras do programa, ganhando produtos licenciados com a sua marca, a capa da Revista Playboy, a gravação de um disco e até um programa próprio, a série “As Aventuras da Tiazinha”, pela mesmo canal.

Com Tiazinha e Feiticeira, Luciano Huck alavancou a audiência do "H".

Em janeiro de 1999, o “H” continuou investindo nos símbolos sexuais e trouxe mais uma mulher gostosa para o imaginário masculino. A morenaça Tiazinha agora dividia atenções com a loira Feiticeira, vivida pela (na época) modelo Joana Prado. Vestida como uma odalisca, ela tinha a função de “mimar” os garotões que participavam de pequenas (e malucas) competições e se saiam vencedores. Uma dessas provas, por exemplo, era ver quem comia mais bolachas em 30 segundos! O prêmio era um momento com a Feiticeira, que ia desde uma dança pra ele, acariciar os pés ou a nuca, servir cachos de uvas com os dedinhos até longas massagens ou selinhos na boca aplicadas pela moça.

Com audiência em alta e a popularidade que conquistava em cima das personagens sensuais criadas no “H”, não demorou muito para a Globo fazer o convite para Luciano Huck e levá-lo para o canal do plim-plim. Em agosto daquele mesmo ano, o apresentador anunciou a sua mudança de casa. A Band teve que pensar rápido e contratou Otaviano Costa, que na época era ex-VJ da MTV e tinha feito participações como repórter do Domingão do Faustão. Nesse meio tempo, Tiazinha também deixou o programa, tendo apenas a Feiticeira como grande atração. Inicialmente, o título "H" foi mantido, mas depois, através de votação pelo público, o programa passou a ser chamado O+ (positivo), porém manteve quadros e formato.

Otaviano Costa e Sabrina Parlatore tentaram substituir Huck, mas foi em vão.

Otaviano mostrava versatilidade, um dos pontos fortes de Huck, mas como esse era seu primeiro trabalho de apresentador, demorou um pouco para se soltar no palco. A insistência de apostar na sensualidade fez surgir outros personagens desse gênero como a Índia, os gêmeos Flávio e Gustavo e a Internética, porém o programa não conseguiu manter a mesma repercussão nem audiência.

Os sinais de cansaço da atração veio em 2001, quando a apresentadora Sabrina Parlatore foi chamada para apresentar o programa junto com Costa, com direito a mais uma mudança de nome: o "Superpositivo". Meses depois, Otaviano trocou a Band pela Record e Sabrina passou a comandar sozinha. Alguns quadros novos foram criados, mas mesmo mantendo o formato original, como a personagem Feiticeira, que ficou até o fim, não foi suficiente para fazer a atração durar mais. O “Superpositivo” deixou as telas da Band em Fevereiro de 2002 em virtude da baixa audiência.

E foi assim que o “H”, que virou “O+” e depois “Superpositivo”, fez história na televisão brasileira na área do entretenimento. Para quem não sabe, hoje Suzana Alves (Tiazinha) e Joana Prado (Feiticeira) são evangélicas. Suzana fez teatro, filmes e novelas depois, mas sem muito destaque na mídia. Joana hoje também não curte mais holofotes e é casada com o grande lutador de UFC, Vítor Belfort. Com toda a sensualidade e diversão, podemos dizer que esse programa proporcionou momentos marcantes para a Bandeirantes e claro, para os telespectadores da época.

quinta-feira, 6 de março de 2014

RG CRÍTICA #31: AGORA É TARDE COM RAFINHA BASTOS

Saiba como foi a estreia do comediante no lugar de Danilo Gentili no talk-show da Band.

Tudo novo no Agora é Tarde

Agora é tarde. Sob uma aposta cercada de expectativas por parte da Rede Bandeirantes de Televisão, Rafinha Bastos estreou ontem à noite em cima de muitas pressões: 1) O desafio de manter a audiência herdada da “Era Gentili” (uma das maiores da casa); 2) Trabalhar com uma equipe completamente nova, já que todos (com exceção de Marcelo Mansfield) estão com Danilo no SBT; 3) Estrear numa quarta-feira de cinzas para não bater de frente com a estreia de seu concorrente a partir da próxima terça-feira. Mesmo com todos esses pontos, a princípio, desfavoráveis, Rafinha entregou um programa completo, com boas novidades, alguns elementos não tão novos assim e, é claro, algumas mancadas.

Logo no monólogo de abertura, Bastos não perdeu a chance de citar seu colega de humor, que se tornará seu concorrente nos fins de noite: "Queria agradecer, especialmente, ao Danilo Gentili, por ter obrigado a Band a acreditar em mim. Vou estar com vocês sempre de terça a sexta, até claro, dizer outra bobagem. Aí vocês poderão me encontrar no centro pedindo esmola", disse ele, citando indiretamente sua polêmica eterna com a cantora Wanessa. Ele também brincou com o fato de medir bastante suas palavras a partir daquele momento: “Tem 23 advogados ali atrás monitorando tudo que eu digo, qualquer coisa, já sabe né?”, completa. Todo esse texto foi só para dizer que ele vê nesse novo Agora é Tarde, a chance de “se redimir”. E ele completa esse pensamento com um musical que descreveu “o seu lado bom”. Tudo de forma bem sarcástica, do jeito Rafinha de ser. Ele foi acompanhado pela nova banda residente do programa, Abujamra e os Nerds, que nessa estreia fez o público, que já assistia o programa, sentir falta do Ultraje a Rigor.

Gustavo Mendes roubou a cena na estreia de Rafinha Bastos

Após esse momento, o novo apresentador chamou o quadro “Passou na TV”, um quadro que não é novidade para quem assistia o programa no ano passado, que não passa de um Top Five mais ágil, só que sem os comerciais e as enrolações do CQC. Enfim, este é um quadro que valeu a pena ter permanecido. Em seguida, o público foi brindado com uma grata surpresa: a estreia de Gustavo Mendes. Com a sua inconfundível e irreparável imitação da presidente Dilma Rousseff, ele roubou a cena e foi o nome da noite. Ele conseguiu se sair bem tanto “ao vivo” conversando com Rafinha, quanto em um VT que ele gravou no Carnaval da Bahia, onde conseguiu falar com estrelas como Cláudia Leitte, Daniela Mercury e Ivete Sangalo. Ainda não sei se ele aparecerá todos os dias, mas se sempre estiver inspirado como estava ontem à noite, isso poderá refletir bastante no bom andamento da atração. Resumindo: Gustavo Mendes fez valer a pena essa estreia.

Mas a prova de fogo ainda estava por vir. Era o momento de vermos Rafinha como entrevistador. Para essa estreia, ele contou com a presença do cantor Luan Santana. E aí encontramos outro ponto fraco desse primeiro programa. A conversa foi pouco consistente e não prendia o telespectador. Confesso que até fiquei em dúvida se era o Bastos que estava indo mal ou se era Luan que tinha, naquele momento, poucas coisas interessantes para dizer. Quando a conversa quase beira o sono, Rafinha convida o comediante Marco Gonçalves para participar, fazendo uma mímica de uma canção sertaneja para Luan adivinhar. Nesse momento, foi até possível sorrir por alguns instantes.

Rafinha recebeu o cantor Luan Santana na sua estreia

Após retomarem o papo, Rafinha sugeriu um outro desafio de gosto duvidoso para o ídolo sertanejo: ver quem seria o primeiro a desabotoar o sutiã de uma mulher usando apenas uma mão. Um momento que, sinceramente, poderia ter sido aproveitado de outra maneira. O desânimo da plateia – predominantemente feminina – deixou bem claro o quanto aquela cena foi desnecessária de assistir. O melhor momento dessa entrevista, sem dúvida, Rafinha deixou para o final, em que simulou “voar” no programa, imitando uma das performances do Luan em seus shows.

Com um cenário não muito distante e geografia de palco idênticas à época de Danilo Gentili, esse novo “Agora é Tarde” trouxe, ainda assim, algo novo. Rafinha Bastos é talentoso, mesmo com seu humor ácido. E o novo elenco do programa também promete bastante. Se vai dar certo ou não, só o tempo e a concorrência com o “The Noite” no SBT vão dizer. Que comece a briga dos talk-shows!